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Ninja H2R é moto para pista com preço de SUV de luxo: R$ 350.000

Arthur Caldeira

Da Infomoto

30/01/2016 08h00

Os números superlativos dão uma ideia do que a Kawasaki Ninja H2R representa. Com 326 cv de potência, 357 km/h de velocidade máxima e etiqueta de R$ 350.000, trata-se da moto mais rápida e potente do mundo e a mais cara do Brasil. O preço é semelhante ao de Suvões de luxo como BMW X5, Mercedes-Benz GLE e Audi Q7. Mostrada no Salão Duas Rodas 2015, chega ao país em julho e será vendida só sob encomenda.

A H2R faz com que sua irmã “civilizada” H2, de 210 cv, pareça uma moto comum. Afinal, trata-se de um modelo voltado apenas para uso em pista fechada, preparada para extrair tudo que o motor 4-cilindros em linhade de 1.000 cc tem a oferecer. Tudo graças à atuação mais contundente do compressor, cuja hélice é capaz de girar até 130 mil vezes por minuto e de empurrar 200 litros de ar por segundo, gerando pressão de 2,4 atmosferas.

Construída em fibra de carbono e com desenho da divisão aeroespacial da fábrica japonesa, a carenagem ajudou a reduzir em 22 quilos o peso em relação ao modelo de rua, para 216 kg. Pneus lisos de corrida da Bridgestone e uma espécie de “asa” no lugar dos retrovisores garantem aderência e pressão aerodinâmica adequadas em altas velocidades. 

Retrovisores dão lugares a aletas aerodinâmicas na hiperesportiva Imagem: Mario Villaescusa/Infomoto

Foguete japonês

Os números impressionam, mas é preciso acelerar a H2R para compreender do que esse foguete japonês é capaz. Infomoto pôde pilotá-la no autódromo do Esporte Clube Piracicabano, em Piracicaba (SP), numa pista de 2.500 metros de extensão. Era pouco para tanta moto: a reta de apenas 550 metros não permitia sequer engatar a terceira marcha, e acabava antes de o velocímetro chegar a 170 km/h.

As frenagens, feitas por disco duplo de 330 mm na dianteira e disco único de 250 mm na traseira, com auxílio do sistema ABS (antitravamento), são extremamente eficientes. Suspensões KYB, de múltiplas regulagens, têm ciclística excelente para seu porte e peso, dando confiança na hora de deitar nas curvas. Controles eletrônicos -- como controle de tração em três níveis -- dão conta de segurar toda a força do motor nas impressionantes retomadas.

Uma tela digital indica o quanto de alimentação do compressor está sendo empurrada para o motor. Em segunda marcha, abrindo todo o acelerador e com o boost em nível 3, o máximo, a H2R joga o piloto para trás e o faz entender o sentido de haver um apoio lombar na rabeta. Nas simulações de largada a roda sai do chão e o ronco do motor (o escapamento é aberto) fica ensurdecedor. Os giros atingem 14.000 rpm de forma impressionante. Sem quickshifter, que permite subir marchas sem usar embreagem, fazer trocas tão rápidas seria quase impossível. 

Motor de 1.000 cc usa compressor para chegar à insana potência de 326 cv Imagem: Mario Villaescusa/Infomoto

Laboratório em duas rodas

Com tão poucos espaços para se desfrutar de uma máquina dessas, para que investir em um projeto tão complexo? Para a Kawasaki, a Ninja H2R é mais do que "a moto mais veloz do mundo": serve de laboratório para testar, em primeira mão, tecnologias como o compressor, expandindo seu uso para outros modelos da gama. No Salão de Milão 2015, a marca já apresentou um protótipo de motor superalimentado que promete alto desempenho com economia de combustível e baixos níveis de emissão. É o tal conceito de downsizing, já aplicado na indústria de carros.

Enquanto a ideia não sai do papel, o compressor segue restrito a quem tem dinheiro (e coragem) de comprar uma H2 ou H2R.

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