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BMW C 600 Sport e Yamaha TMax 530: duelo de maxiscooters fortes e modernos

Aldo Tizzani

Da Infomoto

08/08/2014 18h37

Ambos contam com motores de dois cilindros paralelos, rodas de mesmo diâmetro e boa dose de tecnologia embarcada. Mas, afinal, qual desses é o maxiscooter mais moderno à venda no Brasil: BMW C 600 Sport ou Yamaha TMax 530? Para responder a essa questão, colocamos os dois frente a frente e verificamos que há muito em comum entre eles: visual arrojado e combinação de desempenho de moto de estrada com mobilidade de um scooter tipicamente urbano.

Há também algumas diferenças fundamentais, e a primeira delas é o preço: enquanto os alemães cobram R$ 52.000, os japoneses pedem R$ 42.500, uma distância de R$ 9.500 -- que permitiria comprar um Honda PCX 150. A BMW apoia o valor "salgado" em detalhes como suspensão invertida, balança monobraço com amortecedor horizontal, flexcase com espaço para dois capacetes, manoplas aquecidas, controle de pressão dos pneus (RDC), freio de estacionamento e uso de LED em farol e lanternas.

Fora que estamos falando de um BMW, uma máquina que traz o padrão "premium" em seu DNA e, esteticamente, é muito elegante. Por outro lado, beleza não pode estar acima de funcionalidade e desempenho, os grandes pontos fortes do TMax 530.

DESENHO
Imponentes e bem resolvidos esteticamente, BMW e Yamaha entregam o que prometem. Chamam muito atenção por onde passam e são bastante divertidos de pilotar. Como já dito, o C 600 Sport traz várias soluções difundidas nas motocicletas da marca bávara, incluindo  escapamento curto e suspensão traseira monobraço, que deixam à mostra a bela roda de liga leve.

Para-brisa com regulagem de altura em três posições -- o ajuste é manual, mas bem simples --, apoio para os pés em aço e sistema de transmissão blindado, para não entrar poeira, completam o pacote de conforto. 

C 600 Sport (esq.) é mais bonita e confortável, mas TMax 530 (dir.) vence em desempenho e funcinalidade Imagem: Infomoto
Apesar do assento em dois níveis e das alças de apoio, a garupa não conta com encosto de lombar e deixa os ocupantes um pouco soltos, em suma porque a distância entre piloto e carona é grande. O modelo também está munido de sistema flexcase, conceito inovador que aumenta o espaço de armazenamento sob o assento. Ali, com o scooter estacionado, é possível acomodar até dois capacetes fechados sob o banco.

Totalmente redesenhado em 2011, o TMax 530 adota boas soluções mecânicas e estéticas como, por exemplo, balança traseira convencional, monoamortecedor e correia dentada aparente. O conjunto óptico dianteiro e a lanterna traseira, em forma de diamante, tiveram inspiração na superesportiva YZF-R1.

No modelo da Yamaha, piloto e passageiro ficam mais bem acomodados: o primeiro tem à disposição um eficiente encosto lombar, enquanto o segundo vai sentado em posição mais ergonômica e próxima à do condutor. No caso dos japoneses, ponto negativo para a regulagem do para-brisa, que demanda uso de uma chave Allen.

MOTORIZAÇÃO
Tanto o C 600 Sport quanto o TMax 530 são ideais pra quem quer aliar agilidade na cidade a um bom desempenho na estrada. Muito disso se deve aos motores bicilíndricos paralelos, de refrigeração líquida, que são arquitetonicamente similares, embora com diferenças importantes. 

Motor dos dois concorrentes permita uma viagem sem dificuldades na estrada; ciclística confere agilidade no uso urbano Imagem: Infomoto
O do Yamaha é mais compacto, com 530 cm³ e injeção eletrônica, sendo capaz de gerar até 46,2 cavalos de potência (a 6.750 rpm). Por ser menor, está fixado dentro do quadro de alumínio forjado e não preso à roda traseira, como em outros scooters. Por isso, o torque de 5,3 kgfm (a 5.250 rpm) chega à roda traseira por meio de uma correia dentada de aramida.

Já o propulsor de 647 cm³ do BMW está instalado praticamente junto à roda traseira, com pivô de fixação e pinhão localizados no mesmo eixo. Ele atinge 60 cv (a 7.500 rpm) e 6,73 kgfm (a 6.000 rpm) -- é o scooter mais potente do país --, e oferece tensão correta da corrente de transmissão em todas as condições de pilotagem. Isso significa baixos níveis de vibração.

Na prática, mesmo tendo um propulsor menos potente, o TMax 530 é mais “ligeiro”, até por ter 28 quilos a menos de peso (em ordem de marcha). Ao girar o acelerador, o motociclista sente instantaneamente a resposta, com arrancadas impressionantes. Já o C 600 Sport fica devendo em torque -- a polia demora um pouco para “empurrar” o maxiscooter --, só apresentando característica esportivada quando o motor está “cheio”. Em rotações médias e altas, as respostas passam a ser excelentes.

Por ser menor, o propulsor do Yamaha também vence a batalha da economia, mesmo tendo mais vigor na entrega de potência -- algo que poderia aumentar o consumo de combustível. São 19,2 km/l de média (cidade e estrada) para o TMax 530, contra 18,2 km/l do C 600 Sport, em condições idênticas de uso. De qualquer modo, os dois números são bons se levada em conta a proposta dos modelos e o uso da "beberrona" transmissão CVT.

CICLÍSTICA
Este é o item em que os concorrentes se distinguem mais. O BMW possui balança de alumínio monobraço com amortecedor horizontal, o que confere maior rigidez e estabilidade ao conjunto. Na dianteira, o garfo invertido de 40 mm permite absorver impactos de forma primorosa, mesmo com rodas menores -- 15 polegadas -- que as de uma motocicleta.

Por sua vez, o TMax 530 usa balança traseira monoamortecida, também em alumínio, que não carrega toda a transmissão final e motor. Em outras palavras: ao passar em ondulações ou enfrentar paralelepípedos, a suspensão traseira não move todo esse peso e fica livre para manter a roda sempre no chão. Na frente, o modelo japonês conta com garfo telescópico de 120 mm. 

Rodas dos dois maxiscooter são de 15 polegadas, em liga leve de alumínio Imagem: Arte UOL Carros
Os freios de ambos merecem elogios, pois permitem frenagens dignas de motos convencionais: o ABS, presente nos dois, aumenta a eficiência e também a confiança do condutor, enquanto os discos são de diâmetros generosos -- 270 mm para o C 600 Sport, dos dois lados, contra 267 mm (dianteiro) e 282 mm (traseiro) para o TMax.

Em função da altura do túnel central, subir nesses scooters é quase igual a montar numa motocicleta comum. Num primeiro momento, o piloto se sente mais alto do que o normal, mas, conforme as retas e curvas se sucedem, os modelos grudam no chão e passam total estabilidade -- muito em função do centro de gravidade baixo, concentração de massas e entre-eixos.

CONCLUSÃO
Beleza e conforto são importantes, mas, conforme já mencionado, não podem estar acima de funcionalidade e desempenho. Se o motociclista quer um maxiscooter com motor um pouco mais apimentado e estética "descolada", vai encontrar no TMax 530 uma opção que atende a todas as expectativas, por um preço razoavelmente menor. Sendo assim, decretamos vitória apertada para o Yamaha.

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