Chinesa MVK Fox segue receita de motoneta criada há 50 anos
Da Infomoto
31/10/2008 18h32
Há 50 anos, a Honda lançava a Super Cub, a avó de nossa Biz 125. A sigla CUB significa Cheap Urban Bike, ou seja, uma moto urbana e barata, e resume bem a proposta desse tipo de motocicleta. Com câmbio rotativo e embreagem centrífuga semi-automática, a receita se tornou sucesso e gera frutos até hoje. Um exemplo é a MVK Fox 110.
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De origem chinesa, a Fox 110 não foge à receita cinqüentenária: além da facilidade de pilotagem em função da ausência de embreagem manual, tem chassi monobloco, suspensões convencionais -- garfo telescópico na dianteira e sistema bichoque na traseira -- além de contar com porta-objeto sob o banco e uma grade para pequenas cargas entre as pernas do piloto.
A MVK Fox 110 segue ainda outra receita que tem feito o sucesso das motos chinesas no Brasil: muitos itens opcionais inclusos, com um preço abaixo da concorrência japonesa. A única versão disponível sai de fábrica com freio a disco na dianteira, rodas de liga-leve e partida elétrica. Seu preço público sugerido (sem frete) é de R$ 4.680.
Vale dizer que qualquer consumidor que opte pela Fox deve reservar uma quantia a mais para comprar pneus melhores que os chineses que equipam o modelo, uma vez que até mesmo o dianteiro derrapa em uma frenagem mais brusca.
ECONOMIA
Outro grande alicerce responsável pelo sucesso das CUB em todo o mundo -- principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil -- é a economia de combustível. O motor, em geral posicionado de forma horizontal, é um simples monocilíndrico de 110 cm³ de capacidade e comando simples no cabeçote. A MVK divulga que pode se rodar 46 km com um litro de gasolina, ou seja, com o pequeno tanque para 3,5 litros seria possível percorrer cerca de 160 km. Como o teste foi feito em pista fechada, não pudemos confirmar tais números. Porém analisando-se seu desempenho e a comparando com as concorrentes, a média é realista desde que se rode a uma velocidade média de 60 km/h.
FICHA TÉCNICA | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Aliás, o baixo desempenho costuma ser outro ponto em comum com as demais chinesas. A potência declarada pelo fabricante é de 8,2 cv a 8.000 rpm. Quase um cavalo a menos que a Honda Biz 125. Na prática, porém, parece que o motor de 110 cc da Fox é ainda mais fraco. O velocímetro, apesar de ter escala até os 160 km/h, dificilmente supera os 80 km/h. O torque não é declarado pela MVK, mas certamente não chega a 1 kgfm.
Mesmo insatisfatório o desempenho não chega a ser um defeito, pois acaba se revertendo no baixo consumo de gasolina. Mas mesmo no caso de curtas viagens, vai ser necessário ter paciência.
CICLÍSTICA E ACABAMENTO
Assim como no motor, a ciclística não traz nada de novo: apenas reproduz o que é feito há 50 anos em toda CUB. O quadro monobloco tem garfo telescópico na dianteira e sistema bichoque na traseira -- com ajuste na pré-carga da mola. Acertada para o uso urbano, é macia demais e sofre nas imperfeições do piso.
O freio a disco na dianteira é um pouco "borrachudo", isto é, demora um pouco para entrar em funcionamento. Mas em conjunto com o tambor traseiro consegue parar com segurança os 90 kg (a seco) da Fox 110. Na verdade, o que mais atrapalha são os pneus chineses, fabricados em um composto duro demais, que retarda as frenagens.
Já no quesito acabamento a MVK surpreende positivamente. Os plásticos são bem encaixados e a pintura têm bom acabamento. Uma crítica freqüente dos motociclistas que adquiriram uma MVK é a qualidade dos cromados, o que não chega a preocupar na Fox 110, já que apenas a capa protetora do escape tem acabamento cromado.
Uma sacada da MVK foi o lançamento da Fox Rosa, uma cub estilizada com um grafismo que se encaixa no conceito de pink marketing, o mercado cor-de-rosa, desenvolvido especialmente para o público feminino. O preço da versão "feminina" é o mesmo.
(por Arthur Caldeira)