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Renault Captur com motor 1.3 turboflex melhora muito, mas cobra caro

José Antonio Leme

Do UOL, em São Paulo

12/07/2021 04h00

O Renault Captur passou por uma mudança brusca, mas nem tanto perceptível. O modelo chegou a linha 2022 com alterações leves no visual e no interior, mas a maior novidade está sob o capô: é o motor 1.3 turboflex que foi desenvolvido pela companhia em parceria com a Daimler.

Oferecido em três versões, Zen, Intense e Iconic, todas com o novo motor 1.3 turboflex, o Captur 2022 aposta em um novo "coração" como seu principal triunfo para conquistar mais clientes e crescer na preferência do consumidor dos SUVs compactos.

Se o carro ficou melhor, os preços ficaram mais salgados também. As três versões são oferecidas a R$ 124.990, R$ 129.490 e R$ 138.490, respectivamente.

Desde que chegou ao Brasil, em 2017, o modelo almeja uma posição melhor que até agora as opções de motorização, 1.6 ou 2.0, com o câmbio automático CVT nunca conseguiram fornecer ao Captur "abrasileirado", já que usa a plataforma do Duster para contenção de custos e ser mais competitivo em termos de dimensões.

Mas será que ele melhorou tanto assim? É o que UOL Carros vai explicar nesta avaliação da versão de topo, Iconic, que tem o pacote mais completo.

Renault Captur 1.3 TCe Iconic

Preço

R$ 138.490
Carros
3,0 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

3,0

4,0

4,0

3,0

4,0

3,0

Pontos Positivos

  • Porta-malas
  • Espaço interno
  • Desempenho

Pontos Negativos

  • Posição de guiar
  • Painel de instrumentos

Veredito

O Captur melhor e muito onde não é visível e isso pode ser um pecado se a empresa não trabalhar bem as novidades. Guardando as proporções, é o que aconteceu com o último Ecosport: um carro que alterou o interior, mudou os motores para novos, melhores e mais econômicos, mas com um visual que parecia se tratar do mesmo. Apesar dos preços salgados, o Captur está melhor de guiar pelo desempenho do motor 1.3 turbo que faz toda diferença

Design e espaço interno

Em termos de espaço interno, o Captur 2022 continua a oferecer o que já encontrávamos antes da atualização. O modelo que foi construído sobre a plataforma do Duster é maior do sua versão europeia para atender as necessidades do público desse tipo no mercado nacional.

Ele oferece bom espaço para quem vai na frente, os bancos dianteiros são confortáveis e largos, mas poderia ter mais apoio lateral para segurar melhor os ocupantes nas curvas.

Imagem: Divulgação

Há bom espaço para as pernas de quem vai atrás, quem vai no centro sofre, como na maioria dos modelos dessa categoria, por causa do túnel central e agora também mais prejudicado (em todos) pela extensão do console central para oferecer saídas de ar-condicionado, ou no caso dele, duas entradas USB para quem vai atrás carregar dispositivos.

O modelo também se destaca pela capacidade do porta-malas, que tem 437 litros de capacidade, além de oferecer uma abertura ampla para acesso e uma área livre, por exemplo, das torres dos amortecedores roubando espaço de carga. O estepe fica alojado sob o carro.

No que diz respeito ao design geral, as linhas ganharam poucas mudanças. A traseira continuou intacta, enquanto a dianteira adotou a nova linguagem visual da Renault, que já havia sido implantada no Duster, com uma nova grade, o logo da marca mais pronunciado e também uma nova parte inferior. Os LEDs diurnos também mudaram de posição e estão mais inclinados para o lado de dentro do para-choque.

Imagem: Divulgação

Por dentro, o acabamento com tons de marrom no painel, no couro dos bancos e também no revestimento das portas e console central dá um ar de mais requinte ao Captur. Apesar disso, fica evidente como ele abusa do plástico duro, ainda que bem produzido.

No geral, o acabamento é bom e a maior parte do carro tem uma boa ergonomia, especialmente para o condutor. Apesar da posição de guiar elevada que deixa quem prefere uma posição mais baixa um tanto desconfortável.

O pênalti fica pela posição da central multimídia, que precisava subir no painel para ficar mais na altura dos olhos, evitando desviar tanto o olhar e a entrada USB para o smartphone que continua na central e não no console.

O comando de áudio no estilo "satélite", que fica na coluna de direção já virou um clássico da Renault e há quem goste, mas no geral eles ficaram melhores se fixados dentro do volante multifuncional.

O painel de instrumentos não foi alterado e já sente o peso da idade. A pequena tela digital oferece muitas informações, mas em formato pequeno o que não privilegia a visibilidade.

Imagem: Divulgação

Consumo e desempenho

É sob o capô que se encontra o melhor que o novo Captur oferece. O motor 1.3 turboflex rende até 170 cv e 27,5 mkgf com etanol. O modelo foi desenvolvido em parceria pela Renault e o grupo Daimler.

A resposta do Captur mudou completamente graças a esse novo propulsor. Como todo motor turbo que se preze, sua maior qualidade está na entrega de torque máximo em baixos regimes, no caso, a partir de 1.600 rpm, mantendo o pico de entrega de força até os 3.750 rpm.

O desempenho e a resposta só não é melhor porque o SUV da marca francesa manteve o câmbio automático do tipo CVT, que privilegia o conforto e a economia em detrimento do rendimento. Apesar de manter o conceito, a marca trocou o antigo CVT que simulava seis marchas por um novo, capaz de simular até oito marchas.

Imagem: Divulgação

Mesmo com um CVT, o motor consegue responder bem melhor do que os antigos 1.6 e 2.0 que já equiparam o SUV. A resposta está mais ágil e as retomadas acontecem com mais segurança e facilidade. Às vezes, o câmbio dá umas "cabeçadas" nas primeiras marchas, mas é raro.

Se quiser um pouco mais de "controle", o condutor pode realizar as trocas pela alavanca de câmbio já que o Captur não oferece aletas para trocas de marcha atrás do volante.

O consumo declarado pela marca é de 12 km/l na estrada e 11,1 km/l na cidade com gasolina e com etanol é de 8,3 km/l em ciclo rodoviário e de 7,5 km/l na cidade.

O novo sistema de direção agora é elétrico e não mais eletroidráulico, A calibragem está melhor e as respostas mais diretas, ainda que o SUV esteja longe de querer oferecer uma dirigibilidade "afiada".

A suspensão tem a firmeza ideal para o uso na cidade e também para estradas sinuosas e mantém a carroceria firme, mas peca quando o assunto é piso ruim ou sem asfalto, quando ela sofre um pouco mais do que o desejado.

Imagem: Divulgação

Equipamentos

A lista de equipamentos é bastante vasta na versão Iconic. O modelo traz a central multimídia com tela de oito polegadas e integração por fio com Android Auto e Apple CarPlay, volante multifuncional, câmera 360º, assistente de partida em rampa e luzes Full-LEDs na dianteira.

Há ainda sensor de pressão nos pneus, partida por botão com chave presencial que permite realizar a partida remota para que a climatização seja ligada antes e controle de velocidade de cruzeiro (piloto automático) com função de limitador também. Outra novidade da linha 2022 é o ajuste de altura e distância do volante - antes havia só de altura.

A lista conta também com sensores de luminosidade e de chuva, ar-condicionado automático, luzes de neblina com a função cornering e as saídas USB para o banco traseiro, além do sistema de som da Bose com seis alto-falantes e subwoofer instalado no porta-malas.

Imagem: Divulgação

Manutenção e segurança

O Captur 2022 tem um bom pacote de itens que privilegiam a segurança, mas não é nada de outro mundo. Ele traz quatro airbags, os dois dianteiros e dois laterais para os ocupantes dos bancos dianteiros.

Há ainda os controles de tração e estabilidade e o sensor de ponto cego integrado aos espelhos retrovisores externos, que dão um alerta visual acendendo uma luz caso haja um veículo no ponto cego.

Imagem: Divulgação

Mercado

O Captur parece que chegou com um valor bem salgado, mas o que acontece é que ele está "puxando a fila". Ele antecipa o que deve acontecer com os demais SUVs que vão se renovar este ano e entrarão neste "novo normal" de valores mais acentuados do que o mercado estava praticando até aqui, especialmente os que vão adotar novos motores turboflex, como o Hyundai Creta e o Jeep Renegade.

O espaço do Captur no mercado pode aumentar com essa nova motorização, já que resolve um dos principais problemas que freavam um melhor desempenho do SUV com visual mais urbano da Renault em vendas.

Imagem: Divulgação
Mecânica
  • Motorização

  • 1.332 cm³, 4 cilindros, 16V, turbo

  • Combustível

  • Etanol / Gasolina

  • Potência (cv)

  • 170 cv / 162 cv entre 5.500 rpm e 6.000 rpm

  • Torque (kgf.m)

  • 27,5 kgfm entre 1.600 rpm e 3.750 rpm

  • Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)

  • 9,2 segundos (E) / 9,5 segundos (G)

  • Velocidade máxima (km/h)

  • 190

  • Consumo cidade (km/l)

  • 7,5 km/l / 11,1 km/l

  • Consumo estrada (km/l)

  • 8,3 km/l / 12 km/l

  • Câmbio

  • Automático, CVT, simula 8 marchas

  • Tração

  • Dianteira

  • Direção

  • Elétrica

  • Suspensão Dianteira

  • Independente, McPherson

  • Suspensão Traseira

  • Eixo de torção

  • Freios Dianteiros

  • Discos ventilados

  • Freios Traseiros

  • Tambor

Pneus e Rodas
  • Pneus

  • 215/60 R17

  • Rodas

  • 17 polegadas

Dimensões
  • Altura (mm)

  • 1.619

  • Comprimento (mm)

  • 4.379

  • Entre-eixos (mm)

  • 2.673

  • Largura (mm)

  • 1.813

  • Ocupantes

  • 5

  • Peso (kg)

  • 1.366

  • Porta-malas (L)

  • 437

  • Tanque (L)

  • 50

Equipamentos
  • Airbags Motorista

  • Airbags Passageiro

  • Airbags Laterais

  • Controle de Estabilidade

  • Controle de Tração

  • Freios ABS

  • Distribuição Eletrônica de Frenagem

  • Ar-Condicionado

  • Travas Elétricas

  • Ar Quente

  • Piloto Automático

  • Volante com Regulagem de Altura

  • Vidros Elétricos Dianteiros

  • Vidros Elétricos Traseiros

  • Central Multimídia

  • Rádio FM/AM

  • Entrada USB

  • Banco de Couro

  • Banco do motorista com ajuste de altura

  • Desembaçador Traseiro

  • Computador de Bordo

  • Acendimento automático dos faróis

  • Faróis de neblina

  • Sensor de pressão dos pneus

  • Sensor de pontos cegos

  • Faróis com regulagem de altura

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