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Porsche Panamera: sedã mais rápido do Brasil manda bem no dia a dia?

Rafaela Borges

Colaboração para o UOL

08/02/2022 04h00

O sedã mais rápido do Brasil tem 700 cv e acelera de 0 a 100 km/h em 3,3 segundos. Esse é é Porsche Panamera Turbo S e-hybrid, que combina motor 4.0 V8 a combustão com um elétrico para entregar o máximo desempenho e, dependendo da maneira que for usado, economia de combustível.

O Panamera surgiu para ser um modelo que entrega esportividade, mas com algumas funcionalidades que o tornam mais adequado para o dia a dia e para pessoas que precisam rodar com outras - como filhos, por exemplo. A Porsche o chama de sedã, mas ele não tem três volumes muito bem definidos.

A coluna C rebaixada dá ao modelo aspecto de cupê, apesar das quatro portas. Por aqui, é chamado informalmente de sedã-cupê. Nesta nova geração, a versão Turbo S híbrida é a topo de linha, e tem preço sugerido de R$ 1.139.000.

Como é usar um carro assim potente no dia a dia de cidades como São Paulo? O UOL Carros fez "esse sacrifício" de passar alguns dias circulando com o belo sedã da marca alemã e conta todos os detalhes.

Porsche Panamera Turbo S e-hybrid

Preço

R$ 1.139.000
Carros
4,3 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

4,0

5,0

5,0

4,0

3,0

4,0

5,0

Pontos Positivos

  • Ergonomia
  • Desempenho

Pontos Negativos

  • Quinta roda no porta-malas

Veredito

Todo Porsche é esportivo. Mesmo aqueles com carrocerias que fogem da proposta. Com o Panamera Turbo S e-hybrid não é diferente. Ao oferecer comodidades, ele não abandonou a pegada apimentada da marca. Isso oferecendo mais velocidade que alguns dos esportivos natos da montadora. É carro para quem quer se divertir na estrada com a família.

Design

O Panamera Turbo S e-hybrid traz tudo de mais sofisticado que um Porsche pode oferecer. Os faróis são full-LEDs e têm tecnologia antiofuscamento, também conhecida como facho alto automático. A assinatura de quatro pontos que é típica dos novos modelos da Porsche é um destaque.

O para-choque tem imensas entradas de ar para o motor V8. Como todo Porsche, o Panamera Turbo S e-hybrid traz várias possibilidades de configuração. O exemplar avaliado estava com rodas de 21" divididas em cinco partes.

Os freios são sempre de carbono cerâmica e trazem pinças de alumínio em verde limão, a cor dos carros híbridos da Porsche. Os discos têm 420 mm na frente e 410 mm atrás.

A traseira traz aerofólio retrátil, acionado por meio de um botão no console central. Sem ele, o visual fica mais clássico. Com o componente em ação, o aspecto é agressivo. O equipamento também tem função aerodinâmica, deixando o Panamera ainda mais grudadinho no chão em alta velocidade.

Há quatro saídas de escape para o V8, duas de cada lado da traseira. Esse sistema esportivo é um opcional de R$ 1.582, valor que inclui, além dos canos pretos, um som ainda mais poderoso para o propulsor de oito cilindros.

Interior

Imagem: Rafaela Borges/UOL

Por dentro o acabamento é bem refinado, abandonando o minimalismo que se vê em modelos mais esportivos da Porsche - que são mais preocupados com a redução de peso. Detalhes de Black Piano e couro com costura aparente estão em painéis e portas, e também há partes de fibra de carbono.

Os bancos são esportivos, com apoio de cabeça integrado ao encosto. Os ajustes são elétricos para o motorista e o passageiro dianteiro. Bem baixos, deixam o motorista coladinho no chão, mas sem prejudicar a visibilidade à frente. É fácil encontrar a posição ideal de dirigir.

O carro traz painel com cinco elementos, igual ao do 911. No centro, está o único analógico, o conta-giros. Os demais são digitais e personalizáveis. Os dois mostradores do lado direito podem se transformar em um apenas, para projetar imagens do navegador GPS e do sistema de visão noturna (Night Vision).

O quadro tem um desenho bem voltado ao motorista, outro aspecto que privilegia a ótima ergonomia. A central multimídia traz tela sensível ao toque. O recurso concentra o comando da maior parte das funções do carro.

No console central, todos os botões são sensíveis ao toque, exceto o do acionamento do ar-condicionado. Por ali se tem acesso a funções como aquecimento e resfriamento dos bancos dianteiros. Outro destaque da cabine é o teto solar panorâmico.

Espaço e tecnologia

Imagem: Rafaela Borges/UOL

O teto rebaixado do Panamera não chega a prejudicar a acomodação de pessoas mais altas no banco de trás, que é muito baixo. Por ali, o espaço é adequado para duas pessoas (o entre-eixos é de 2,95 m). No centro, o túnel é altíssimo e há um console com comandos para o ar-condicionado.

São quatro zonas no total. Como na frente, atrás também é possível ajustar, em duas áreas separadas, temperatura, velocidade e direcionamento do ar. As três entradas USB do tipo C para quem viaja nessa parte do carro estão embaixo do banco, no centro.

O porta-malas do Panamera tem 403 litros de capacidade, mas é dominado pela presença de uma quinta roda, que ocupa todo o compartimento. O componente é idêntico às outras quatro, com 21".

Para levar malas no compartimento, o ideal é retirar a quinta roda e comprar um kit de reparos para os pneus oferecido nas concessionárias Porsche. Caso contrário, o máximo que se acomoda no porta-malas são mochilas.

O Panamera tem 5,05 metros de comprimento e 1,93 metro de largura. A altura é de 1,43 m. O carro é mais fácil de estacionar do que as dimensões avantajadas sugerem. Isso graças ao bom curso e à precisão da direção, mas também às câmeras 360, que oferecem visão aérea.

No trânsito, elas também mostram obstáculos próximos, especialmente em condições de congestionamento. Mas, mesmo com toda essa facilidade, o sedã traz ainda o assistente às manobras de estacionamento.

O navegador GPS tem mapa com realidade aumentada e o sistema de visão noturna facilita a detecção de objetos e pessoas à noite. O modelo vem ainda com frenagem autônoma de emergência que, antes de entrar em ação, emite sinais sonoros e luminosos.

Desempenho

Imagem: Rafaela Borges/UOL

O motor elétrico do Panamera tem 136 cv e pode levar o carro sozinho por até 50 km, à velocidade máxima de 140 km/h. Se o motorista precisar ganhar velocidade quando estiver usando apenas esse propulsor (no modo de condução E-Power), entre em ação o 4.0 V8.

A recarga da bateria que alimenta o motor elétrico é feita na tomada, mas há ainda um poderoso sistema de regeneração e a possibilidade de usar o propulsor a combustão para recarregar o componente.

O V8 571 cv. Combinada, a potência é de 700 cv, enquanto o torque atinge 88,8 mkgf a apenas 2.100 rpm. O câmbio é automatizado de oito marchas e duas embreagens e a tração, 4x4 por demanda.

Além do modo E-Power, há o Hybrid Auto (equivalente ao confortável), o Sport e o Sport Plus. É nessa função que o carro entrega o melhor de si, com acelerações assustadoras e retomadas poderosas. De 80 a 120 km/h, por exemplo, são apenas 2,1 segundos.

Isso tudo com o ronco forte do V8 potencializado pelo escape esportivo. A velocidade máxima desse Panamera é de 315 km/h. Chama a atenção a capacidade do carro de ficar grudado no chão. Mesmo em acelerações muito fortes - e apesar dos 2.350 kg do sedã -, é muito difícil perder traseira ou dianteira.

A suspensão é adaptativa e tem sua altura ajustada automaticamente. Porém, isso também pode ser feito manualmente, em uma das entradas da central multimídia. Os modos de condução alteram as respostas desse componente, bem como da direção e do conjunto motor-câmbio.

O Panamera é firme em alta velocidade e faz curvas como um esportivo de verdade. Porém, ajustando a suspensão para uma entrega mais confortável, sabe lidar bem com pisos irregulares e não tem medo de valetas fundas. Basta passar com cuidado e jeitinho.

Em tempo: o sedã elétrico Taycan Turbo S é mais rápido que o Panamera no 0 a 100 km/h. Porém, perde feio na velocidade final.

Consumo

Imagem: Rafaela Borges/UOL

Um carro híbrido tem consumo variável. No caso do Panamera Turbo S e-hybrid, são cerca de 18 km/l na cidade e 20 km/l na estrada. Para isso, é necessário manter o motor elétrico sempre carregado, e usar bastante o modo E-Power no dia a dia.

Nesse caso, o consumo só não será nulo porque, eventualmente, em uma aceleração mais forte, o V8 vai se intrometer para não deixar a peteca do sedã cair. Usando o modo híbrido, que combina os dois propulsores, em uma pegada suave dá para fazer o consumo acima.

Mas em uma viagem longa, quando o motor elétrico vai embora rapidinho, a coisa muda de figura. Usando o modo Sport Plus e uma tocada acelerada, fica bem abaixo dos 10 km/l.

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