Um dos grandes ícones do luxo na indústria automobilística brasileira, o Audi A3 chegou à quarta geração. A primeira versão do modelo foi lançada mundialmente em 1996 e, em 1999, começou a ser produzida em São José dos Pinhais, no Paraná.

Ter um hatch premium nacional com pegada esportiva (era considerado um Golf apimentado) e preço mais atraente que o da maioria dos carros importados de marcas sofisticadas foi uma jogada certeira. Tanto que, até hoje, tantos anos depois, o A3 continua representando cerca de 50% das vendas totais da história da montadora no Brasil.

Na segunda geração, o A3 passou a ser importado. Já na terceira, voltou a ser montado no Paraná, mas desta vez em uma nova carroceria, a sedã. O hatch médio, integrante de um segmento que perdeu apelo e já quase não tem representantes no mercado brasileiro, vinha da Europa.

A quarta geração é 100% europeia, importada da Alemanha. A Audi não descartou a produção nacional e ainda tem a fábrica do Paraná, em parceria com a Volkswagen (as duas marcas fazem parte do mesmo grupo automotivo). Porém, se a montagem de modelos no País for retomada, certamente o modelo não será o hatch. A maior possibilidade é a nacionalização do Q3 e, no caso do A3, a eleita seria a versão sedã.

Mas a versão Sportback (como a Audi batiza o hatch médio), tão icônica e cheia de história, faz jus ao legado do carro nesta quarta geração. É modelo de nicho, voltado aos entusiastas que não abrem mão do segmento. E tem todos os ingredientes para empolgar quem ama a essência do mundo do automóvel.

São duas versões de carroceria e duas de motor; hatch e sedã têm o mesmo preço. Na 1.4 turbo (150 cv e câmbio automático de oito marchas) são R$ 229.990. As opções com esse propulsor são chamadas de S Line Limited. Já na 2.0 turbo (190 cv e transmissão automatizada de duas embreagens e sete velocidades), são R$ 264.990.

UOL Carros testou o A3 Sportback com motor 2.0. As versões com esse propulsor foram batizadas de Performance Black.

Design e dimensões

A dianteira do A3 Sporback Performance Black fica alinhada à dos demais modelos da Audi, com a grade octagonal achatada e escurecida. Os faróis são full-LEDs e, opcionalmente, trazem o sistema matricial. Com ele, são antiofuscamento e têm assinatura quando o carro é ligado e desligado.

Esse opcional tem preço de R$ 8.500 e está disponível apenas nas versões Performance Black. Nelas, as rodas de 18" têm arcos em dois tons. Os freios são a disco na frente e atrás e a suspensão passa a ser independente nas quatro rodas - no sedã montado no Brasil, a traseira era por eixo de torção.

A lateral passa também a trazer linhas mais pronunciadas e tem detalhes pretos em diversas partes. Atrás, há duas saídas de escape falsas, revestidas por material preto. O porta-malas tem boa capacidade para um hatch médio. São 380 litros.

No sedã, sobe para 425 litros. O A3 Sportback tem 4,34 metros de comprimento, 3 cm a mais que no modelo anterior. A altura foi mantida em 1,43 m e a largura ganhou 2 cm (1,82 m). O carro oferece 2,63 metros de entre-eixos.

O A3 vem com pacote exterior S Line, que garante mais esportividade ao visual. O hatch pode receber retrovisor de fibra de carbono, por R$ 6 mil. Por outros R$ 6 mil, o cliente leva ainda um spoiler feito com esse material. Mas, nesse caso, só no sedã.

Interior e equipamentos

O painel de instrumentos é virtual, com tela de 12,3". Ela é personalizável. Dá para ver as informações do centro em evidência, por exemplo (em vez de velocímetro e conta-giros) e escolher um entre três layouts.

A central multimídia, que antes era sobre o painel, agora é integrada. Tem tela de 10,1", oferece Android Auto e Apple CarPlay e traz um opcional muito interessante, disponível apenas nos modelos mais sofisticados da marca. É o sistema de iluminação personalizável da cabine.

Com esse extra, dá para escolher uma entre 30 opções de cor para iluminar painéis e portas. O opcional custa R$ 1.500. Outro item que pode ser acrescentado é o sistema de som da Bang&Olufsen, por R$ 6.000.

O console central é revestido de Black Piano e perdeu a alavanca do câmbio. No lugar dela, há uma tecla, liberando espaço para mais porta-objetos. O carro também passa a vir com carregador de smartphones sem fio e quatro entradas USB do tipo C (duas para os passageiros da frente e duas para o de trás).

O espaço traseiro é adequado para duas pessoas. Fica inviável acomodar uma terceira, pois o túnel central é muito alto. Há um console retrátil para quem viaja atrás, com dois porta-copos.

Uma das poucas tecnologias de assistência que o A3 Sportback tem é o sistema de auxílio ao estacionamento. Ele pode ser acionado inclusive quando a manobra já está em andamento - caso o motorista comece uma baliza, por exemplo, e perceba que não consegue concluí-la.

Controlador de velocidade adaptativo, leitor de faixas e sensor de ponto cego, para citar alguns exemplos, não estão disponíveis. Segundo a Audi, essa ausência é por causa da crise de semicondutores, que afeta a produção mundial e prejudica a oferta de alguns itens. A marca pretende incorporar em breve essas assistências à linha A3.

Desempenho

O A3 Sportback Performance Black é, literalmente, um foguetinho de bolso. O motor 2.0 casa muito bem com a proposta do carro e oferece 32,6 mkgf de torque a apenas 1.500 rpm. O câmbio S tronic, com uma embreagem para as marchas ímpares e outra para as pares, faz as trocas sem engasgos e com muita rapidez.

Com isso, o A3, que tem tração dianteira, tem muita agilidade em retomadas de velocidade e acelerações rápidas. É eficiente nas ultrapassagens e oferece desenvoltura no trânsito. De acordo com informações da Audi, acelera de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos e atinge 248 km/h de velocidade máxima.

O carro tem modos de condução para se comportar de forma mais econômica, confortável ou esportiva. Essa funcionalidade adapta as respostas do conjunto motor-câmbio e da direção.

Se em alguns modelos da Audi, como no Q5, não há grande mudança na resposta da direção entre os modos confortável e esportivo, no A3 essa alteração se faz mais sensível. O peso do componente em alta velocidade é ideal, e as curvas são feitas com agilidade e segurança. Nessa condição, a rolagem de carroceria é nula.