Acadêmicos do Baixo Augusta leva 1 milhão de pessoas para o Centro de SP
Mateus Araújo
Colaboração para o UOL, em São Paulo
04/02/2018 19h01
O maior bloco de São Paulo, o Acadêmicos do Baixo Augusta, reuniu 1 milhão de pessoas na rua da Consolação, na tarde deste domingo (4). O número foi divulgado pelos organizadores da agremiação, cujo desfile levantou como tema "É Proibido Proibir". A Prefeitura de São Paulo só divulgará um balanço oficial com o público dos blocos de pré-Carnaval na segunda-feira (5).
"Quanto mais disserem 'não', mais diremos 'Carnaval'. Contra proibição, Carnaval; contra o racismo, Carnaval; contra o machismo, Carnaval; contra censura, Carnaval; contra a homofobia, Carnaval”, disse o presidente do bloco, Alê Youssef, no início do desfile.
A expectativa do bloco era alcançar um público de 1 milhão até 2020, número que foi alcançado neste ano. Ao som de samba, axé e até rock e sertanejo, cantado por nomes como Simoninha, Lecy Brandão, Emanuele Araújo, Júlio Andrade e Maria Rita, as pessoas se espremeram ao longo da rua da Consolação.
Dentro de um seleto cordão de isolamento, artistas e convidados também se esbaldaram. Rainha do Baixo Augusta, a atriz Alessandra Negrini vestiu uma fantasia de Iansã, em defesa à liberdade religiosa. "Iansã é uma mulher guerreira, mulher de luta. Vim assim em homenagem às religiões de matriz afro, que têm sido muito perseguidas", explicou.
O ator Daniel de Oliveira veio pela primeira vez para o Baixo Augusta e, segundo ele, adorou a experiência. “Vim de Salvador, da festa de Iemanjá, para cá. É muito bonito ver isso. Carnaval tem que ser na rua, qualquer rua”, disse.
Já para a cantora Tulipa Ruiz, estar na rua é um ato de resistência. "Neste tempo de tanto retrocesso, a gente precisa cantar junto ‘É proibido proibir."
No final do desfile, a cantora Maria Rita entoou o clássico da MPB "Como Nossos Pais", em ato que marcou a inauguração de um enorme painel pintado na fachada da sede do bloco, na praça Roosevelt.
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