"Falo muitas", diz Chico Pinheiro sobre besteiras ao vivo no Carnaval
Natália Guaratto
Do UOL, em São Paulo
23/02/2017 17h02
Graças a Deus está chegando a sexta-feira e Chico Pinheiro vai comentar o Carnaval. A partir das 23h15, o jornalista entra ao vivo pela TV Globo diretamente do sambódromo do Anhembi para transmitir o desfile das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo.
Em entrevista ao UOL, Pinheiro que cobre o Carnaval paulistano há 16 anos, admitiu falar muitas besteiras durante as nove horas que fica ao vivo. Para ele, não há nenhum problema em cometer gafes. Como bom usuário do Twitter, ele já espera virar meme na internet.
"As redes sociais são parceiras muito interessantes. Muita gente fica assistindo Carnaval para pegar uma derrapada e tentar converter isso num meme”, diz Pinheiro. “Já outras assistem para pegar o lado positivo e também transformar num meme. O negócio é você caminhar no meio disso e interagir”, completa.
“Gafes e micos são inevitáveis”
Por falta de tempo, o apresentador não pode visitar os barracões das agremiações como sempre faz. Este ano, ele vai confiar no que leu na internet e no time de comentaristas escalado pela Globo.
Além de Pinheiro, Monalisa Perrone, Ailton Graça, Celso Viafora e Alemão do Cavaco serão responsáveis por traduzir os enredos para os telespectadores.
“Gafes e micos são inevitáveis. É praticamente impossível você entrar no ar às 11 da noite na sexta-feira e sair às 7 da manhã do sábado sem falar besteira”, admite.
“É natural do ser humano falar besteiras e eu falo muitas. Claro que a experiência de muitos anos de profissão te protege um pouco disso. E é muito engraçado. Agora quando a gente comete uma gafe, as redes sociais imediatamente reagem com toda a firmeza. Mas a gente procura mostrar que somos pessoas normais, pessoas comuns. Todo mundo está sujeito a falar bobagens”, diz o jornalista.
“Acham que a gente vai tomar cerveja”
Aos 63 anos e 37 de jornalismo, Pinheiro diz que muitas pessoas ainda acham que a cobertura do Carnaval permite que os profissionais entrem no clima da folia.
“A gente tem que estar antenado naquilo o tempo todo. Isso exige uma concentração muito grande. Tem o sono e tem o fato de que você tem que descobrir em cada escola aquilo que você acha relevante para mostrar”, conta o jornalista.
Pinheiro diz que a tensão é permanente e que dificilmente há espaço para relaxar. "As pessoas acham que a gente vai tomar cerveja. Se você beber, você está ferrado. Se eu tomar uma cerveja ali, mesmo que seja pouco, vai chegar 3 da manhã eu já vou estar pedindo cama. Não dá, não dá para desviar a atenção, não dá para relaxar”, continua.
Outra dificuldade da transmissão da Globo, conta o jornalista, é combater o sono, mas ele diz já estar acostumado. Já para os foliões que vão acompanhar o Carnaval do sofá, o jornalista garante que vai tentar interagir na internet e pede que os espectadores mandem sugestões.
“É uma festa que está sendo transmitida para você. Mas se está com sono, dorme. Espero não deixar ninguém dormir. Nós torcemos para que ninguém durma, porque cochilou, perdeu”.