Retatrutida: saiba previsão de conclusão dos estudos sobre novo remédio

A retatrutida, novo medicamento em teste para o tratamento da obesidade, deve ter a fase 3 dos estudos concluída em fevereiro de 2026. Não há previsão, contudo, para que o remédio seja disponibilizado para venda.

A conclusão dos estudos não significa que o remédio chegará às prateleiras logo em seguida. O medicamento ainda passará por outros processos de controle e autorização antes de ser comercializado.

A chegada ao Brasil, inclusive, deve levar ainda mais tempo. Os laboratórios internacionais, em geral, lançam primeiro seus novos medicamentos em outros mercados, como EUA e Europa.

Efeito de bariátrica

Os primeiros resultados dos testes com a retatrutida têm sido promissores, com efeitos comparáveis aos da cirurgia bariátrica.

A dose máxima do medicamento demonstrou uma perda média de peso de 24,2% após 48 semanas de uso semanal. Essa eficácia é considerada inédita em um estudo com duração inferior a um ano para o tratamento da obesidade.

Além da perda de peso, estudos também indicaram que a retatrutida pode ter benefícios na redução da gordura no fígado e no tratamento do diabetes tipo 2.

A retatrutida atua ligando-se a três receptores hormonais: GLP1, GIP e glucagon. Esses receptores desempenham papéis importantes na regulação do apetite e no metabolismo de gorduras no corpo.

O estudo envolveu 338 adultos com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30, ou com IMC entre 27 e 30, que tinham pelo menos uma condição de saúde relacionada ao peso.

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Eles foram randomicamente divididos para receber diferentes doses de retatrutida subcutânea ou um placebo ao longo de 48 semanas.

Já com 24 semanas de estudo, foi observada uma redução de peso que continuou até o final da pesquisa.

Os resultados dos testes demonstraram que a retatrutida levou a uma redução significativa de peso após 48 semanas, com percentuais de perda variando de acordo com a dose administrada.

Os efeitos colaterais mais comuns foram náusea, diarreia, vômito e constipação, todos considerados de leve a moderada intensidade.

Embora os resultados sejam promissores, o artigo publicado no The New England Journal of Medicine ressalta a necessidade de estudos maiores para avaliar a segurança, eficácia comparativa e os riscos e benefícios da retatrutida em adultos com obesidade.

Além disso, outro estudo, publicado no The Lancet, avaliou o efeito da retatrutida no tratamento do diabetes tipo 2. Todas as doses testadas tiveram resultados superiores ao placebo após 24 semanas, com destaque para a redução de 2,02% na hemoglobina glicada no grupo que recebeu a maior dose. Também foi observada uma redução de peso de até 16,94% ao final do estudo de 36 semanas.

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Um terceiro estudo investigou a capacidade da retatrutida de reduzir a gordura no fígado, com resultados positivos, especialmente nas doses mais altas de 8 mg e 12 mg, ao fim de 24 semanas de estudo.

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