Thiago Paulino e Lorena Spoladore são prata em Kobe

Sem douradas para o Brasil no oitavo dia  de disputas do Mundial de Atletismo Paralímpico em Kobe. Nesta manhã de sexta-feira (24), três brasileiros foram ao pódio no Japão, mas, pela primeira vez, não tivemos medalhas de ouro. Destaques, então, para o paulista Thiago Paulino, prata no arremesso de peso F57 (que competem sentados), a paranaense Lorena Spoladore, também na segunda colocação no salto em distância T11 (deficiência visual), e a mineira Izabela Campos, bronze no lançamento de disco F11 (deficiência visual)

Restando apenas um dia para o término da competição, a Seleção Brasileira de atletismo tem em Kobe a sua melhor campanha dourada na história dos Mundiais, com 18 vitórias, superando as 16 registradas em Lyon 2013, que até então era o recorde do país. Com isso, o Brasil se manteve na segunda posição do quadro geral de medalhas, com 18 ouros, 11 pratas e sete bronzes. A líder é a China, com 26 ouros, 26 pratas e 21 bronzes.

Pratas para Thiago e Lorena

O paulista Thiago Paulino fez uma boa prova final no arremesso de peso F57. O brasileiro ultrapassou a marca de 15 metros em três das seis tentativas, e se manteve na segunda colocação com uma distância confortável. Com a marca de 15,08m, Thiago ficou atrás somente do recordista mundial Yasin Khosravi, do Irã, que anotou 15,83m.  Esta foi a quinta medalha dele em Mundiais de atletismo, sendo três ouros e duas pratas. Em Paris 2023, ele havia ficado na mesma colocação na prova.  

"Fico muito contente. Com meus 38 anos, conseguir essa medalha de prata em uma classe que é muito competitiva, aparecendo sempre novos atletas. Não estou muito acostumado com a medalha de prata, é um sentimento estranho, mas o iraniano teve méritos. Agora vamos definir essa hegemonia com ele nos Jogos de Paris 2024. É o melhor começo de ano da minha carreira. Fiz o maior arremesso da minha carreira [15,27m] neste ano, e volto para o Brasil querendo trabalhar mais ainda", afirmou Thiago Paulino.

Lorena Spoladore também repetiu o mesmo resultado que obteve em Paris 2023 e conquistou novamente com a medalha de prata no salto em distância T11. Ela fez a sua melhor marca na temporada (4,95m) e ficou atrás somente da uzbeque Asila Mirzayorova, que fez 5,18m. Foi a segunda medalha da paranaense em Kobe, após o bronze nos 100m T11. Além disso, chegou também à sua sétima em Mundiais na carreira, sendo um ouro, três pratas e três bronzes.

"É muito gratificante sair desse Mundial com duas medalhas. Por tudo que passamos na carreira, mas quando a gente supera os obstáculos, a medalha tem um gosto muito mais especial. Essa medalha é muito importante para mim porque foi nessa prova que fui descoberta na minha carreira no cenário mundial", justificou Lorena Spoladore.

Bronze para Izabela

Já a mineira Izabela Campos participou de duas finais entre a noite dessa quinta-feira (no Brasil), 23, e a manhã desta sexta-feira, 24. Na sua segunda final na competição, Izabela conseguiu ficar no pódio do lançamento de disco F11 ao conquistar o bronze com a marca de 36,84m. Essa foi a sexta medalha em Mundiais da atleta nascida em Belo Horizonte, sendo uma prata e cinco bronzes, desde Lyon 2013. A China fez dobradinha, com Liangmin Zhang (prata, com 38,62m) e Enhui Xue (ouro, com 40,24m).

Horas antes, pela manhã no Japão, ela havia disputado a final do arremesso de peso F12 (deficiência visual), na qual terminou na sexta colocação, com 10,12m, sua maior distância atingida na temporada. "Essa medalha tem um significado muito forte para mim. Mostra que estou no caminho certo para os Jogos Paralímpicos. Vamos ajustar alguns detalhes para chegar bem em Paris", apontou Izabela, vítima de sarampo aos seis anos e que perdeu a visão progressivamente até não enxergar mais aos 15.

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