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ReportagemEsporte

Laura leva virada após chuva e cai para top 20 na estreia em Roland Garros

(colaborou Rubens Lisboa)

Na primeira partida de sua carreira na chave principal de Roland Garros, Laura Pigossi precisou usar todos seus recursos para encarar a número 20 do mundo, Marta Kostyuk. A brasileira de 29 anos provocou longas trocas de bola, usou bolas altas, atacou quando pôde e usou variações que deixavam a rival desconfortável com frequência. Laura correu, gritou e lutou. Chegou a abrir 4/0 no terceiro set e esteve perto da vitória, mas a chuva interrompeu a partida e o bom momento da brasileira. Após a paralisação, Kostyuk reagiu, venceu quatro games seguidos e virou o jogo, triunfando por 7/5, 6/7(4) e 6/4.

Para Laura, medalhista de bronze nas duplas nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, a partida deste domingo significava sua estreia na chave principal de Roland Garros. A atual número 2 do Brasil e 119 do mundo vinha de três vitórias no qualifying.

Para Kostyuk, que faz sua quinta aparição na chave principal, a vitória encerrou uma série de três derrotas no torneio. Ela não vencia no saibro de Paris desde a terceira rodada do torneio de 2021. Em 2022 e 2023, Kostyuk não passou da estreia. Ela agora vai enfrentar a croata Donna Vekic (#40) na segunda rodada.

Em números

Pigossi tentava se tornar a 10ª brasileira da história a vencer uma partida na chave feminina de Roland Garros.

Uma brasileira de fora do top 100 não vence em Roland Garros desde Dadá Vieira, em 1989. Naquele ano, Dadá era #106 do ranking e, assim como Pigossi em 2024, passou pelo qualifying e estreou contra uma top 20 (Hana Mandlikova, #19 na época).

As nove brasileiras que já venceram na chave principal de Roland Garros são Maria Esther Bueno, Mary Habicht, Patricia Medrado, Claudia Monteiro, Niege Dias, Luciana Corsato, Andrea 'Dadá' Vieira, Teliana Pereira e Beatriz Haddad Maia.

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Os momentos-chave

Pigossi começou a partida mais precisa e intensa do que Kostyuk, e aproveitou para conseguir uma quebra de vantagem. A brasileira teve a dianteira até sacar em 4/2, quando a ucraniana devolveu a quebra.

No 12º game, sacando em 5/6, Laura cometeu um erro não forçado (uma direita longa) e duas duplas faltas seguidas. Kostyuk, então, atacou no ponto seguinte e converteu seu primeiro set point para fazer 7/5.

Pigossi quebrou o saque de Kostyuk três vezes no segundo set - no primeiro, no sétimo e no 11º games. A ucraniana, contudo, devolveu as quebras logo em seguida: no segundo, no oitavo e no 12º games.

No tie-break do segundo set, a história se inverteu. Quem saiu na frente foi Kostyuk, que teve 3/1 e saque de vantagem. A brasileira, então, fez um resto de game impecável, quase sem errar e movimentando a rival de um lado para o outro da quadra. A ucraniana cometeu seguidos erros, e Pigossi virou o placar, abrindo 6/3 e, pouco depois, fechando em 7/6(4).

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Quando o terceiro set começou, o momento era todo da brasileira. Laura se mostrava intensa e cheia de motivação, enquanto Kostyuk parecia frustrada e não tão bem fisicamente. Pigossi aproveitou, começou mais um set com uma quebra de saque e, desta vez, ampliou a vantagem, abrindo 4/0.

Kostyuk devolveu uma das quebras e, quando o placar mostrava 4/2, começou a chover, e o jogo foi interrompido. No recomeço, Laura teve dois game points para abrir 5/2, mas viu Kostyuk disparar seguidos winners e conseguir devolver mais uma quebra. Pouco depois, empatou a partida em 4/4. O momento mudou, a ucraniana voltou a vencer um game de saque da brasileira e abriu 5/4.

O jogo foi paralisado mais uma vez, já que Pigossi pediu atendimento médico, mas Kostyuk não desperdiçou a chance de sacar para fechar a partida.

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