Opinião

Ninguém tem um currículo mais 'BMF' do que Rafael dos Anjos

Que me desculpem Jorge Masvidal e Justin Gaethje, os únicos atletas a conquistarem o cinturão BMF do UFC, mas o posto, caso fosse apontado unicamente pelos méritos no octógono, deveria ser de Rafael dos Anjos. E nenhuma luta deveria ser travada para a 'conquista' do título.

Aos 38 anos, RDA foi campeão dos pesos-leves (70 kg) do UFC, já disputou o cinturão dos meio-médios (77 kg), e é o atleta com mais horas de lutas disputadas no octógono na organização. Soma-se a isso o fato de ele estar no TOP 5 dos competidores com mais disputas no evento e de ser TOP 6 daqueles com mais vitórias. Nenhum dos candidatos ao título BMF chega perto do seu currículo.

Já que a sigla 'BMF', traduzida livremente do inglês, significa o lutador mais durão, Dos Anjos ainda dispara no quesito confronto direto. Nos quase 15 anos de UFC, ele já enfrentou nove rivais que ostentaram algum cinturão no evento, seja linear ou interino, nos leves ou meio-médios. Os feitos falam por si só.

Neste sábado, a derrota por pontos para Luque foi uma nova prova da valentia do atleta. Mais velho, menor e mais leve do que o oponente, RDA travou uma disputa acirrada ao longo de cinco assaltos, exigindo o máximo do rival, o número dez do ranking dos meio-médios do UFC.

Apesar das duas derrotas nas últimas três apresentações, Rafael ainda se mostra competitivo no alto nível do esporte. Distante de uma nova disputa de cinturão, o atleta pode, e merece, focar em duelos que mais façam sentido para o seu legado - além de sua conta bancária.

Que a busca pelo posto mais alto do esporte fique para a nova geração, e que o reconhecimento dos feitos do brasileiro não demore a chegar.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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