Conteúdo publicado há 7 meses

Sinal de celular, conta bancária: Como a polícia investiga sumiço de ator?

A Polícia Civil de São Paulo investiga o desaparecimento de Ricardo Merini, 37, desde o último dia 24 de outubro. Os amigos do ator procuraram as autoridades para comunicar o sumiço após notarem sua ausência em troca de mensagens.

O que aconteceu?

Em entrevista ao Brasil Urgente (Band), Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, explicou que a dificuldade na investigação do paradeiro de Ricardo começa pela demora na procura da polícia para informar o desaparecimento.

"Ele não respondia às mensagens da amiga desde 21/10 no meio da tarde, mas ela só vem fazer o boletim de desaparecimento no dia 24. Então, a gente perdeu 3 dias de investigação. São 3 dias de imagens que a gente podia ter captado, 3 dias do que aconteceu no trajeto que ele sai do apartamento com o celular na mão e vai, segundo outra amiga, para encontrar um colega, onde ele não chegou. Esses 3 dias prejudicam a investigação", iniciou.

Segundo a representante do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, a Polícia Civil não conseguiu imagens concretas das câmeras de segurança do local onde Ricardo morava. O fato acaba impedindo ter uma noção dos últimos passos do artista.

A amiga entra no apartamento e fala com a síndica. Essa porta estava aberta, ele havia chegado 2 ou 3 horas antes das imagens que a gente teve acesso com uma mala e essa mala está no apartamento. Pelo que ela conhece do apartamento, aparentemente não tem nada faltando. Então, ninguém furtou, tá do jeito que ele, provavelmente, deixou. Ele sai desse local e nós estamos aqui desde o dia 24 quando soubemos por volta de 12h, 13h.
Ivalda Aleixo, diretora do DHPP

"Foi perguntado no condomínio onde ele mora e não há problema nenhum [de relacionamento]. Os amigos mais próximos não disseram ou apontaram qualquer ameaça, desavença ou discussão. Qualquer inimizade declarada [de Ricardo] que eles tenham conhecimento", completou.

Além de não terem registro de roubo, a diretora do DHPP relatou que não conseguiu encontrar informações do paradeiro de Ricardo Merini nos contatos com hospitais, IMLs e até com seus familiares de Santa Catarina.

"Nós iniciamos as buscas, primeiramente, por hospitais estaduais e municipais. Estas buscas são feitas todos os dias desde então. O IML tinha uma pessoa que foi encontrada sem documentação, mas felizmente não era ele. A família dele era de Santa Catarina e ele costumava visitá-los de vez em quando. Já fizemos contato e ele não está em Santa Catarina", pontuou.

Pra onde ele foi? Ele tinha algum encontro? Agora esse é o nosso foco. Ele participava dessas redes de relacionamento? Será que marcou encontro com alguém? Tem alguém que desconhecemos nessa história toda. Ivalda Aleixo

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Ivalda confirmou que a Polícia Civil detectou o sinal do celular do ator em uma comunidade do Jaguaré, zona oeste de São Paulo. A investigação tenta descobrir se ele foi roubado próximo ao local e busca acessar às câmeras de segurança públicas e privadas para encontrar rastros do artista.

"Celular dele foi detectado [na comunidade]. A gente já pediu a quebra das contas bancárias. O que nós temos de informação é que não houve movimentação nos últimos dias. Então, isso também é bastante estranho. Ainda que estivesse com ele, não gastou nada? Essa informação nós recebemos agora há pouco. Agora, enquanto ao celular, estamos tentando verificar que mandem pra gente eventuais ligações que ele tenha feito, pra quem ele fez ou recebido. Como a maioria utiliza o WhatsApp, é mais difícil", finalizou.

Quem é Ricardo Merini?

O ator Ricardo Merini não passou por emissoras de TV durante a carreira. Ele atuou nos curta-metragens "Noite na Taverna" (2015) e "Asco" (2015), além de dublar na animação "O Coração do Príncipe" (2014).

Formado em atuação para TV e cinema pela escola de teatro Célia Helena, Ricardo também atuou na peça "Terror e Miséria no Terceiro Reich" (2012) e na websérie "Halls: Sensação que Inspira" (2014), segundo a agência que cuida da carreira do ator.

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