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Nadal sofre derrota dura em Roma, mas dá esperança sobre Roland Garros

Foi uma derrota dura. Rafael Nadal fez dois games equilibrados no começo do jogo contra Hubert Hurkacz, neste sábado, na segunda rodada do Masters 1000 de Roma, e foram 27 minutos (sim, dois games em 27 minutos!) em que o espanhol mostrou um bom nível de tênis, mas o polonês, atual #9 do mundo, logo passou a sacar melhor e abriu vantagem. Terminou com um triunfo tranquilo por 6/1 e 6/3 com direito a momentos em que Rafa se mostrou cabisbaixo e aparentemente sem encontrar soluções para mudar o cenário.

Se Roma era o momento de Rafa mostrar tudo que tinha e, baseado nisso, julgar se vale a pena ir a Roland Garros - e foi exatamente isto que o veterano declarou - o prognóstico não deveria ser dos mais animadores. Diante de um tenista da elite atual, Rafa não foi o melhor em quadra em momento nenhum. O encontro não valeu nem como teste físico, já que foram pouco mais de 90 minutos de duração.

O lado positivo para quem espera vê-lo mais uma vez no saibro de Paris veio na entrevista coletiva. Mesmo abatido pela derrota - e por como ela aconteceu - o veterano de 37 anos deixou as portas abertas. Mais do que isso: alimentou esperança com uma declaração otimista e que leva em conta sua história em Roland Garros:

"Há dois caminhos. Um é dizer 'okay, não estou jogando bem o bastante.' Então é o momento de decidir por não jogar Roland Garros. Outro é aceitar como estou hoje e trabalhar da maneira certa para tentar estar de outra maneira daqui a duas semanas. A decisão, como vocês podem imaginar, não está clara na minha cabeça hoje. Mas se preciso dizer a minha sensação e se minha cabeça está mais perto de uma coisa do que da outra, vou dizer que estarei em Roland Garros e tentarei meu melhor. Fisicamente, tenho alguns problemas, mas provavelmente não o suficiente para não jogar no evento mais importante da minha carreira tenística. Veremos o que vai acontecer, como vou me sentir mentalmente amanhã, depois de amanhã e daqui a uma semana. Se eu me sentir pronto, vou tentar estar lá e lugar pelas coisas que lutei nos últimos 15 anos, mesmo que agora pareça impossível."

Para Nadal, agora, resta uma corrida contra o tempo. Para calibrar seu tênis, colocar o corpo em dia e estar pronto - ou o mais perto possível disso - para jogar partidas em melhor de cinco sets uma última vez em Roland Garros. Um título, neste momento, parece mesmo impossível. Seria abuso cobrá-lo por mais um feito deste tamanho. Tudo indica que desta vez não haverá troféu com joelho lesionado, viradas improváveis ou um pé adormecido. E tudo bem.

A única certeza, no momento, é que se optar por competir uma última vez em Paris, seu tênis pode não estar no máximo do potencial, mas Rafa estará com o coração 100% presente e com seu espírito de luta a full. E isso vai bastar para que nós, fãs de tênis, celebremos até a última gota de suor.

Coisas que eu acho que acho:

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- Não houve festa nem cerimônia de despedida em quadra, mas o público de Roma se amontoou para gritar o nome de Rafa Nadal mais uma vez, logo depois da entrevista coletiva. Um adeus à altura de um gladiador. Bravo, Roma.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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