Reduzir drasticamente os carboidratos ingeridos é uma das estratégias mais clássicas para emagrecer.
Um exemplo desse método é a dieta cetogênica, que surgiu nos anos 1920 como tratamento para a epilepsia, ganhou fama pelos seus poderes na perda de peso na década de 1960 e foi evoluindo ao longo do tempo.
A eficácia da dieta é alta (nota 4,3 de 5), mas a custos altos: fisiologicamente, faz sentido diminuir o apetite através da produção dos corpos cetônicos, mas a dieta traz muitos efeitos colaterais importantes.
Funciona assim: ao reduzir esse nutriente, que é o principal fornecedor da glicose que dá energia para as células, o organismo busca outras fontes de combustível, principalmente a gordura, que é o nutriente mais ingerido na dieta cetogênica.
O processo, além de usar a gordura corporal, dá origem aos corpos cetônicos, moléculas que interferem nos hormônios envolvidos no apetite, como a grelina.
A cetose é o principal trunfo da dieta cetogênica, que pode variar em formato e limite de calorias ingeridas.
No geral, o consumo de carboidratos fica abaixo de 50 g ao dia. Para se ter ideia, normalmente nós ingerimos cerca de 200 g ou mais do nutriente diariamente.
Primeiro, é preciso conversar com um profissional para entender a necessidade energética, uma medida individual que leva em conta fatores como idade, sexo, peso atual, altura e nível de atividade física.
A partir daí, ele pode ou não estabelecer um limite de calorias diário. O cardápio não é pré-definido, mas sim adaptado aos gostos de cada um, e é composto de carnes, vegetais à vontade e gorduras de qualquer tipo.
Não há um número exato de refeições por dia, pois cada pessoa sente fome em momentos diferentes.
Para induzir a cetose, é preciso que o corpo passe um tempo em escassez de carboidratos. Por isso, a dieta tem duração mínima de 2 a 3 semanas, podendo chegar a 6 meses.
No geral, por conta da restrição severa, o programa dura por volta de 40 dias.
Na dieta cetogênica clássica, o consumo de carboidratos é baixo (entre 4% e 10% das calorias diárias) o de gorduras chega a 90% e não pode ser menor do que 60%, e o restante das calorias vêm das proteínas.
As verduras estão todas liberadas e a maioria dos legumes, mas vários vegetais tem que sair do prato, entre eles batatas, mandioca e a família das leguminosas: feijão, soja, lentilha, ervilha etc.
As frutas 100% permitidas são abacate e coco, pois são fonte de gordura. No campo das gorduras, manteiga, castanhas, azeite, castanhas e banha de porco também entram no cardápio.
Além destes, carnes, peixes, frango, ovo, queijos, iogurte e açaí completam a lista dos liberados. As únicas bebidas que podem ser ingeridas são água, café e chá sem açúcar.
A dieta cetogênica é segura, mas com ressalvas. Ela não pode ser feita por tempo prolongado, pois é muito restritiva. Pessoas com diabetes ou hipertensão devem ficar atentas e quem tem doenças no fígado ou rim não pode seguir essa dieta.