Você sabia? Bar onde nasceu o bauru também inventou o 'é pique, é pique'

Por Glau Gasparetto e Thaís Lopes Aidar

Se o "Parabéns a você" é herança americana, adaptado para o português no início dos anos 1940, o coadjuvante musical das festinhas tem raiz bem brasileira.

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O coro do "É pique, é pique, é pique" nasceu em território paulista e tem uma relação direta com o famoso sanduíche bauru.

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Isso porque ambos surgiram dentro do icônico bar boêmio e restaurante Ponto Chic.

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A casa foi inaugurada no Largo do Paissandu em 1922, mesmo ano da Semana de Arte Moderna, evento cultural que abriu as portas para o movimento modernista no país.

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Não à toa, passou a ser reduto de artistas e intelectuais da época.

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A cerca de um quilômetro dali funcionava a Faculdade de Direito do Largo São Francisco -- hoje Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

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O Ponto Chic também foi adotado pelos estudantes e se tornou ponto de encontro das turmas para qualquer ocasião.

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O "é pique, é pique" que puxa o coro na verdade era uma referência ao barulho da tesoura de Ubirajara Martins, um dos acadêmicos.

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Frequentador assíduo, ele gostava de aparar o bigode ali mesmo, entre as mesas. Por gozação, seus amigos incluíram o som na letra.

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Já o verso "é hora, é hora" vem de uma parte obrigatória da vida boêmia: a cerveja gelada.

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Como na época as geladeiras eram insuficientes para resfriar a bebida, a turma precisou esperar até que barras de gelo fizessem o trabalho por meia hora.

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Já o "Rá-tim-bum" foi uma brincadeira com um visitante indiano, um rajá, que esteve na faculdade.

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Como seu nome soava algo parecido com Timbum, bastou combiná-lo com a primeira sílaba do título do governante para originar o rá-tim-bum que antecede as palmas finais.

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Além do pós-parabéns, o Ponto Chic coleciona histórias e lendas que permeiam a vida boêmia e a própria culinária paulistana.

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Afinal, foi ali que também nasceu o aclamado sanduíche bauru, hoje considerado Patrimônio Imaterial do Estado de São Paulo.

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Foi criado por um estudante de direito, o Casimiro Pinto Neto, que tinha o apelido de 'bauru' por ser natural da cidade no interior paulista.

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Publicado em 05 de janeiro de 2024.

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