Quando você recebe uma xícara do famoso café geisha toma um susto: ele é clarinho como um chá.
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Mas basta o primeiro gole para comprovar porque esta variedade está entre as mais caras do mundo. A bebida traz um dulçor suave que dispensa açúcar e exala aromas de flores e de frutas.
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O geisha é uma variedade rara de café, de origem etíope. Apesar de produzido em quinze países, é o Panamá que virou a "terra do geisha".
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Ele foi introduzido na década de 1960 e depois esquecido. A redescoberta aconteceu em 2004. Após ser vendido a um valor absurdamente alto, os produtores se uniram para fazer a plantação vingar. E descobriram que estavam no lugar perfeito para isso.
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A bucólica Boquete, nas chamadas Tierras Altas da província de Chiquirí, está aos pés do vulcão Barú, o ponto mais alto do Panamá, com 3.475 metros e quase sempre escondido pelas nuvens.
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O terroir para o geisha é favorecido pela altitude acima de 1.200 metros, pelo solo vulcânico rico em minerais e pela floresta virgem.
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Também conta pontos a posição geográfica do Panamá, cuja curta distância entre o oceano Pacífico e o Mar do Caribe proporciona ventos em diferentes direções e amplitude térmica.
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"Descobrimos aqui na região de Boquete o que podemos chamar de unicórnio dos cafés"
Maria Pilar Esquivel, guia da fazenda Don Pepe
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"O geisha cresce lentamente e tem raízes menores. Com maior tempo de desenvolvimento, o sabor vem com mais detalhes", completa a guia, enquanto mostra as etapas desse processo na planta.
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O resultado? Em 2022, a fazenda Lamastus Family's Elida State vendeu o café mais caro do mundo. A libra do grão verde foi leiloada a US$ 6.034, o que equivale a US$ 13.408 o quilo -- mais de R$ 65 mil.
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A cultura do café virou um dos atrativos de Boquete, com diversas lojas especializadas na avenida principal e cafeterias com decoração temática.
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Mas o passeio imperdível é uma visita às fazendas produtoras. Uma das mais antigas é a Don Pepe, que há mais de 100 anos (e ao longo de 4 gerações) dedica-se ao cultivo do café.
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No tour que percorre as plantações no sopé do vulcão Barú, aprende-se sobre os diferenciais dos cafés panamenhos, desde o plantio até a secagem dos grãos.
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Ao final, os visitantes podem participar de uma degustação dos setes tipos de café da Don Pepe, inclusive o geisha, chamado por eles de "o champanhe dos cafés".
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Outro lugar em Boquete para provar o geisha em grande estilo é o restaurante T'ACH, do Charlie Collins, um chef multipremiado que leva ingredientes locais à alta gastronomia.
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O café é preparado na mesa, com direito a um "ritual" que inclui medir a temperatura exata da água para ser servido no seu melhor ponto.
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Vale aproveitar o passeio e conhecer o hotel centenário do qual o restaurante faz parte. Com lindos jardins e arquitetura colonial, o Panamonte já recebeu personalidades como Ingmar Bergman e Richard Nixon.
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A fama do geisha do Panamá incentivou a criação do Circuito do Café, um novo roteiro turístico que envolve as fazendas produtoras e outras atividades de ecoturismo na região. Deu vontade de provar? Confira no link abaixo mais informações.