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A Pepeca tá ON

Uma viagem pela sexualidade feminina, conduzida por ela: a vulva!


De repente, orgasmo: como o corpo feminino chega ao ápice do prazer?

Priscila Carvalho

Colaboração para Universa

06/09/2021 08h00

Rita está transando e começa a vivenciar uma série de sensações — é o corpo se preparando para o ápice: o orgasmo. Com condução da Pepeca, interpretada por Maria Bopp, uma central de controle dá comandos para as áreas erógenas e demonstra como o organismo se prepara para essa onda de prazer.

Assim começa o quarto e último episódio de "A Pepeca tá ON", a websérie em animação de Universa sobre sexualidade feminina.

Afinal, o que é um orgasmo?
A definição de orgasmo é o momento de clímax do prazer sexual. De acordo com Nelly Kobayashi, ginecologista e sexóloga, caracteriza-se pela sensação de prazer físico, acompanhado por ações involuntárias. Ele pode ocorrer de diversas formas: pelo clitóris, pela vagina ou até sem nenhuma estimulação.

No caso das mulheres, esse conjunto de emoções não necessariamente vem junto com a ejaculação, também conhecida como squirting. Aliás, de acordo com as especialistas, uma pequena porcentagem do público feminino tem predisposição para esguichar o líquido. Por isso algumas mulheres ainda ficam em dúvida se realmente gozaram durante a relação sexual e até mesmo na masturbação.

E, embora filmes e livros façam parecer que há um padrão para o ápice do prazer, ele não é igual para todas. A terapeuta sexual Paula Napolitano, autora do livro "Sexplicando: sexualidade sem mitos e tabus", reforça que as sensações são únicas e varia muito de mulher para mulher.

Existem muitas intensidades e maneiras diferentes. Isso também é um dos mitos que fazem com que elas achem que nunca tiveram um orgasmo

E como não há regras para atingir o clímax, o ideal é não se cobrar, deixar que ele venha de maneira natural e sem nenhum tipo de pressão —seja sozinha ou acompanhada. "A mulher vai precisar descobrir o que faz o prazer aumentar. O tipo de toque e estímulo", compelta a terapeuta sexual.

Como saber que tive um orgasmo?
Muitas mulheres passam anos sem saber se realmente gozaram ou não. E se você está nesse time, saiba que é fácil identificar um orgasmo.

Quando o prazer extremo ocorre, o corpo dá sinais físicos e também sensoriais: a vagina fica mais lubrificada, os sentidos se confundem e a musculatura pélvica começa a se contrair. No pico máximo, os mamilos podem ficar mais rígidos e a sensação de aquecimento também é mais perceptível, já que há presença de sangue fluindo pelo corpo. Depois, vem o relaxamento, que é proporcionado pela endorfina e outros hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar.

Nada de estresse
A constatação de que o cérebro é o principal órgão sexual já é antiga. Contudo, existem inúmeros fatores que podem atrapalhar o processo e o emocional é um deles."É comum ter a ansiedade de desempenho e focar só no prazer do outro, o que é ruim. Várias coisas atrapalham para a mulher não conseguir ter um orgasmo", reforça a terapeuta sexual.

Outra causa comum é o uso de medicamentos, como antidepressivos e até alguns anticoncepcionais orais, que podem interferir na libido. Já doenças específicas ou até o estresse também contribuem durante o processo.

Há ainda os tabus impostos pela sociedade que impedem o público feminino de ter uma percepção maior do corpo. Dessa forma, é mais difícil se soltar e, consequentemente, se entregar completamente aos momentos de prazer. Para que isso não ocorra, é fundamental que as relações sexuais aconteçam quando as pessoas se sentem bem, confortáveis e com vontade de estar aí.

O diálogo também é um aliado. Se estiver acompanhada, vale conversar sobre sexo, apontar o que gosta e o que não gosta. No momento, também é uma boa ideia guiar o parceiro ou parceira para obter as melhores sensações de cada toque.

Está sozinha? Sem problemas! É hora de explorar o autoconhecimento com movimentos manuais, uso de acessórios e até produtos gostosos, como óleos de massagem, para se divertir e chegar lá.

Sobre a série "A Pepeca tá ON"

Os episódios "O Mapa da Vulva", "Menstrualândia" e "Forever Contraceptivos" foram publicados no Instagram, YouTube e site de Universa.

Ainda fazem parte do especial uma série de 16 reportagens, algumas já disponíveis na seção Papo de Vagina, sobre saúde íntima, sexo, autoconhecimento e autoestima. Destaque para a tendência do PPKare, o mercado do bem-estar íntimo e sexual care que chegou com força ao Brasil durante a pandemia, e os detalhes do lançamento do livro "Nossos Corpos por Nós Mesmas", considerado a Bíblia da saúde sexual feminina e um clássico feminista, que demorou 50 anos para ter tradução brasileira.

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