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A Pepeca tá ON

Uma viagem pela sexualidade feminina, conduzida por ela: a vulva!


Menstrualândia: entenda como o ciclo menstrual mexe com o seu corpo

Priscila Carvalho

Colaboração para Universa

24/08/2021 08h00

Depois de um atraso no ciclo e preocupações relacionadas a uma possível gravidez, Rita acorda aliviada ao perceber que está menstruada. A partir daí, ela inicia um passeio pelo próprio ciclo a fim de compreender o que sente e acontece em cada período do mês.

Assim começa o segundo dos quatro episódios de "A Pepeca tá ON", websérie em animação de Universa sobre sexualidade feminina. A aventura é conduzida pela vulva de Rita, que é dublada pela atriz Maria Bopp. "Essa série fala sobre sexualidade de maneira leve e acessível. Eu, pelo menos, tenho muita vergonha de falar de sexo. A possibilidade que tive de falar, brincar e até gozar por áudio dando voz à Pepeca foi incrível e muito divertido", diz Maria.

Afinal, por que sangramos?

A menstruação ocorre por causa da descamação do endométrio, que é a camada interna do útero. Ao longo do ciclo, que dura aproximadamente 28 dias, esse tecido vai ficando mais espesso para acomodar uma possível gestação. E se a gravidez não ocorre, ele é eliminado e o sangue vem. O processo parece difícil de entender, mas não é tão complicado assim.

Na fase folicular, que começa no primeiro dia da menstruação, a produção dos hormônios folículos estimulantes (FSH) aumenta, provocando um amadurecimento dos óvulos. Nesta parte, os ovários aumentam a quantidade de estrogênio, que atua para revestir o útero para uma gravidez.

Por volta do 14º dia do ciclo, os níveis de estrogênio estão lá em cima e produzem o hormônio chamado luteinizante, que "seleciona" um óvulo para ser eliminado pelo ovário — nesta parte ocorre a ovulação.

Nos últimos 12 dias do ciclo, ocorre um aumento da progesterona, que prepara o endométrio para uma possível gestação. Em conjunto, o estrogênio continua atuando e, por isso, algumas pessoas se queixam de dores nos seios, mudanças de humor e retenção de líquido.

Quando não há fecundação, a produção de hormônios vai diminuindo até ocorrer a descamação do endométrio, iniciando a menstruação e, portanto, um novo ciclo. O atraso, por sua vez, nem sempre significa gravidez. Questões como estresse, perda ou ganho excessivo de peso, problemas hormonais e outras questões relacionadas à saúde íntima também interferem no calendário.

E como saber que ela está chegando?

Muitas pessoas com útero conseguem saber exatamente quando a menstruação está a caminho. Os primeiros indícios são os sintomas do transtorno disfórico pré-menstrual, a famosa TPM.

Nesta fase, ocorrem mudanças de humor e alguns sinais no corpo. "É comum sentir inchaço, até nos pés e nas mãos, em razão da retenção de líquidos", destaca Isa Prudente, médica ginecologista e diretora da Associação Bahiana de Medicina.

O que a cor diz sobre minha menstruação?

Durante o período menstrual, também é normal certa variação de cores do sangue. A mudança no tom não significa necessariamente uma doença.

O fluxo marrom, com aspecto de borra de café, pode evidenciar que já houve oxidação. Ele é mais comum nos primeiros e últimos dias da menstruação, por exemplo. O tom vermelho vivo mostra que o endométrio acabou de descamar. Em alguns casos, pode se manifestar em formatos de coágulos, com aparência mais espessa e gelatinosa. Já o sangue rosa claro pode indicar infecções provocadas por candidíase ou outros fungos. Vale procurar um ginecologista.

Mais do que se preocupar com a cor, é importante que a mulher perceba mudanças drásticas no fluxo. De acordo com a ginecologista Larissa Cassiano, especializada em gestação de alto risco pela USP (Universidade de São Paulo), quando há sangue em excesso, a alteração pode ser causada por miomas, pólipos e outras doenças que acometem o útero.

O uso de medicamentos também pode influenciar nesse aspecto. Os anti-inflamatórios, por exemplo, geram uma diminuição do sangue durante a menstruação. Já os anticoagulantes podem torar o sangue mais fino.

Mas e o odor?

O sangue que é expelido não tem cheiro. Mudanças suaves podem significar, mais uma vez, apenas a oxidação em contato com o ar. No entanto, quando há um odor muito forte e característico, acende o alerta para doenças.

A ginecologista reforça que cheiro de peixe ou carne podem indicar processos inflamatórios na região íntima da mulher. "Geralmente vem precedido de um corrimento antes da menstruação", diz. Quando isso ocorre, é fundamental procurar um médico e fazer exames ginecológicos para identificar qualquer tipo de alteração.

Sobre a série "A Pepeca tá ON"

Os episódios vão ao ar às terças-feiras, no Instagram, YouTube e site de Universa. No próximo, que será publicado em 31 de agosto, Rita vai passear por uma loja de departamento para conhecer os anticoncepcionais disponíveis no mercado. No último, O Mapa da Vulva, ela já conheceu cada estrutura do sistema reprodutor feminino, como a vagina.

Para aquecer a conversa, também fazem parte do especial uma série de 16 reportagens, algumas já disponíveis na seção Papo de Vagina, sobre saúde íntima, sexo, autoconhecimento e autoestima. Destaque para a tendência do PPKare, o mercado do bem-estar íntimo e sexual care que chegou com força ao Brasil durante a pandemia, e os detalhes do lançamento do livro "Nossos Corpos por Nós Mesmas", considerado a Bíblia da saúde sexual feminina e um clássico feminista, que demorou 50 anos para ter tradução brasileira.

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