Ratanabá: arqueólogo dá veredito sobre 'lenda da cidade perdida' na Amazônia

Por André Biernath - @andre_biernath - Da BBC News Brasil em Londres

A suposta descoberta de Ratanabá, uma cidade secreta na Amazônia, viralizou em 2022 nas redes sociais.

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As postagens alegavam que a cidade era gigantesca, "a capital do mundo" e escondia riquezas.

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Teorias da conspiração sugeriram ligações com homens poderosos na Amazônia e desaparecimentos.

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O arqueólogo Eduardo Goés Neves da USP avaliou a lenda como um "delírio" sem fundamento científico.

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A pesquisa na Amazônia revelou sítios de grande dimensão, mas não civilizações antigas ou tesouros.

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As datas mencionadas (350, 450 ou 600 milhões de anos) não fazem sentido na história geológica e biológica.

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Os ancestrais humanos mais antigos viveram há cerca de 6 milhões de anos.

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O Homo sapiens sapiens surgiu há cerca de 350 mil anos na África.

Philipp Gunz, MPI EVA Leipzig

A cidade não poderia ter existido há 350 milhões de anos.

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A alegação de que Ratanabá era maior que São Paulo não tem base nas evidências.

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Cidades históricas tinham populações muito menores do que a Grande São Paulo atual.

Bruno Kelly

A falta de rochas na Amazônia dificulta a arqueologia, que depende de objetos e vestígios orgânicos.

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Linhas retas e túneis encontrados não indicam civilizações antigas, mas provavelmente são formações naturais.

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Ratanabá pode servir como cortina de fumaça para desviar a atenção de problemas reais na Amazônia.

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Publicado em 19 de outubro de 2023.

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