Técnico Dórea e o campeão dos pesados do UFC Cigano dão entrevista coletiva em SP
21/11/2011 - 12h25
Cigano vislumbra chance futura no boxe, e técnico sonha com ouro no Rio-2016
Maurício Deho Em São Paulo
Cria de um técnico de boxe, o premiado Luiz Dórea, o brasileiro Júnior Cigano chegou ao título dos pesos pesados do UFC principalmente pelos punhos. Especialista na nobre arte e um nocauteador nato - como o ex-campeão Cain Velásquez sentiu na pele - o catarinense afirmou que um dia planeja tentar a sorte trocando os octógonos pelo quadrilátero. Se depender do seu mestre, a conquista ideal seria um ouro nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
"Quanto mais você alcança objetivos, maiores seus sonhos ficam. Quero sim me testar no boxe", afirmou o lutador de 27 anos, que começou a carreira lutando jiu-jítsu em Salvador, há apenas seis anos, mas se achou de fato no boxe. O pugilismo o levou ao MMA, já com Dórea, treinador famoso por levar Acelino "Popó" Freitas ao seu primeiro título mundial como profissional.
"Na academia eu treino muito boxe e vejo como um esporte que traz algo diferente. Você precisa estar mais solto e com velocidade. Se tiver a oportunidade, gostaria de tentar, mas primeiro quero é defender este cinturão aqui", completou ele, em entrevista coletiva em SP.
O próprio Cigano reitera que se arriscar no boxe ainda está longe de ocorrer. Por questões contratuais, o UFC não libera atletas para outras competições. Para lutar boxe, Cigano teria que primeiro se desvincular do UFC, o que está fora dos planos.
Para Dórea, Cigano poderia se tornar uma realidade no boxe, pelo que mostra no MMA e na sua preparação. "O que ele faz no peso pesado juntando força com movimentação é fora do comum. Ele se movimenta como um lutador leve. Teria chance de ganhar uma medalha no boxe olímpico e cinturão no profissional", disse o treinador que revelou seu grande sonho - conquistar uma medalha de ouro olímpica, quem sabe no Brasil.
"Ter o Cigano disputando o boxe nas Olimpíadas do Rio de Janeiro seria um sonho, mas hoje a prioridade é o MMA. Se um dia houver a chance ele poderia buscar o título", analisou o baiano, mentor de Popó e outros grandes nomes do pugilismo, como o campeão mundial Everton Lopes e Pedro Lima vencedor no Pan do Rio-2007.
O Brasil nunca teve uma tradição nos pesos pesados, ainda mais no boxe olímpico. Seria a chance de uma conquista inédita que ainda falta ao país - após o bronze de Servílio de Oliveira, há mais de quatro décadas, medalha solitária de brasileiros nos Jogos.