São Silvestre terá reunião para discutir medidas após morte

Rodrigo Mattos

Do UOL, de São Paulo

  • Reprodução/Facebook/Israel Cruz

    Israel Cruz, cadeirante morto durante a Corrida de São Silvestre

    Israel Cruz, cadeirante morto durante a Corrida de São Silvestre

O Comitê Organizador da São Silvestre realizará uma reunião para discutir a morte do cadeirante Israel Cruz Jackson de Barros, 41, em acidente durante a prova e ouvir sugestões de mudanças para a próxima edição da competição. Não há nenhuma decisão por enquanto em relação ao percurso da prova, segundo a assessoria da Yescom, organizadora do evento. Esse tipo de encontro é comum após a corrida, mas terá caráter especial por conta do óbito.

O encontro será na segunda quinzena de fevereiro, quando serão debatidos aspectos técnicos da prova, assim como eventuais ajustes necessários. Serão levados em conta a conclusão do laudo do IML (Instituto Médico Legal) e a perícia técnica "para novo posicionamento sobre a fatalidade", de acordo com os organizadores.

Na manhã do dia 31 de dezembro, o para-atleta sofreu uma acidente na descida da Major Natanel, chocando-se com o muro do Pacaembu. Foi levado ainda vivo para o Hospital Santa Casa de Misericórdia, onde não resistiu aos ferimentos e morreu.

Não está descartada uma mudança no trajeto, mas também não há planos neste sentido, disse a assessoria da organização. Essas questões só serão definidas após a reunião em que serão ouvidas sugestões inclusive da ADD (Associação Desportiva para Deficientes), que defende melhorias nas condições para os participantes da prova.

À "Folha de S. Paulo", ontem, o diretor técnico da São Silvestre, Manuel Arroyo, afirmara que não fazia sentido "mudar o percurso" por causa da morte do cadeirante. Segundo o comitê organizador da prova, todos os cadeirantes receberam orientações sobre o trajeto da prova, com especial atenção para a Major Nanael.

Representantes da ADD, no entanto, reclamaram que não existe um congresso técnico específico para os cadeirantes, como ocorre com os outros atletas. "Acho que poderia ter uma orientação para quem não conhece o trajeto. Explicar se a curva é grau 1, 2 ou 3 de dificuldade, por exemplo", contou o diretor técnico de atletismo da ADD, Eduardo Leonel.

A associação esperar levar reivindicações para a Yescom sobre medidas de segurança para a próxima prova. Além do congresso técnico, reivindica melhorias na sinalização de possíveis obstáculos no asfalto e fardos de fedo junto a muros. "Em Nova York, Miami e Lisboa, existe isso nas provas. No Brasil, não tem em nenhuma prova", observou.

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