São Silvestre

Água quente, apagão e falta de cachê põem prestígio da São Silvestre em xeque

Rafael Krieger

Do UOL, em São Paulo

  • Leandro Moraes/UOL

    "Muvuca" na largada dos atletas amadores na São Silvestre: postos serviram água quente

    "Muvuca" na largada dos atletas amadores na São Silvestre: postos serviram água quente

A Corrida de São Silvestre reuniu 25 mil participantes na véspera de Réveillon em São Paulo. Mas o calendário dos corredores de elite coíbe a presença de grandes nomes na tradicional prova do último dia do ano, data em que muitos já estão de férias e fora de forma. A falta de cachê para os profissionais também não ajuda, e como resultado o evento teve poucas atrações em 2012. Para piorar, falhas na organização fizeram até mesmo os amadores questionarem o prestígio da competição.

Ao final da prova, a principal reclamação dos participantes que pagaram R$ 120 pela inscrição foi a falta de água gelada nos postos de hidratação, como relatou o blogueiro Rodolfo Lucena, que presenciou a falha. Apesar de, pela primeira vez, a prova ser realizada de manhã, o calor acabou sendo mais um obstáculo. "Foi bom correr de manhã, mas estava mais quente do que eu esperava", relatou Giovani dos Santos, quarto colocado e melhor brasileiro.

Outros problemas que se repetiram foram a falta de orientação na distribuição das medalhas e as filas para os banheiros químicos, que chegaram a atravessar a avenida Paulista. Em compensação, o posto médico teve um efetivo mais do que suficiente para atender à demanda, e alguns enfermeiros até puderam assistir tranquilamente à passagem dos últimos corredores ao final da prova.

Para os profissionais, os principais problemas ainda são a data inadequada e a falta de incentivo financeiro para atrair atletas de ponta. "Seria bom pensar na questão do cachê. É um incentivo para o atleta, e acho que seria muito importante para a corrida", destacou Giovani dos Santos. A São Silvestre dá uma premiação de R$ 50 mil para o vencedor.

Falhas de organização também foram constatadas nos bastidores, com falta de espaço na sala de imprensa e um apagão que atrasou em cerca de 20 minutos o início da coletiva de imprensa no Teatro Gazeta. Enquanto isso, as cinco primeiras colocadas do feminino ficaram paradas no palco, esperando que a luz fosse acesa para que as câmeras pudessem registrar a entrevista.

A coletiva só começou quando os operadores de câmera concordaram em se aproximar do palco e usar seus próprios refletores, o que causou um pequeno tumulto entre os repórteres que tropeçavam nos fios enquanto tentavam fazer perguntas.

Apesar de tudo, a mudança da São Silvestre para o período da manhã foi muito elogiada por amadores e profissionais. Melhor brasileira em sexto lugar, Tatiele Carvalho destacou que o novo horário ajudou: "Com certeza, foi muito bom, porque os treinos geralmente são de manhã. Além disso, já acordamos na adrenalina. Se tem que esperar até as cinco da tarde para correr, ficamos mais nervosos". 

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