No Rio Grande do Sul, uma tragédia sem precedentes causou pelo menos 148 mortes e afetou mais de 2 milhões de pessoas, deixando bairros inteiros embaixo d'água.
Enquanto a segurança das pessoas e animais continua sendo a maior preocupação, as imagens dos veículos destruídos amontoados também chocam e levantam questões sobre o destino desses carros.
Após a água baixar, um dos desafios será o gerenciamento desse "mar de carros" que as enchentes deixaram para trás.
A experiência de outras grandes catástrofes naturais dá uma visão sobre o que pode acontecer.
A primeira etapa envolve a remoção desses veículos das áreas inundadas, um processo que exige uma coordenação logística extensa com maquinário pesado e múltiplos órgãos governamentais e de emergência.
Por exemplo, após o Furacão Katrina, em 2005, mais de 400 mil veículos foram afetados pelas águas em Nova Orleans e outras áreas da Costa do Golfo.
A remoção de carros submersos tornou-se uma operação gigantesca, com veículos sendo tirados e encaminhados para reciclagem devido a danos irreparáveis.
No Japão, o tsunami de 2011 levou a uma operação de limpeza de proporções sem precedentes, com milhares de veículos arrastados pelo mar ou destruídos pelas ondas.
Um ano após a tragédia, que destruiu ou danificou gravemente cerca de 383 mil automóveis, 37 mil carros ainda aguardavam reciclagem, amontoados.
Um problema encontrado no país é que os carros só poderiam ser enviados para reciclagem com autorização do dono, mas em muitos casos a identificação dos proprietários foi impossível.
No caso do Rio Grande do Sul, ainda não se tem ideia da quantidade de veículos afetados, e nem da gravidade dos casos.
A identificação dos proprietários dos carros deve ser uma prioridade quando as atividades começarem a ser retomadas nas cidades.
Os carros são inspecionados para determinar se podem ser recuperados ou se são considerados perda total.
Os veículos irrecuperáveis, muitas vezes, são enviados para reciclagem. Metais são reciclados e componentes perigosos, como baterias e fluidos, devem ser descartados de forma segura.