"Lula", documentário que os cineastas Oliver Stone e Rob Wilson preparam há vários anos sobre o presidente, finalmente teve sua primeira sessão para o público.
Exibido para o público do Festival de Cannes na noite deste domingo, o filme integra a mostra "Sessões Especiais" do evento e foi recebido de forma calorosa pelos espectadores.
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"Este filme é sobre uma pessoa muito especial no mundo hoje. Acho que ele é um dos únicos líderes que é da classe trabalhadora, que veio da base, que aprendeu a ler tarde", disse Oliver Stone, cineasta.
E completou: "Ele realmente lutou para ser quem ele é. E ele luta mais ainda no filme. Por favor, eu admiro este homem profundamente".
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Diretor de obras contundentes como "Platoon"(1986), JFK (1991), "Nascido em quatro de Julho", Stone sempre fez um cinema politizado e crítico aos grandes temas da sociedade estadunidense.
Em paralelo, também tem paixão por documentários e investiga as grandes questões do mundo e da América Latina em filmes como "Ao Sul da Fronteira.
18.mar.2024-Gabriela Biló/Folhapress
Em "Lula", Stone investiga o fenômeno de Luiz Inácio Lula da Silva como um político fora do comum, cuja trajetória, como o cineasta afirmou, nasceu na pobreza e tem uma trajetória de superação incomparável.
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"Lula" parte da infância de Lula em Pernambuco, conta sua chegada em São Paulo, o curso profissionalizante na adolescência, o acidente de trabalho que lhe custou um dedo e a entrada no movimento sindicalista até a criação do PT.
Definido como um "feel good movie" pelos produtores, "Lula" de fato apresenta uma narrativa que "faz sentir bem" ao final.
Ricardo Stuckert / 6.dev.2024-PR
Isso com a conclusão de que, depois de anos conturbados com a Lava Jato, o Impeachment de Dilma Rousseff, a prisão de Lula e a eleição de Jair Bolsonaro, retomou o curso da democracia.
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A plateia embarcou na proposta e, mesmo que sóbria, aplaudiu muito no final. Houve gritos de "obrigado" para Stone e equipe, e gritos de "Olê, olê, olá, Lula, Lula!".
"Vocês fizeram um ótimo trabalho", respondeu o cineasta agradecendo os brasileiros presentes.
Ainda que, pró Lula, o documentário toma o cuidado de contextualizar muito bem a história do Brasil recente, explicando o processo para uma plateia mais ampla que a brasileira.
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Entre outras análises, o filme também atribui a grande parte da mídia brasileira a responsabilidade de contribuir para o cenário de desinformação que tomou conta do País.
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Fato que desembocou no impeachment de Dilma Rousseff e na eleição de Bolsonaro.