"Fúria Primitiva" é exatamente o que Dev Patel havia planejado: um filme de ação intenso e violento, que entrelaça sua brutalidade vibrante com uma visão extravagante do abismo que costura o tecido social da Índia.
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O resultado é um ataque aos sentidos que, mesmo sem trilhar novos caminhos para o gênero, funciona.
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Grande parte do apelo vem da dedicação de Patel, ator de filmes como "Quem Quer Ser um Milionário?", "Lion" e "A Lenda do Cavaleiro Verde".
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"Fúria Primitiva" quase foi engavetado quando a Netflix não quis comprar a briga com o público indiano por seu conteúdo político explosivo.
O filme encontrou um salvador no produtor Jordan Peele, que por fim bancou o lançamento.
O comentário social permeia a narrativa ao lado da lenda de Hanuman, deus-macaco hindu que devorou o Sol por engano e é um dos grandes heróis do épico Ramayana.
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O elemento fantástico e as tradições culturais indianas temperam uma história de vingança tradicional, em que o protagonista passa por provações para ganhar as ferramentas em sua luta contra o mal.
Esse herói anônimo, chamado por vezes de Garoto, lapida suas habilidades em um ringue de lutas clandestino, onde beija a lona usando repetidamente a máscara do Homem-Macaco.
É sua maneira de lidar com seu trauma: quando criança, ele viu sua mãe e sua aldeia trucidados por homens da lei.
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Anos depois, Baba faz campanha para um partido político extremista que busca varrer todas as comunidades dos miseráveis e desassistidos.
Nesse ponto fica claro que a intenção de Dev Patel não é reinventar a roda, e sim reconstruí-la de acordo com sua sensibilidade.
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O Homem-Macaco vai perceber que sua busca por vingança é menos importante que os anseios de uma sociedade esmagada pela tirania, e aos poucos renasce como uma força para os oprimidos.
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Quando "Fúria Primitiva" pisa no acelerador, o espetáculo não é elegante e preciso como em "John Wick", trazendo mais semelhanças com as explosões de fúria em "Oldboy?.
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"Fúria Primitiva" pode não revolucionar o cinema de ação, mas traz estilo, personalidade e energia criativa aos baldes. Belíssima estreia de um diretor que precisamos ficar de olho.