UOL esporte

  • http://esporte.uol.com.br/futebol/copa-2014/ultimas-noticias/2011/08/05/custo-do-itaquerao-e-de-r-13-mil-por-assento-o-mais-alto-da-copa.htm
  • Custo do Itaquerão é de R$ 13 mil por assento, o mais alto da Copa; Maracanã é o segundo
  • 28/03/2024
  • UOL Esporte - Futebol
  • UOL Esporte
  • @UOLEsporte #UOL
  • 2
Tamanho da letra
O presidente corintiano Andrés Sanchez vai erguer o Itaquerão só com recursos públicos

O presidente corintiano Andrés Sanchez vai erguer o Itaquerão só com recursos públicos

05/08/2011 - 07h01

Custo do Itaquerão é de R$ 13 mil por assento, o mais alto da Copa; Maracanã é o segundo

Vinícius Segalla*
Em São Paulo

O Itaquerão, estádio do Corinthians que está sendo construído na zona Leste de São Paulo, já é líder em uma estatística na Copa do Mundo de 2014: a arena corintiana tem a pior relação entre preço e capacidade de público do Mundial. O custo total estimado da obra é de R$ 890 milhões. Como a arena terá capacidade para 68 mil pessoas, o valor final do Itaquerão é de R$ 13.088,23 por assento.

QUANTO CUSTAM AS ARENAS DA COPA

  Estádio Custo por assento (em R$)
Itaquerão (SP)
68 mil pessoas
Custo:
R$ 890 mi
13.088,23
Maracanã (RJ)*
76 mil pessoas
Custo:
R$ 931 mi
12.250
Arena Fonte Nova (BA)
60 mil pessoas
Custo:
R$ 591 mi
11.834
Arena da Amazônia (AM)
42 mil pessoas
Custo:
R$ 499,5 mi
11.272,85
Arena Pantanal (MT)
  43,6mil pessoas
Custo:
R$ 463 mi
10.619,26
Mané Garrincha (DF)
70 mil pessoas
Custo:
R$ 745,3 mi
10.497,18
Mineirão (MG)*
60 mil pessoas
Custo:
R$ 665,7 mi
10.401,56
Arena Pernambuco (PE)
46 mil pessoas
Custo:
R$ 465 mi
10.108,69
Estádio das Dunas (RN)
45 mil pessoas
Custo:
R$ 400 mi
8.888,88
Castelão (CE)*
  66mil pessoas
Custo:
R$ 518,6 mi
7.857,57
Beira-Rio (RS)*
61 mil pessoas
Custo:
R$ 290 mi
4.754
Arena da Baixada (PR)*
43,6 mil pessoas
Custo:
R$ 190 mi
4523,80
  • * Estádios já existentes e que estão sendo reformados
  • Fontes: construtoras, clubes e secretarias estaduais

Apesar de ser um bem privado, o Corinthians não vai tirar a mão do bolso até vê-lo totalmente concluído. É que uma parte do empreendimento será paga com um empréstimo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) de R$ 400 milhões, com juros subsidiados. Outra fatia será paga com bônus fiscais da prefeitura de São Paulo, no valor de R$ 420 milhões.

O governo do Estado de São Paulo, por sua vez, vai entrar com uma arquibancada que deverá custar, segundo a empreiteira que toma conta da obra, mais R$ 70 milhões. As autoridades estaduais, porém, fazem questão de pontuar que essas estruturas (20 mil lugares de arquibancada) serão patrimônio do povo paulista após a Copa, pois serão retiradas do estádio para que o governo as utilize como bem entender.

E a empreitada deverá ficar ainda mais cara. Há dois dutos de gás da Petrobras que passam pelo terreno do Itaquerão, e a empresa estatal informou que a obra para retirar os equipamentos de lá não sairá por menos de R$ 30 milhões. Ainda não se sabe, embora seja possível imaginar, quem vai pagar por isso.

O estádio que ocupa o segundo lugar na lista é o Maracanã, no Rio de Janeiro. Sua reforma está orçada, até agora, em R$ 931 milhões. Como a capacidade final da praça que receberá o jogo final da Copa será de 76 mil lugares, cada assento custará R$ 12.250,00.

Ainda que seja mais "barato" que o assento do Itaquerão, seu valor pode ser considerado muito acima da média, uma vez que o Maracanã já está de pé, e as obras são apenas de reforma, e não construção. A título de comparação, os outros quatro estádios que já existem e estão passando por obras de modernização para receber as partidas da Copa estão mais abaixo na lista de 12 arenas: o 7º é o Mineirão (R$ 10.401,56), o Castelão é o 10º (R$ 8.638,10), o Beira-Rio (R$ 4.754) o 11º e a Arena da Baixada (R$ 4.523,80) a 12ª. Isso significa que a reforma do Maracanã vai custar mais caro que a construção integral de seis arenas da Copa. 

Os dois estádios que terão o menor custo por assento são o Beira-Rio, propriedade do Internacional de Porto Alegre (RS), e a Arena da Baixada, pertencente ao Atlético Paranaense. As duas obras são também as que utilizam a menor quantidade de recursos públicos. O clube do Paraná deverá tomar um empréstimo de R$ 90 milhões com o BNDES, e este negócio já está sob a análise do Tribunal de Contas do Estado. Já o Inter-RS pretende reformar seu estádio sem um centavo de dinheiro público.

Nas demais obras, surpreende a posição das arenas de Manaus e Cuiabá no ranking. Capitais de estados que não possuem times profissionais na elite do futebol brasileiro, elas gastarão R$ 11.272,85 e R$ 10.619,26 por assento, respectivamente, número superior ao de Brasília e Belo Horizonte, por exemplo. 

A capital federal e a principal cidade de Minas Gerais estão entre as sedes que pleiteiam receber a abertura da Copa do Mundo de 2014. Por exigência da Fifa, esses estádios têm de ter uma capacidade maior que a dos demais. 

* Colaborou Bruno Doro

Placar UOL no iPhone