O programa Pânico e a Rede Bandeirantes foram condenados em segunda instância a indenizar em R$ 50 mil um rapaz vítima de uma pegadinha erótica.
Em setembro de 2016, quando o programa era ainda exibido pela Band, o jovem, que trabalhava como operador de telemarketing, foi seduzido em um bar por uma atriz.
Em seguida, foi levado para a "casa" dela após ingerir muita bebida alcoólica. Ele não sabia, mas tudo estava sendo gravado.
Nas cenas levadas ao ar pelo Pânico, ele dança de cuecas, imita um lobo e, a pedido da atriz, faz flexões "para mostrar como é forte". Também lambe os pés da mulher.
Em dado momento, tenta ir embora, mas a atriz diz que vai tirar a blusa, e ele retorna.
"O autor [do processo] foi vítima de constrangimento ilegal", disseram à Justiça os advogados Sérgio Octávio e Adriana Alcarpe, que os representam. "Ele foi humilhado."
Na ação, os advogados ressaltam que, durante a exibição das cenas, os apresentadores o chamavam de "ridículo" e faziam piada sobre o seu estado etílico.
"Esse cara tá muito zoado (...) vocês deram muita cachaça para ele?", disse o humorista Carioca (Márvio Lúcio) na gravação.
A PNC Eventos e Produções Ltda, produtora responsável pelo programa, declarou à Justiça que tudo não passou de uma "brincadeira" e que não causou danos aos envolvidos.
A empresa, que tem como sócio o apresentador Emílio Surita e Antônio Carvalho Filho, disse que, ao final da gravação, o operador de telemarketing foi avisado de que se tratava de uma "pegadinha".
Reprodução/YouTube/Jovem Pan
Ele teria autorizado a exibição. O mesmo argumento foi utilizado pela Band na defesa apresentada à Justiça.
A Band questionou também o fato de o rapaz ter demorado três anos para abrir o processo judicial, "o que causa estranheza".
A Justiça rejeitou a argumentação ressaltando que, ao assinar a autorização, ele ainda estava sob efeito da bebida alcoólica.
O valor da condenação (R$ 50 mil) ainda será acrescido de juros e correção monetária. A produtora do Pânico e a Band ainda podem apresentar novo recurso.