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11/10/2011 - 06h01

Polícia Federal tem 90 dias para investigar Ricardo Teixeira por lavagem de dinheiro

Roberto Pereira de Souza
Em São Paulo

O superintendente da Polícia Federal  no Rio de Janeiro, Valmir Lemos de Oliveira, tem prazo de 90 dias para abrir e concluir investigação contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol,  Ricardo Teixeira, por evasão de divisas e formação de quadrilha.

Além de dirigir a CBF e o Comitê Organizador Local da Copa 2014, Teixeira dirige empresas como a Sanud e a RLJ Participações. Desde o final dos 1990, essas duas empresas são suspeitas de lavagem de dinheiro.

Há suspeitas de que outras empresas teriam sido usadas na Suíça  e Liechtenstein (também paraíso fiscal) com nomes bizarros como Wando, Beleza e Sicuretta em mais um esquema de captação e transferência de dinheiro ilegal.

Sanud, Wando e Beleza, Sicuretta, Renford e Gilmark fazem parte de uma lista de cerca de 20 empresas denunciadas pela Justiça suíça, em 2010, por envolvimento em operações de suborno internacional, na compra de votos para escolha de países-sede de copas do mundo.

Ricardo Teixeira e João Havelange, que presidiu a Fifa de 1974  a 1998, estariam envolvidos nos repasses de propina, segundo apuração do jornalista inglês, Andrew Jennings, autor do livro “Jogo Sujo”, que teve acesso aos documentos.

O pedido de abertura de inquérito policial foi feito pelo Procurador da República, Marcelo Freire, especialista na área criminal e que acompanha as atividades de Ricardo Teixeira desde a CPI do Futebol. Várias operações financeiras realizadas por Teixeira e por seus familiares foram analisadas pelos senadores na investigação parlamentar concluída entre 2000 e 2002.

O ofício assinado pelo procurador Freire menciona dados obtidos durante a investigação da CPI do Futebol e nas investigações realizadas pela Justiça suíça. Os suíços denunciaram vários dirigentes da Fifa em recebimento de propinas entre 1998 os anos 2000.

Em seu livro, Andrew Jennings relata os detalhes das apurações e inclui o fato que originou o pedido de investigação do MPF no Rio de Janeiro: o presidente da CBF e seu sogro João Havelange, estariam envolvidos nas denúncias de suborno e teriam devolvido cerca de US$ 9 milhões ao juiz suíço que preside a ação penal.

O envolvimento de Havelange remontaria ao tempo em que a International Sports Leisure, conhecida por ISL, detinha todos os direitos de transmissão dos jogos da Fifa, durante os anos 90.

 Metade da ISL era da Adidas e a outra metade pertencia à gigante japonesa,  Dentsu.  Com a falência da ISL, a Dentsu assumiu a parte boa da empresa: os direitos mundiais de transmissão dos principais eventos da Fifa.

Como o Brasil mantém convênio de investigação com a Suíça, todas as provas contra os envolvidos serão requeridas pelo Ministério da Justiça e pelo Ministério das Relações Exteriores. Essas provas podem comprovar ou não se Ricardo Teixeira cometeu crime de evasão de divisas e formação de quadrilha, como suspeita o Ministério Público Federal.

O procurador Marcelo Freire não quer dar entrevistas sobre o assunto até que  as investigações avancem sobre duas empresas de Teixeira: a RLJ Participações  e a Sanud.

 Na época da CPI do Senado,  Teixeira pediu empréstimo de US$ 39 milhões em nome da Confederação Brasileira de Futebol. O dinheiro foi intermediado pelo Delta Bank, dirigido no Exterior por banqueiros brasileiros. Teixeira assinou como tomador e como fiador do empréstimo, o que despertou a suspeita dos senadores que o investigaram. Além disso, Teixeira aceitou “pagar” juros de 49% ao ano, quando a taxa americana não passava de 2%, no varejo anual.

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