Ricardo Teixeira, presidente da CBF, em entrevista coletiva durante o evento da Fifa
Ricardo Teixeira perdeu a calma durante um dos eventos programados pela Fifa na preparação para o sorteio das eliminatórias da Copa do Mundo de 2014. Na apresentação dos estandes das cidades-sedes de 2014, ao lado de outros políticos, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) bateu boca com jornalistas ingleses e os chamou de corruptos.
O grupo de repórteres acompanhava o séquito que ainda tinha Márcia Lins, secretária de Esportes do Rio de Janeiro, e Orlando Silva Jr., ministro do Esporte, além de Teixeira. Quando os assessores tentavam organizar uma mini entrevista coletiva para a imprensa estrangeira, o presidente da CBF se recusou a falar com os ingleses.
Ricardo Teixeira disse que os repórteres do Reino Unido, conhecidos por repercutirem as denúncias contra ele, eram “corruptos”. O representante do jornal Daily Mail, Charles Sale, tomou as dores e iniciou a discussão com o presidente da CBF.
"Eu só pedi para que ele desse algumas palavras, mas quando respondi que era da Inglaterra, ele [Teixeira] disse que não falaria. Eu perguntei o porquê, e ele respondeu dizendo que os jornalistas ingleses eram corruptos", confirmou o repórter inglês.
Pouco tempo depois, já no hotel Windsor, um dos pontos usados como base pela Fifa e pelo COL, o UOL Esporte encontrou Teixeira e o questionou duas vezes sobre o ocorrido. O dirigente, no entanto, preferiu ficar calado.
“Ele detesta jornalista. Só poderia dar nisso”, diz segurança de Teixeira |
A relação de ódio entre a imprensa britânica e Ricardo Teixeira é longa. Foram os jornais ingleses que fizeram a maioria das denúncias de corrupção contra o presidente da CBF e a Fifa em geral.
Em entrevista recente à revista Piauí, o manda-chuva do futebol brasileiro revelou sua má relação com a Inglaterra. "Eu vou infernizar a vida deles. Enquanto eu estiver na CBF, na Fifa, onde for, eles não entram", disse Teixeira à época.
Entre outras coisas, foi a emissora inglesa BBC que apontou Ricardo Teixeira e João Havelange como recebedores de propina da ISL, antiga parceira de marketing da Fifa. A dupla teria confessado o crime e devolvido a verba à Justiça da Suíça.
*Atualizada às 16h29