"Eu não poderia deixar de aceitar esse convite. Como brasileiro, vocês sabem que eu já faço isso desde quando nasci. É uma responsabilidade muito grande mas eu não poderia deixar de aceitar", disse Pelé. O ex-jogador, considerado o rei do futebol, também falou sobre a organização do evento esportivo e disse que chegou a ficar preocupado com o andamento das obras, mas enfatizou que não se pode "deixar de acreditar".
O ex-jogador já havia sido convidado anteriormente por Ricardo Teixeira, presidente do Comitê Organizador. Na época, o convite a Pelé foi o episódio final de reconciliação com o cartola, de quem foi grande rival por muitos anos. No início do mês, Pelé também havia mostrado sintonia com a Fifa, prometendo a Joseph Blatter, presidente da entidade, que colaboraria com a Copa de 2014.
Curiosamente, Pelé havia feito críticas à organização do Mundial recentemente, dizendo que estava "assustado" com os atrasos das 12 cidades-sede. Agora, seu discurso mudou.
“Eu gostaria de pedir para todo o povo brasileiro que acreditasse, porque eu estava meio confuso, meio em dúvida com alguns problemas que nós tivemos aqui, mas que podemos acreditar, porque a presidente disse que vai fazer todo o esforço, e espero que a gente entregue bem essa Copa do Mundo. Agora, essa administração será feita com 190 milhões de brasileiros e todos ficaremos orgulhosos de entregar bem essa Copa”, disse o ex-jogador.
O ministro dos Esportes, Orlando Silva, que também participou da reunião, disse que, apesar do cargo não conferir nenhum poder executivo, Pelé terá a função de orientar o governo e até representar o Brasil no exterior. "A presidente assinou um decreto criando o titulo de embaixador honorário do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 e convidou o Pelé para assumir a função. O Pelé, com a experiência que tem, pode colaborar, dando orientações para o governo, com interlocução no Brasil e no exterior. Não cabe ao Pelé atividades executivas", disse o ministro.
"É uma homenagem ao Pelé por tudo que ele fez e faz pelo esporte, pelo Brasil. Ela [Dilma Rousseff] acredita que um homem que viveu dez copas seria a melhor face da Copa do Mundo de 2014, e este título tem um pouco desse sentido", completou.
O ex-jogador também comentou o mau desempenho do Brasil na Copa América e o renascimento do futebol do Uruguai, que venceu o torneio na Argentina e vem obtendo bons resultados nas últimas competições internacionais. Para Pelé, uma final entre o Brasil e o Uruguai, em 2014, seria uma “revanche” da Copa de 1950, quando o escrete nacional perdeu de 2 a 1, no que é considerado o maior trauma do futebol brasileiro, e lançou o desafio: “não temo, e acho que devia ter essa revanche para a gente ganhar".
* Com informações da Agência Brasil