Os tombos são frequentes e fazem parte da vida de um skatista. Quando o assunto é uma megarrampa, a proporção das quedas só aumenta. Em São Paulo, por exemplo, a pista montada no Anhembi para este final de semana tem 30 metros de altura. Mas para Bob Burnquist, especialista no tema, cada erro deve se transformar em diversão. O brasileiro diz que aprendeu a cair sem se machucar e credita tal evolução à prática do paraquedismo.

"Se você não sabe cair, fica com medo o tempo inteiro. Eu aprendi muito sobre cair fazendo paraquedismo e estudando consciência corporal. E já caí muito também, então tenho experiência", contou o bicampeão da Megarampa brasileira e tetracampeão mundial.

Cair é inevitável, segundo Bob. A questão é como cair. Principalmente quando se desce sobre um skate em uma pista cuja altura equivale a um edifício de nove andares. Dono de uma megarrampa em sua casa nos Estados Unidos, Bob tenta aconselhar os mais novos para evitar acidentes mais graves.

 "Vejo muitos novatos que ficam tensos quando vão cair e endurecem todo o corpo. Se você endurece o corpo, acaba se machucando à toa. Se você souber relaxar, ganha confiança para decidir qual é a melhor maneira de cair na hora do tombo."

"Quando vejo que não conseguirei ficar sobre o skate, tento me divertir com o tombo. Geralmente o perigo está nas competições, quando você não quer sair de cima do skate", emendou.

O brasileiro afirma que a parte mental também é decisiva. Pensar em qualquer outra coisa antes ou durante a descida da megarrampa leva a um só destino: o chão.

"Eu só penso se o skate não está torto, se o vento está bom e na movimentação do meu corpo. Se pensar em outra coisa, já era. Isso te força a ter uma atitude zen. Pensar em outras coisas te faz cair."