Como fazer

Ciência nossa do dia a dia: como trazer a ciência para mais pessoas

Provavelmente, você deve ter lido ou ouvido de alguém algo como "precisamos defender a ciência", "é preciso valorizar o trabalho de cientistas" ou mais enfaticamente "viva a ciência!".

Nesses momentos, contudo, muitas vezes não é falado como a ciência afeta nossa vida e, principalmente, como podemos nos aproximar mais dela. Pensando nisso, Ecoa conversou com cientistas para entender qual o papel da divulgação científica e como podemos aproximar a ciência do nosso cotidiano.

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A comunidade científica, por muito tempo, ficou fechada em uma ideia de produtivismo, de quantidade de artigos que os cientistas publicam e essa é uma parte importante, mas não é tudo. O fato dos cientistas serem avaliados nessa métrica, fez com que eles não se preocupassem, na maioria, com a parte da divulgação científica.

Ana Lúcia Tourinho,
PhD em Ecologia na Universidade Federal do Mato Grosso e curadora de Ecoa
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Luiza Caires, mestre em comunicação e divulgadora científica, acrescenta mais sobre o tema: "Todo esse clima geral de desvalorização da ciência, sucateamento, do qual o apagão do CNPq foi um sintoma forte, que deixa um clima de muita insegurança para a ciência, atrapalha essa divulgação".

Então, o que fazer?

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O pé de feijão no algodão

É na escola, muitas vezes, que temos nosso primeiro contato com a ciência. Se, desde o ensino básico, as crianças crescerem em contato com cientistas, sabendo o que eles fazem, e como a ciência está presente em seu dia a dia, elas vão ter menos probabilidade de cair em fake news quando crescerem e ainda podem ajudar os pais nesse processo.
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Nesse caso, é importante, por parte do governo, o fortalecimento do ensino de ciência nos primeiros anos da escola da mesma forma que cientistas podem buscar se aproximar do ensino básico através de programas de divulgação científica nas escolas.
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Uma noite no museu

Para a divulgadora científica Luiza Caires, não é um papel da população, por si só, tomar a iniciativa de se aproximar da ciência. No entanto, para além da sala de aula, frequentar mais museus, centros de ciência, aquários, jardins botânicos, jardins zoológicos, parques é importante para nos aproximarmos ainda mais da ciência. Claro, tudo isso precisa, como aponta Caires, ser estimulado.
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A divulgação científica pode acontecer por meio de livros, de revistas, jornais e hoje em dia também na internet por meio de blogs, canais do YouTube e redes sociais

Marcelo Knobel,
professor da Unicamp e autor do livro ?A ilusão da lua: ideias para decifrar o mundo por meio da ciência e combater o negacionismo?
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Para além da pandemia

Para os especialistas ouvidos pela reportagem, a pandemia vai deixar um alerta importante para a população e para a comunidade científica: é preciso divulgar o que está acontecendo na ciência.
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A comunidade científica se organizou para fazer um papel que a gente viu que o governo federal não fez. Essa divulgação, claro, não deve ser feita apenas em momentos como esse, mas acredito que esse é um legado positivo desse momento. Quando você lida com saúde pública, a comunicação é uma parte muito importante desse processo

Luiza Caires,
mestre em comunicação e divulgadora científica
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Xô, negacionismo!

Um dos facilitadores dessa comunicação entre cientistas e sociedade é a imprensa. Segundo o professor Marcelo Knobel, a presença de mais cientistas na imprensa e a divulgação científica durante o período pandêmico é algo que pode ajudar no combate ao negacionismo, ou seja, no combate àquilo que nega a ciência e os cientistas.
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A gente deve aproveitar este momento ruim que a gente está vivendo de pandemia, de diversos ataques à ciência, para dar mais voz à divulgação científica, para dar mais voz ao cientistas para que a gente possa realmente estimular os cientistas a se engajarem neste processo tão fundamental para dar um retorno à sociedade daquilo que é a ciência

Marcelo Knobel,
professor da Unicamp e autor do livro ?A ilusão da lua: ideias para decifrar o mundo por meio da ciência e combater o negacionismo?
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Confira algumas indicações dos especialistas ouvidos pela reportagem para ficar ainda mais por dentro da ciência:

  • Documentário
    One strange rock
  • Twitter
    @Michelotto8legs
    @dragoesgaragem
  • TikTok
    basiliocerri
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  • Instagram
    @meninadospassarinhos
    @fisica.preta
  • YouTube
    Olá, Ciência!
    Espaço Recíproco
    Atila Iamarino
  • Podcast
    Fisicast
    37 graus
    A terra é redonda
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Publicado em 02 de setembro de 2021.
Reportagem: Camilla Freitas
Edição: Fred Di Giacomo