Conheça alguns dos conhecimentos, ingredientes e matérias-primas da Amazônia que alcançaram outras regiões do Brasil

Herança Amazônica Por Julia Guglielmetti

Saberes da Floresta

Enquanto o que é reconhecido como "desenvolvimento" pela sociedade está, pouco a pouco, destruindo o planeta, os povos originários são considerados os guardiões da floresta e contribuem com seus ensinamentos de proteção e respeito à natureza. iStock

Somos respeitadores e cuidamos da natureza. Isso é saúde. Isso é uma ciência muito antiga. A Amazônia é uma grande escola. Na floresta estamos sempre presentes. Sabemos que nós não somos nada sem a floresta e sem o rio.

Kateyuve Yawanawa, pajé da aldeia Yawarani Divulgação/Kateyuve Yawanawa

Açaí

O açaí é um dos alimentos mais importantes do Norte. Diferentemente da versão adocicada com xarope de guaraná, banana e granola, como é conhecido em outras regiões do país, o açaí "raiz" tem sabor mais terroso e é consumido como prato principal, acompanhado por farinha, camarão ou peixe frito. iStock

Açaí não se planta

O açaizeiro nasce às margens dos rios e necessita de muita água para dar fruto! A maior parte da produção de açaí vem da Amazônia e é colhida pelos peconheiros da comunidade ribeirinha, que escalam as árvores para cortar os cachos de açaí. iStock

Guaraná

Muitos associam o nome ao refrigerante, mas o guaraná é um cipó originário da Amazônia. Seu fruto tem propriedade estimulante e é muito utilizado em xaropes e produtos energéticos. O seu extrato também está presente em xampus e outros cosméticos. Apesar de ser um símbolo da Amazônia, atualmente a Bahia é a maior produtora de guaraná. iStock

Látex

A principal fonte comercial de látex de borracha natural é a seringueira amazônica (Hevea brasiliensis). Essa árvore é preferida porque cresce bem quando é cultivada e é capaz de produzir látex por muitos anos. No final do século 19 e início do 20, a região Norte foi a principal exportadora de látex do mundo, mas a seringueira amazônica perdeu a importância quando sementes foram levadas para serem cultivadas em outros países. Hoje, a Tailândia e a Indonésia são os principais produtores de borracha. iStock

Urucum

A especiaria vermelha da Amazônia é muito utilizada pelos povos originários para pintura corporal, proteção do sol e repelente. Em outras regiões do Brasil foi misturado com fubá, ganhou o nome de colorau e serve para dar um tom avermelhado às receitas. iStock

Rede

O hábito das regiões Norte e Nordeste de se descansar em rede tem herança indígena. Apesar de não ser um costume exclusivo da Amazônia, é muito comum que pessoas de comunidades ribeirinhas só durmam em redes. iStock

Castanha-do-pará

A castanha-do-pará é nativa da Amazônia e as suas árvores estão entre as mais altas do bioma. É utilizada na culinária e seu óleo também está presente em cosméticos e produtos de higiene. A castanha-do-pará está em risco de extinção devido o desmatamento desenfreado da Amazônia, que dificulta as condições para as castanheiras se reproduzirem e se desenvolverem. iStock

Cacau

Um estudo divulgado em 2013 comprovou que o cacau, fruto de onde se extrai o chocolate, é de origem amazônica. E, atualmente, estados da região da Amazônia são responsáveis pela produção de 56% da produção de cacau no Brasil, sendo o Pará o maior produtor. iStock Saiba mais

Bioativos

Ingredientes de ucuuba, tukumã, andiroba, babaçu, buriti, copaíba, cupuaçu, maracujá, murumuru, açaí, urucum, castanha-do-pará e cacau são frequentemente utilizados em composições de cosméticos, de perfumaria e de produtos de higiene, oferecendo aromas, cores e propriedades farmacológicas. iStock

Juta

A juta é uma fibra têxtil proveniente de uma erva lenhosa que alcança até quatro metros. Ela foi trazida pelos colonos japoneses no final da década de 20 e movimenta a economia da região amazônica. iStock

Cupuaçu

A fruta originária da Amazônia é muito utilizada na culinária do Norte e dos povos originários. Em outras regiões do Brasil, o cupuaçu é comumente usado em sucos e sorvetes. Além disso, a manteiga de cupuaçu é amplamente utilizada na produção de cosméticos. iStock

Publicado em 05 de setembro de 2021. Reportagem: Julia Guglielmetti Edição: Fred Di Giacomo Comunicar Erro