! Fellini e Ferrari abrem Jogos de Inverno em Turim - 10/02/2006 - Reuters - Esporte
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10/02/2006 - 20h36
Fellini e Ferrari abrem Jogos de Inverno em Turim

Elizabeth Piper
Da Reuters
Em Turim (Itália)

Ao som da batida tecno e de um quarteto de cordas, os Jogos Olímpicos de Inverno de Turim foram abertos na sexta-feira. Centenas de dançarinos participaram da cerimônia, que evocou a cultura italiana, fazendo referências a Botticelli, a Fellini e à Ferrari.

AFP
Pira olímpica é acesa em Turim, em um dos pontos altos da cerimônia de abertura
Patinadores com chamas saindo de seus capacetes cruzaram o palco. Bailarinos vestidos de vermelho e preto flutuaram suspensos por cordas. Vacas dançaram e homens em roupas folclóricas tocaram as trompas típicas dos Alpes. Em seguida, o Estádio Olímpico, construído em 1933 pelo ditador Benito Mussolini, começou a balançar ao som da música eletrônica.

Mas foi uma Ferrari vermelha, símbolo da força industrial pós-guerra da Itália, que roubou o show ao completar cinco voltas no palco.

Centenas de pessoas dançavam nos seus lugares, tocavam sinos -- aqueles que ficam no pescoço das vacas -- e agitavam isqueiros enquanto os atletas subiam ao palco, ao som de música dos anos 1970 e 80.

"Tentamos identificar o núcleo dos nossos valores: cultura e tradição; tentamos capturar alguns dos aspectos mais importantes da nossa tradição e tentamos também olhar para a frente", disse Valentino Castellani, presidente do comitê organizador dos Jogos, a respeito do espetáculo, intitulado "Fagulhas de Paixão", em alusão ao slogan do evento, "A Paixão Vive Aqui."

O presidente da Itália, Carlo Azeglio Ciampi, abriu os Jogos de Inverno, e o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, pediu que os atletas joguem limpo.

"Nosso mundo hoje precisa de paz, tolerância e fraternidade. Os valores dos Jogos Olímpicos podem nos dar isso", disse ele à platéia, na qual estavam lado a lado a primeira-dama dos EUA, Laura Bush, e Cherie Booth, esposa do premiê britânico, Tony Blair.

Pela primeira vez, oito mulheres carregaram a bandeira olímpica.

A atriz Sophia Loren, símbolo da beleza e do estilo italianos, teve a companhia da escritora e ativista chilena Isabel Allende e da ministra queniana Wangari Maathai, vencedora do Nobel da Paz em 2004 por seu trabalho pelo meio ambiente.

FICHA TÉCNICA DOS BRASILEIROS
AtletaIdade
(anos)
Altura
(metros)
Peso
(quilos)
Armando dos Santos241,8998
Claudinei Quirino351,8688
Edson Bindilatti261,9089
Hélio Freitas361,7364
Isabel Clark291,6761
Jaqueline Mourão291,7056
Márcio Silva251,8191
Mirella Arnhold221,5951
Nikolai Hentsch221,8383
Ricardo Raschini381,8187
O produtor-executivo Marco Balich disse que a festa teve "o jeito emocionado com o qual os italianos fazem as coisas -- boas e ruins". "A forma como dirigem, a forma como comem, como se vestem", exemplificou.

Foi realmente emocionante -- especialmente quando o único competidor do Quênia e a delegação italiana entraram no estádio, aplaudidos de pé. Acima de tudo, foi uma celebração do esporte e da italianidade.

Para surpresa do público, os voluntários, vestidos nas cores azul, verde, amarelo e rosa, formaram a figura de um esquiador. Deslocando-se pelo palco, os voluntários fizeram o esquiador ganhar impulso, saltar e pousar lentamente. Oito ex-campeões de inverno italianos carregaram a tocha olímpica, e a ex-esquiadora de cross-country Stefania Belmondo foi a responsável por acender a pira.

Antes, a leitura de um trecho de "A Divina Comédia", de Dante Aleghieri, foi a senha para o início da encenação de um opulento banquete, com participantes que lembravam as figuras exóticas dos filmes de Federico Fellini.

Com perucas cheias de talco, homens e mulheres percorriam rindo os jardins no estilo geométrico do Renascimento. Princesas altas, com enormes saias, cercaram o cenário, e as saias se levantaram para revelar meninas em balanços.

Uma música suave acompanhou a tela "O Nascimento de Vênus," de Sandro Botticelli, até que Roberto Bolle, da Escola de Balé do Teatro La Scala entrou em cena, sob a batida eletrônica.

Bolle, mais acostumado a encarnar príncipes em obras como "O Quebra-Nozes" e o "O Lago dos Cisnes", usava uma roupa futurista, cabelos moicanos cor de laranja, e dançou com a estátua do Homem Futurista, de Umberto Boccioni. Cercado por loiras em enormes motocicletas, ele avançou na direção de sirenes de fábricas.

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