Por Pedro Fonseca
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Enquanto Daiane dos Santos brilha por todo o mundo com suas apresentações consistentes no solo, as outras seis integrantes da seleção brasileira de ginástica querem usar a etapa do Rio de Janeiro da Copa do Mundo como um trampolim para o sucesso.
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| Daniele Hypólito(e) e Camila Comin querem o reconhecimento na etapa do Rio de Janeiro da Copa do Mundo |
Daniele Hypólito, Camila Comin, Caroline Molinari, Ana Paula Rodrigues, Lais Souza e Tais Silva se preparam durante esta semana, assim como Daiane, para a etapa brasileira da Copa do Mundo, que será disputada entre 2 e 4 de abril, com o objetivo de aproveitar o interesse do público brasileiro para conseguir bons resultados.
"Ainda não sabemos quem vai competir, mas qualquer uma das três que forem escolhidas vão ter a chance de aproveitar o apoio do público brasileiro para conseguir um bom resultado aqui no Rio de Janeiro", disse Ana Paula Rodrigues, que esteve com Daiane nas duas primeiras etapas da Copa do Mundo neste ano, em Cottbus e Lyon.
"Também temos a oportunidade de treinar com a Daiane, o que é muito bom porque ela já atingiu um nível muito alto, conquistando muitas medalhas, e assim pode ajudar a gente."
Entre as sete atletas brasileiras que estão no Rio para a Copa do Mundo, apenas três disputarão a competição, sendo que Daiane é a única confirmada. Sobram, portanto, duas vagas para seis ginastas. As outras participarão das provas mas não brigam por pontos e medalhas.
Daniele Hypólito, a primeira ginasta do país a conquistar uma medalha de ouro em uma etapa da Copa do Mundo -- na trave em 2002 -- atualmente busca reconquistar seu lugar ao sol.
Daniele nega qualquer tipo de rivalidade com Daiane e mostra muita admiração pela boa fase da gaúcha, que conquistou as três últimas etapas da Copa do Mundo no solo.
"Os resultados da Daiane são muito bons para a ginástica brasileira porque mostram o aumento de qualidade das nossas atletas", disse ela, que treina sozinha no Rio e não com as outras componentes da seleção em Curitiba.
"Estou muito calma e espero contar com o apoio da torcida aqui do Rio de Janeiro para voltar a ter uma bom resultado na Copa do Mundo."
"DEPENDE DELAS"
Candidata ao ouro olímpico no solo na Olimpíada de Atenas, Daiane dos Santos não gosta de ser vista como líder da seleção e minimiza a sua influência sobre as outras atletas.
"Acho que não tem nada de diferente, sou igual a todas as outras. Treino igual a todo mundo, estamos todos os dias juntas e o nosso objetivo é o mesmo", afirmou a atual número um do ranking mundial da prova de solo.
"Os meus resultados são bons para mim, e cada uma tem o seu resultado. Até pode ser que ajude, mas não depende de mim, depende só delas."
"Nosso pensamento é de repetir a série da melhor maneira possível, esse é sempre o objetivo do Brasil. Os resultados e as medalhas só vêm se o trabalho for bem feito", concluiu.
A primeira vez que o Brasil sediou uma etapa da Copa do Mundo de Ginástica Olímpica foi em 1978, em São Paulo. Depois aconteceram diversas mudanças no sistema de avaliação da Copa do Mundo, o que contribuiu para que a competição ficasse muito concentrada na Europa.
