! "Craque" do Brasil na Davis só jogou três torneios em 2004 - 23/09/2004 - UOL Esporte - Tênis

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  23/09/2004 - 19h54
"Craque" do Brasil na Davis só jogou três torneios em 2004

Marcos Pereira
Enviado especial do UOL
Em Brasília

Ronaldo Carvalho, de 25 anos, vive em anonimato, se considerado o que passam as grandes estrelas do tênis brasileiro. Neste fim de semana, contudo, o jogador goiano terá seu status ampliado e será o tenista em que se depositam as maiores esperanças do país não ser novamente rebaixado na Copa Davis.

Folha Imagem 
Ronaldo Carvalho rebate bola durante treino para duelo contra o Peru pela Davis
Carvalho é o tenista mais bem colocado no ranking mundial entre os convocados pelo capitão Carlos Alberto Kirmayr para o confronto com o Peru na Academia de Tênis de Brasília.

Número 439 da lista da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), ele terá como principal missão barrar Luis Horna, principal astro do time adversário, mas também precisa marcar um ponto no primeiro dia, evitando que os rivais abram vantagem -ele enfrenta Ivan Miranda.

Outro desafio do tenista goiano é lidar com a falta de ritmo, pois, nesta temporada, disputou apenas três torneios do circuito internacional. O melhor resultado foram as quartas-de-final do Future de Caldas Novas, em março. Também foi à segunda rodada de um torneio em Calgary (Canadá), em fevereiro, e parou na estréia de um Future em Curitiba, sua última partida, há 25 dias.

O motivo dessa ausência dos torneios internacionais foi uma contusão no calcanhar, sofrida em fevereiro. Carvalho teve de ser submetido a uma cirurgia e só voltou a jogar em junho. No entanto, garante que entrará em quadra, nesta sexta. "Não acredito que essa lesão possa me atrapalhar, pois já fiz várias partidas desde que me recuperei."

Carvalho jamais disputou um torneio ATP Tour e, por isso, também precisará lutar contra a falta de hábito de enfrentar um jogador de alto nível. Em sua carreira, ganhou US$ 35.910, cerca de 20 vezes menos do que faturou Gustavo Kuerten, melhor tenista do Brasil, com seu primeiro título em Roland Garros.

Para disputar a Davis, adotou a postura de não se misturar aos problemas políticos do esporte. O Brasil corria risco de não ter um time à disposição para enfrentar o Peru e só chamou seus jogadores de última hora. "Quando recebi o convite, aceitei na hora", disse, referindo-se à convocação feita por Carlos Alberto Kirmayr.

Por ser um franco-atirador nesse duelo, Carvalho nem procura pensar como será o jogo contra Luis Horna, provavelmente o adversário mais forte já teve pela frente. "Tenho que me preocupar apenas em ganhar meu ponto para o Brasil", completou.

Gabriel Pitta, companheiro de Carvalho nos jogos de simples, tem um histórico parecido. Número 734 do ranking de entradas, ele disputa apenas torneios de nível Future e Challenger, mas não coleciona boas campanhas em 2004. O melhor resultado dele foi a semifinal de um Future no México. Na carreira, faturou cerca de US$ 16 mil.

Assim como grande parte dos tenistas, começou a jogar antes dos 10 anos, apoiado pelo pai. Terminou o ensino médio e cursou seis meses de faculdade nos Estados Unidos, sempre tendo o esporte como principal meta.

Aos 24 anos, mora em uma casa com outros tenistas, próximo da academia em que treina, comandado por Adriano Ferreira. E tem na Copa Davis a melhor chance da carreira. "Acho que tenho um jogo bastante agressivo, levo mais vantagem nisso e foi o que chamou a atenção do Kirmayr para eu ser escalado."

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