Doença inventada e mais confusões! As histórias dos "bad boys" da Austrália

Do UOL, em São Paulo

Dois jovens muito promissores e talentos, mas que não conseguem se livrar de problemas e um ex-bad boy que virou ídolo e dará adeus ao tênis tão logo termine a sua participação no torneio.

São três os tenistas locais que mais chamarão a atenção dos australianos durante a disputa do Aberto da Austrália, a partir da noite deste domingo (pelo horário de Brasília). Com eles há histórias desde problemas com a polícia, abandono de jogo fingindo estar doente e provocações a namorada de um rival.

E a pergunta que fica. Algum deles será capaz de por fim ao jejum australiano no primeiro Grand Slam do ano que dura desde 1976?

Eles gostam de confusão

EFE/DAN HIMBRECHTS
EFE/DAN HIMBRECHTS

Bernard Tomic

O tenista de 23 anos sempre foi apontado como uma das maiores promessas da Austrália, mas jamais conseguiu decolar, tanto que até hoje ganhou apenas três títulos. Mas no momento ocupa a melhor posição de sua carreira no ranking da ATP, um 17º lugar e buscará melhorar seu desempenho no Aberto da Austrália, no qual nunca passou das oitavas de final.

Porém, ao mesmo tempo que chama atenção pelo seu talento e potencial, Tomic não consegue jamais se livrar das polêmicas e do rótulo de bad boy. Na última sexta-feira, envolveu-se em mais uma situação desagradável.

Em partida contra o russo Teymuraz Gabashivili no ATP 250 de Sydney, ele abandonou quando perdia o segundo set por 3 a 0 e depois alegou estar indisposto. Ate aí não haveria nada de anormal. Mas antes da partida, o tenista soube como seria sua chave no Aberto da Austrália e comentou várias vezes com o árbitro de cadeira Mohamed Lahyani que não teria nenhum benefício no ranking indo mais adiante em Sydney e que sera melhor se poupar.

"Acaba de ser sorteada a chave da Austrália e ela é boa para mim. Minha cabeça está ali, não neste torneio. Aqui, para somar pontos preciso chegar na final e mesmo com título só seria 16 do mundo", disse. Não faltaram críticas de comentaristas e ex-jogadores.

E o currículo do jovem é cheio de desentendimentos e até problemas com a polícia. Em 2012, foi multado três vezes no mesmo dia pelas autoridades de Gold Coast (AUS) por violar uma série de leis. Em julho de 2015, foi detido em Miami por resistir à prisão e invasão legal de propriedade. Todas as acusações foram retiradas em outubro. Ele também já enfrentou um banimento da equipe da Copa Davis por tecer duras críticas a membros da federação australiana.
Kiyoshi Ota/EFE
Kiyoshi Ota/EFE

Nick Kyrgios

Com apenas 20 anos, Kyrgios já conseguiu ocupar o posto de 25º do mundo - atualmente é o 30º. Já foi quadrifinalista de dois Grand Slams (Aberto da Austrália e Wimbledon), mas jamais venceu um título sequer na ATP.

Só que a sua fama de bad boy e polêmico na maioria das vezes ofusca seu talento. Tanto que ele ainda segue sob observação da ATP e poderá receber um gancho de 28 dias e uma multa de US$ 25 mil (cerca de R$ 100 mil) caso cometa alguma nova infração ao código de conduta da entidade ou receba uma multa no valor de US$ 5 mil (R$ 20 mil).

Tudo isso é resultado do caso que mais revolta gerou no mundo do tênis em 2015. Em agosto do ano passado, no Masters de Montreal, ele se envolveu em uma briga com Stan Wawrinka após dizer em quadra que o compatriota Thanasi Kokkinakis já havia "f.." Donna Vekic, namorada do suíço. Houve uma enxurrada de críticas em redes sociais e até de Roger Federer.

Um pouco antes, em Wimbledon, já havia deixado a quadra vaiado por fazer corpo mole em partida contra Gasquet.

Não bastasse tudo isso, ele foi excluído da equipe australiana da Davis por uma declaração infeliz que deu durante duelo das quartas de final contra o Cazaquistão. "Eu não queria estar aqui".
AP Photo/Mark Baker
AP Photo/Mark Baker

Lleyton Hewitt

Ele já foi bad boy, arrumou encrencas com árbitros e cansou de irritar adversários com seus gritos constantes de "Come on!" (Vamos lá, em português). Em um jogo do Aberto da Austrália de 2005, perturbou tanto Juan Ignacio Chela a cada erro não-forçado do adversário que o argentino perdeu a cabeça e deu uma cusparada no australiano em uma das trocas de lado.

Hoje aos 34 anos, conseguiu deixar todas as polêmicas para trás e está muito mais comportado. E no Aberto da Austrália deste ano será momento de ovacioná-lo. Isso porque o Grand Slam marcara sua despedida definitiva das quadras. Será sua 20ª e última participação no Major. Vídeos de homenagem já circulam nas redes sociais.

Hewitt é até hoje o tenista mais jovem a ter alcançado a primeira posição do ranking mundial, com 20 anos e 268 dias. Ao longo da carreira, ficou neste posto por um total de 80 semanas. Foi contemporâneo e um dos principais rivais de Gustavo Kuerten. Venceu três dos quatro duelos que fez com o brasileiro.

Acumula um total de 30 títulos e dois Grand Slams vencidos (Wimbledon e Aberto dos EUA).

Na estreia na Austrália e naquele que poderá ser seu último jogo, enfrentará o compatriota James Duckworth.



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