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Amador, esporte deu 1ª medalha olímpica ao Brasil

EFE

Rodrigo Bastos conquistou a única prata do Brasil em Santo Domingo-03

Modalidade pouco expressiva no Brasil atualmente, o tiro esportivo deu ao país sua primeira medalha olímpica de ouro da história. A conquista foi do tenente do exército Guilherme Paraense, no tiro rápido, nos Jogos da Antuérpia-1920. Paraense também levou a medalha de bronze na pistola livre por equipes, competindo ao lado de Afrânio da Costa, Sebastião Wolf e Fernando Soledade.

O tiro chegou ao Brasil com a vinda de imigrantes europeus no final do século 19, e se desenvolveu principalmente no sul do país, em clubes de caça e pesca. Em 1899, foi criado no Rio Grande do Sul o Tiro Nacional, que tinha como finalidade desenvolver a prática da modalidade em clubes. Em 1906 foi criada a Confederação do Tiro Brasileiro, que era subordinada ao exército.

Na década de 1910, dois importantes grupos de atiradores incentivaram o tiro no Rio de Janeiro. Um deles, liderado pelo tenente Paraense, fundou o Revolver Clube, em 1914. O outro, encabeçado por Afrânio Costa, implantou o estande de tiro do Fluminense Foot-Ball Club. Daí saiu a primeira delegação olímpica brasileira de tiro.

Em 1947, foi fundada a Confederação Brasileira de Tiro ao Alvo, que passou a se chamar Confederação Brasileira de Tiro somente na década de 90. Em 1999 passou a se chamar Confederação Brasileira de Tiro Esportivo.

Sem apoio financeiro, os medalhistas em 1920 não puderam defender suas conquistas em Paris-1924. Nos Jogos posteriores, o Brasil até obteve bons resultados, mas jamais repetiu os pódios. José Salvador Trindade foi quinto na carabina deitado em Berlim-1936, enquanto Severino Moreira teve dois oitavos lugares na mesma arma em Helsinque-1952 e Melbourne-1956. Ex- presidente da Confederação Brasileira de Tiro, que dirigiu por 15 anos, Durval Guimarães foi oitavo em Montreal.

O desempenho apagado dos brasileiros se manteve até as edições recentes dos Jogos. Depois disso, os melhores resultados brasileiros saíram em Los Angeles-1984, com um quarto lugar de Dolival Nobre no tiro rápido, e um sétimo lugar de Débora Srour na pistola livre.

Em Jogos Pan-Americanos, o Brasil obteve medalhas em 11 edições. Logo na estréia, em Buenos Aires-51, a equipe formada por Pedro Simão, Alan Sobocinski, Ademar Faller e Adhaury Rocha conquistou a prata no tiro rápido. A primeira medalha de ouro saiu em Cáli-1971, com Bertino de Sousa, na pistola livre. Na edição seguinte, no México-75, Athos Pisoni conquistou no skeet o segundo e último ouro brasileiro, que marcaria o início do jejum de 32 anos do Brasil no lugar mais alto do pódio.

Em Santo Domingo, Rodrigo Bastos, da fossa olímpica, conquistou a medalha de prata e garantiu vaga na Olimpíada de Atenas, evitando que o Brasil ficasse sem representantes dois Jogos consecutivos. Janice Teixeira, também da fossa olímpica, e Fábio Coelho, na carabina de ar, levaram bronze na República Dominicana. Em Atenas, Bastos ficou em 14º. Para Pequim-08, o Brasil já tem uma vaga assegurada: Stênio Yamamoto, da pistola livre.