Data e local de nascimento:
13/02/1981, em Goiânia (GO)
Peso/Altura:
49 kg / 1,56 m
Residência:
São Paulo (SP)
Posição:
Atacante
Clube:
Pinheiros
Participações no Pan:
Santo Domingo-2003 e Rio-2007
Campanha no Pan-07:
quarto lugar
Flávia Fernandes
Capitã da seleção de pólo neste Pan-Americano do Rio de Janeiro, Flávia Fernandes viu o time perder para Cuba na decisão do terceiro e quarto lugar por 6 a 5. Em seu currículo, no entanto, a atleta tem um bronze no Pan de Santo Domingo, em 2003, na República Dominicana.
Flávia levou um susto pouco antes da disputa do Pan-Americano. No final de abril, a jogadora foi atropelada quando ia de bicicleta da faculdade para um treino no clube Pinheiros, em São Paulo. Ela fraturou a clavícula esquerda em diversas partes e teve de ser submetida a uma cirurgia.
"Cheguei a ver o carro vindo pra cima de mim e me posicionei para o choque. Poderia ter me machucado bem mais", conta a atleta, que é destra, o que também diminuiu a gravidade da situação.
Quando a seleção viajou para a Califórnia, no dia 12 de junho, para um período de treinamento intensivo pré-Pan, a jogadora ainda não podia girar o braço, mas afirmou que, psicologicamente, não tinha nenhum problema. "Na minha cabeça eu já estou curada", ressaltou. "Durante toda a recuperação eu fiz treinos adaptados, corri, pedalei, fiz tudo para ficar bem."
"Optamos pela cirurgia porque ela me daria mais segurança e estabilidade para me movimentar. Num primeiro momento, eu tive receio, porque eu quero estar no Pan jogando e não só por estar", completou.
Antes de retomar os trabalhos físicos para não perder a forma, Flávia passou a primeira semana depois da operação na casa dos pais, em Goiânia. Nascida na capital de Goiás, foi em sua terra natal que ela conheceu o pólo aquático, bem longe dos dois centros da modalidade no país, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Depois de assistir a uma competição, Flávia se interessou pelo esporte e resolveu praticá-lo, mesmo sem ter companheiras para formar um time. "Treinei dois anos com o masculino", lembra.
Ela também jogou por Brasília, até vir para São Paulo, em 1997, quando entrou para a seleção juvenil. No ano seguinte, já defendia a equipe adulta no Sul-Americano, ajudando o Brasil a vencer a competição. Conquistou mais dois títulos no torneio continental em 2004 e 2006.
Neste meio tempo, ela continuou a integrar no juvenil, tendo sido eleita a melhor jogadora do sul-americano da categoria, disputado em Medellín, na Colômbia, em 2001. Entre 2002 e 2006, Flávia jogou na Itália, defendendo o Firenze em três temporadas e, no final, o Palermo, antes de voltar para o Brasil e para o Pinheiros.
Em dez anos na seleção brasileira, Flávia disputou quatro mundiais e foi porta-bandeira da delegação na edição deste ano, em Melbourne, na Austrália. A nadadora Poliana Okimoto havia sido inicialmente designada para a função, mas como competiria no dia seguida à cerimônia de abertura, foi substituída pela capitã do pólo. Também disputou o Pan-Americano de Santo Domingo-2003, quando o time feminino conquistou o bronze.
Como motivação enquanto se recuperava da cirurgia, Flávia buscou os exemplos de outros atletas que passaram por momentos difíceis antes ou durante uma competição importante. Como Fábio Vanini, do handebol, que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e ficou fora da final do Pan-Americano de 2003, quando o Brasil bateu a Argentina na prorrogação.
Outro exemplo é Nalbert, que passou por uma cirurgia no ombro pouco antes das Olimpíadas de Atenas, se recuperou e ajudou o time a conquistar o ouro. O atacante da seleção brasileira de vôlei voltou a se contundir agora, na Liga Mundial. Com um estiramento na coxa esquerda, ele acabou cortado do time que vai ao Pan.
Flávia, eleita a melhor jogadora de pólo do país em 2006, diz não ter medido forças para se recuperar a tempo de integrar a equipe no Pan que o Brasil vai disputar em casa. "A palavra "desistir" não faz parte do meu dicionário", avisa.
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