! Em boa fase, Benazzi já mira Lusa de 1996 - 30/03/2007 - Pelé.Net - Revista
UOL EsporteUOL Esporte
UOL BUSCA


  30/03/2007 - 09h00
Em boa fase, Benazzi já mira Lusa de 1996

Guilherme Costa e Rodrigo Farah, especial para o Pelé.Net

SÃO PAULO - O bom momento ainda está extremamente distante da realidade vivida 11 anos atrás. Entretanto, quatro meses de tranqüilidade foram suficientes para a Portuguesa aplacar as frustrações da temporada anterior. A mudança no astral da equipe rubro-verde, que em 2006 foi rebaixada no Estadual e só evitou outra queda na reta final da Série B do Brasileiro, pode ser simbolizada pelo treinador Vagner Benazzi. Responsável pelo salvamento do time paulista na segunda divisão do ano passado, o comandante até reconhece as limitações técnicas de seu elenco. Contudo, não esconde a esperança de um futuro animador.

A animação de Benazzi supera até a série irregular da Portuguesa nos últimos jogos. Depois de ter disparado na liderança da Série A2 do Campeonato Paulista, a equipe do Canindé engrenou uma seqüência de altos e baixos, com três triunfos, quatro empates e três derrotas em dez jogos. Os resultados diminuíram para apenas um ponto a diferença entre o time rubro-verde e o vice-líder União São João de Araras - 35 contra 34, mas não abalaram a confiança do treinador.

Otimista, o comandante recorre ao maior momento da história recente da Portuguesa para projetar o futuro do elenco atual. Segundo Benazzi, a equipe do Canindé tem condições de reeditar as grandes atuações do time de 1996, que tinha jogadores como Clemer (campeão do mundo pelo Inter), Zé Maria (atualmente no futebol italiano), Rodrigo Fabri (que hoje defende o Paulista) e Zé Roberto (que se tornou unanimidade nacional em sua passagem pelo Santos, clube que defende desde o ano passado).

"Ainda estamos passando por um início de trabalho, mas aquele time também teve um começo e eu acredito que foi similar. Essas coisas de sucesso demoram para acontecer, mas por tudo que vi aqui, podemos repetir a trajetória. Tivemos um bom começo de trabalho, assim como foi naquela época", ponderou Benazzi.

O treinador da Portuguesa atrelou o sucesso momentâneo de sua equipe na segunda divisão estadual à qualidade da pré-temporada realizada em janeiro: "Treinamos da maneira que devíamos durante 14 dias e isso foi importante. Agora dá para perceber a diferença que isso faz. Além disso, os jogadores se inseriram muito bem dentro do grupo. Os mais novos se deram muito bem com os que já estavam aqui e essa união é importante".

Além disso, Benazzi ressaltou a manutenção da base que fazia parte do elenco da Portuguesa no ano passado. "Quando eu cheguei, estávamos ameaçados de rebaixamento na Série B do Campeonato Brasileiro. Mas pude perceber que a equipe tinha qualidade e decidi confiar no grupo. Esse controle foi muito importante para a temporada atual", classificou o comandante.

Os elogios à pré-temporada e ao elenco rubro-verde, contudo, não se sobrepuseram ao sentimento de surpresa que Benazzi mostrou ao comentar o atual momento da Portuguesa. "É claro que nós sempre trabalhamos para fazer o melhor, mas não tínhamos idéia de que isso ia acontecer conosco", admitiu.

Em pouco tempo, porém, a Portuguesa transformou a desconfiança em esperança. Tanto que, em comparação com a primeira divisão do Campeonato Paulista, Benazzi colocou a equipe rubro-verde entre as maiores forças do estado: "Se estivéssemos na Série A1, acho que poderíamos estar, talvez, entre os seis primeiros da tabela".

"Tinha mais confiança nas equipes do interior para o Campeonato Paulista. Os times tiveram mais tempo para trabalhar do que as equipes grandes, mas com o desenrolar da competição ficou claro que isso não fez muita diferença neste ano", avaliou Benazzi.

Confiante, mas com ressalvas
O mais curioso é que, depois de um discurso visivelmente animado e otimista, Benazzi reconheceu que o nível de sua equipe ainda está longe do ideal. O comandante da Portuguesa admitiu que seu time não é tecnicamente bom e que compensa essa deficiência com muita força.

"Para falar a verdade, nosso jogo se baseia apenas em 40% na qualidade técnica que temos. Os outros 60% são na base da força, mas isso é uma coisa que a competição pede. Tentei montar a equipe para a segunda divisão do Campeonato Paulista com muita pegada no meio-campo e preparo físico suficiente para manter essa força durante toda a partida", explicou Benazzi.

A força física, característica que também é procurada por muitos treinadores na Série B do Campeonato Brasileiro, ainda não deixa Benazzi totalmente satisfeito. Tanto é que, a despeito de estar satisfeito com o atual elenco para a disputa da segunda divisão estadual, ele já avisou que espera reforços.

"Temos consciência de que a Série B será um campeonato mais difícil do que o Paulista. Por isso, ainda esperamos contratar mais quatro jogadores. Mas não queremos ninguém apenas para compor o elenco, e sim pessoas que vão brigar para ser titulares", cobrou o treinador da Portuguesa.

Outro ponto que a confiança demonstrada por Benazzi não foi suficiente para amenizar foi a situação financeira da Portuguesa. Assim como já havia feito o Palmeiras neste ano, a equipe rubro-verde vendeu parte dos direitos federativos de alguns atletas a um grupo de 30 conselheiros. Com isso, esses sócios receberão parte de futuras negociações.

"Essa também é uma forma de mantermos os jogadores aqui. Isso mostra a esperança que todos têm nas categorias de base do clube", concluiu Benazzi.


ÚLTIMAS NOTÍCIAS
03/09/2007
Mais Notícias