! Estudiantes consegue o impossível, vira e é campeão após 23 anos - 13/12/2006 - UOL Esporte - Futebol
UOL EsporteUOL Esporte
UOL BUSCA


  13/12/2006 - 20h11
Estudiantes consegue o impossível, vira e é campeão após 23 anos

Da Redação
Em São Paulo

CENAS DO JOGO DECISIVO
AFP
Palermo abre o placar para o Boca Juniors
AFP
Sosa (alto) faz festa depois de empatar
AFP
Pavone comemora a virada do Estudiantes
AFP
Verón celebra a conquista do Estudiantes
PÁGINA DO CAMPEONATO ARGENTINO
FOTOS DE FUTEBOL INTERNACIONAL
O Estudiantes conseguiu o impossível e voltou a comemorar um título após 23 anos. O Boca Juniors tinha vantagem a duas rodadas do final, mas o time de La Plata conseguiu empatar em pontos e levar a decisão para o jogo de desempate. Na emocionante partida, disputada nesta quarta-feira, a equipe dirigida pelo técnico Diego Simeone e comandada em campo por Juan Sebástian Verón virou o placar, venceu por 2 a 1 e conquistou a taça do Torneio Apertura do Campeonato Argentino pela quarta vez na história.

Durante boa parte da competição, o Boca esteve na frente na tabela de classificação, graças ao bom futebol apresentado pelo meia Fernando Gago e o atacante Rodrigo Palacio, e os gols de Martín Palermo. Mas, na reta final, pecou e pagou com o vice-campeonato.

A equipe tinha condições de assegurar seu primeiro tricampeonato da história a duas rodadas do fim, quando tinha quatro pontos de vantagem. No entanto, vacilou, perdeu fora de casa para o Belgrano, e, no último domingo, foi superado pelo Lanús em plena La Bombonera, quando bastava apenas um empate para o título.

Já o Estudiantes viveu situação inversa e contou com uma grande arrancada para ficar com o título, com 12 vitórias e um empate nos últimos 13 jogos.

No caminho rumo ao título, o Estudiantes conseguiu um grande resultado, ao golear o Gimnasia no clássico de La Plata por 7 a 0.

Na reta final, o Estudiantes se recuperou ao empatar com o Argentinos Juniors e, na última rodada, venceu o Arsenal Sarandí, resultado que decretou o empate entre as duas equipes em 44 pontos e levou a definição do vencedor para o jogo extra.

No duelo que definiu o campeão, disputado no estádio José Amalfitani, do Vélez Sarsfield, o Estudiantes confirmou sua ascensão. Mesmo saindo atrás no placar, lutou todo o tempo e conseguiu a virada, vencendo o adversário depois de dez anos de jejum (21 jogos) e conquistou um título que não via desde 1983.

Antes, o Estudiantes havia sido campeão do Metropolitano-1967, Metropolitano-1982 e Nacional-1983, além de vencer três vezes a Copa Libertadores da América (1968, 1969 e 1970) e o Mundial Interclubes (1968).

Verón, apelidado de "La Brujita", principal nome do Estudiantes no jogo decisivo, festejou a conquista. "Precisávamos disso. Nunca havíamos sido campeões, mas tínhamos consciência da nossa força e garra. Queremos agradecer a todos vocês que contribuíram para isso. Somos campeões!", comemorou.

"Isso é impagável. Esse é um momento raro. Muitas imagens surgem na minha mente. Este estádio me viu crescer como jogador e é onde consigo meu primeiro título como técnico. Isso me emociona muito", celebrou Simeone.

Os jogadores do Estudiantes ofereceram a conquista a Edgardo Prátola, zagueiro da equipe, que faleceu em 2002, quando tinha 32 anos. "Dedicamos ao 'Ruso' Prátola, por tudo que ele nos deu", disse Verón, emocionado.

Prátola, jogador histórico do Estudiantes, morreu de câncer, quando ainda se encontrava em atividade. "Ele sempre estará conosco, no campo, por tudo que deixou no clube e tudo que nos ensinou", comentou Calderón.
FESTA E HOMENAGEM
Simeone e Verón foram os grandes nomes do jogo decisivo, em especial o meio-campista, responsável pelas principais ações do Estudiantes no confronto e um dos mais festejados depois da conquista.

Já a apresentação do Boca confirmou sua queda vertiginosa no torneio. O time saiu na frente, mas recuou demais e permitiu a virada do rival. O resultado causou a demissão do técnico Ricardo La Volpe, que assumiu o cargo há três meses e afirmou que deixaria o clube caso perdesse o título (veja box).

O jogo
A "final" começou movimentada e, logo em seu primeiro ataque, o Boca abriu o placar. Após passe de Schelotto, Ledesma recebeu na esquerda e cruzou. A bola passou pelos defensores Galván e Andújar, mas Palermo surgiu no "segundo pau" e desviou de pé direito para marcar.

Em seguida, aos 7min, o Estudiantes chegou perto do empate. Verón cobrou escanteio da esquerda, o goleiro Bobadilla saiu mal, e a bola sobrou limpa para Ortiz, que, de cabeça, mandou para fora, à esquerda do gol.

Depois, o Boca se fechou no campo de defesa, tentando sair nos contragolpes e arriscando em chutes de fora da área. Já o Estudiantes encontrava dificuldades para incomodar o rival. Enquanto isso, as duas equipes abusavam das jogadas bruscas.

LA VOLPE PEDE DEMISSÃO
AFP
La Volpe cumpriu a promessa e deixou o comando do Boca. Fontes do clube disseram que o ex-técnico da seleção do México entregou, antes da jogo, uma carta aos dirigentes, na qual apresentou sua demissão de forma irrevogável, independente do resultado do duelo.

No texto, o treinador manifestou o desejo de sair do Boca mesmo em caso de vitória, por causa das críticas recebidas "fora e dentro" do clube.

"Sim, estou saindo. Coisas como essas acontecem no futebol. Como técnico, tenho de vencer sempre. Quando se perde partidas consecutivas com uma equipe grande como o Boca, tenho que ir", confirmou La Volpe enquanto deixava o campo e se dirigia aos vestiários. Ele havia substituído Alfio Basile, que assumiu a Argentina, quando o Boca vinha de cinco vitórias seguidas no início do torneio.
Em um lance violento, aos 38min, Alvarez, do Estudiantes, e Ledesma, do Boca, trocaram agressões e acabaram expulsos pela arbitragem. Antes do apito final, o time de La Plata quase igualou. Aos 43min, Pavone arrancou e, da entrada da área, bateu firme no canto esquerdo. Bobadilla espalmou, e a bola explodiu na trave esquerda.

O Boca recuou ainda mais na segunda etapa, enquanto o Estudiantes partiu para cima. Aos 7min, Verón recebeu de Sosa e, da entrada da área, bateu rasteiro, mas Bobadilla se esticou e, no canto direito, evitou o empate.

O goleiro paraguaio, no entanto, nada pôde fazer aos 19min. Díaz derrubou Pavone na meia esquerda. Na cobrança de falta, Sosa colocou com precisão no canto direito, sem chance de defesa, igualando o marcador.

Ao contrário do Boca, que foi para a defesa quando estava em vantagem, o gol motivou ainda mais o Estudiantes, que seguiu melhor em campo e, aos 35min, conseguiu a virada. Em uma falha coletiva da defesa do Boca, Pavone avançou com rapidez, deu um chapéu em Bobadilla e, de cabeça, fez 2 a 1, para delírio dos torcedores de La Plata, que voltaram a comemorar um título depois de 23 anos.

Veja também


ÚLTIMAS NOTÍCIAS
03/09/2007
Mais Notícias