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  26/11/2006 - 18h08
São Caetano se rejuvenesce e acaba rebaixado

Gustavo Franceschini
Em São Paulo

Nos primeiros anos em que ganhou destaque no cenário nacional, o São Caetano conseguiu sucesso com um time formado por jogadores experientes - pouco conhecidos, na maioria dos casos. Nesta temporada, a diretoria resolveu mudar de postura e apostou em garotos. Pela primeira vez o clube paulista teve em seu elenco atletas formados nas categorias de base. E o resultado desse rejuvenescimento foi trágico: o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.

ASA NEGRA?
Apesar de estar na elite do futebol nacional, o São Caetano sempre foi visto como uma espécie de "asa negra" dos grandes clubes do estado. Neste ano, no entanto, o time do ABC perdeu terreno e saiu perdendo no confronto direto com os rivais.

Em Campeonatos Brasileiros, o São Caetano leva vantagem no retrospecto contra Corinthians e Santos. O time do ABC perde para São Paulo e Palmeiras, mas tricolores e palestrinos sofreram eliminações marcantes para o rival do mesmo estado.
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Com apenas 16 anos de história, o São Caetano ganhou projeção nacional em 2000, quando chegou à final da Copa João Havelange oriundo do Módulo Amarelo (equivalente à segunda divisão daquele ano) e foi derrotado pelo Vasco. O time do ABC manteve campanhas de destaque depois disso (vice-campeão brasileiro em 2001, vice-campeão da Libertadores em 2002 e campeão paulista em 2004), mas com uma particularidade: por ser muito nova, a equipe do Anacleto Campanella ainda não tinha atletas formados em casa.

Em 2000, o time-base não contava com nenhum jogador formado no clube. Provenientes de clubes do interior, como Mirassol e Noroeste, os destaques daquela equipe formaram a espinha dorsal do São Caetano até 2004, quando o time passou a contar com apenas um remanescente da equipe vice-campeã brasileira (o goleiro Sílvio Luiz, que neste ano se transferiu para o Corinthians).

Sem a base que lhe garantiu projeção nacional, o clube se viu obrigado a investir na renovação de seu elenco principal. O primeiro passo foi promover jovens promessas das categorias de base, como Leandro Lima, Mádson e Jonas. Além disso, o São Caetano contratou jovens de outras equipes (casos de Élton e Dinélson, provenientes do Corinthians, e de Marcelinho, ex-Grêmio).

Os resultados dentro de campo, porém, não permaneceram os mesmos da geração anterior que passou pelo Anacleto Campanella. Apesar da boa campanha no Campeonato Paulista (o São Caetano foi o quinto colocado - à frente de Corinthians e Palmeiras, por exemplo), o grupo sucumbiu à pressão da competição nacional e terminou o ano com saldo negativo.

"Se você observar, o São Caetano sempre teve uma base sólida. O problema foi que esses jogadores saíram, e aí a mudança de time de um ano para o outro foi problemática. Com um elenco já formado, os jogadores chegavam e tinham uma boa adaptação", ponderou o atual treinador do clube paulista, Dorival Júnior.

Como os atletas mais jovens não conseguiam encaixar com facilidade na equipe, a rotatividade do elenco cresceu. O resultado é que o time do São Caetano passou a mudar muito acima do normal, prejudicando os resultados dentro de campo.

OPÇÃO EM XEQUE
De volta à Série B, o São Caetano precisa agora pensar em como voltar a figurar entre os grandes do futebol brasileiro. A aposta em garotos não rendeu bons frutos nesta temporada, mas pode ser mantida para 2007. Será que essa é a solução do time do ABC?

"Os jogadores que estão aqui têm qualidade e podem formar uma base daqui a alguns anos", projetou o técnico Dorival Júnior. "O Figueirense, por exemplo, prepara esse grupo atual há algum tempo. Desde 2002, quando eu cheguei lá [no time catarinense], eles davam condições para as categorias de base. No ano passado o time fez um mau campeonato, mas conseguiu se reerguer e agora tem um time competitivo", completou.
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"Na minha época, jogávamos juntos havia dois anos e tínhamos disputado todos os campeonatos juntos. Hoje não existe entrosamento nenhum. O zagueiro muitas vezes não conhece as características do parceiro e o resultado disso você vê no campo", analisou o atacante Adhemar, que até hoje é o maior artilheiro da história do clube.

A mudança de jogadores fica clara quando se compara o time que terminou o ano passado com o que foi rebaixado agora. Silvio Luiz, Alessandro, Gustavo, Thiago, Triguinho, Paulo Miranda, Claudecir, Zé Luiz, Márcio Richards, Dimba e Edílson formavam a base de 2005. Desses, apenas Alessandro, Gustavo, Thiago e Triguinho continuam no elenco que caiu para a Série B nesta temporada.

"Eu não sei se eu posso colocar como ganância dos dirigentes, porque de repente os jogadores é que pressionaram para sair, mas essa falta de conjunto atrapalha o time. De qualquer forma, tem que manter mais os atletas. Se o cara quer sair, o clube pode, de repente, oferecer um salário um pouco maior para tentar convencê-lo a ficar", cobrou Adhemar.

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