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  09/11/2006 - 09h52
Galo investe na paixão da massa para seguir forte

Fernando Lacerda, do Pelé.Net

BELO HORIZONTE - A paixão do seu torcedor, que garantiu ao Atlético-MG até o momento o recorde de público pagante em todas as divisões do futebol brasileiro e que é apontada como fator decisivo para a volta à elite, será utilizada pela diretoria do clube para melhorar a receita em 2007. Como a marca do Galo está em alta, a intenção dos dirigentes atleticanos é fazer a adoração da torcida render e ajudar a financiar um time forte para a Série A.

"Os evangélicos não são tão disciplinados na sua participação? O atleticano é muito mais devoto que o evangélico, mais apaixonado que o evangélico e que o católico. Vamos apostar nisso", afirmou o diretor de Futebol do Atlético-MG, Ziza Guimarães, referindo-se a um projeto, que o clube pretende lançar ainda neste ano, cujos detalhes estão sendo mantidos em sigilo.

RAIO-X DA TORCIDA NO MINEIRÃO
Divulgação
 
Número de jogos: 18
Total: 531.860 pagantes
Média por jogo: 29.547 torcedores
Recorde de público: 57.851 (contra o Avaí)
Menor público: 11.848 (contra o Gama)
O gerente de Marketing do Atlético-MG, Álvaro Cotta Teixeira da Costa, explica que se trata de um projeto focado na figura do torcedor e que passa pela contribuição da torcida para com o clube. "Pode-se considerar uma campanha, cujo conceito é o apoio do torcedor ao clube, para almejar conquistas", comentou Álvaro Cotta.

"Nossa proposta é muito interessante para trazer recurso para o Atlético e para termos uma vida nova em 2007", completou Ziza Valadares. De acordo com o presidente Ricardo Guimarães, a concepção desse projeto é do diretor de Futebol, que está atuando também no seu desenvolvimento. "É um projeto para captar recursos para o Atlético e de uma forma muito boa", observou.

Segundo Ricardo Guimarães, são muitas idéias para valorizar a marca e explorar a mobilização criada. "A gente está vivendo um momento bonito, histórico, marcante, em que o Brasil inteiro tem falado no Atlético e na sua torcida. Isso significa que patrocinadores e o público em geral descobriram a força dessa massa", destacou o presidente atleticano.

Dentro do planejamento feito pelo departamento de marketing do clube, o relançamento da campanha sócio-torcedor está recebendo atenção especial. Pioneiro no Brasil, ao lançar em 2001 o seu programa nessa área, o Galo não contou com equipes fortes e campanha bem-sucedidas, dentro de campo, para sustentar a venda de carnês, e principalmente, o pagamento em dia.

Hoje, segundo Álvaro Cotta, são cerca de cinco mil sócios-torcedores adimplentes, que se beneficiam desse programa de relacionamento, que, entre outras vantagens, oferece ingressos para todos os jogos do Atlético-MG disputados no Mineirão. "Como vamos relançar esse projeto em 2007, decidimos não distribuir novos carnês, apesar de ter havido uma boa demanda, com o crescimento da equipe na Série B", explicou.

O gerente de marketing revela que o Galo espera, a curto prazo, logo após o relançamento um crescimento em 50% no número de sócios-torcedores. "É uma evolução bem interessante a curto prazo", analisou Álvaro Cotta, que faz questão de diferenciar o relançamento do sócio-torcedor e a campanha de apoio ao clube, prevista ainda para este ano. "São situações completamente diferentes", ressaltou.

Nova realidade

Em dezembro do ano passado, quando foi confirmado o rebaixamento do Atlético-MG para a Série B do Brasileiro o cenário que se desenhava para 2006 era desolador. Agastado da elite, o Galo teria limitações financeiras ainda maior, a desconfiança da torcida e as apostas eram em problemas graves.

"O pior ano foi 2005 por causa da vergonha de ter caído, este ano o Atlético está passando por um momento bonito, de muita empatia com a torcida, de muito carinho da parte dela. Acho que o Atlético está voltando a reescrever a história dele, temos uma base de uma equipe, uma estrutura, um diretor de futebol que se encaixou perfeitamente, uma comissão técnica, um grupo de jogadores com raça, garra e empenho para fazer o Atlético voltar a ser um time vencedor", afirmou, entusiasmado, Ricardo Guimarães.

O começo de 2006 não foi fácil e assustou o torcedor. O Galo, que não sabe o que é ser campeão desde junho de 2000, quando venceu o Estadual, fracassou no Campeonato Mineiro, saiu nas quartas-de-final da Copa do Brasil e não conseguia montar um time, chegando a contratar 35 jogadores, sendo que muitos deles deixaram o clube em pouco tempo e sem deixar saudades.

O início da Série B também foi ruim e, em determinado momento, quando o alvinegro ocupava a 14ª colocação entre 20 participantes, chegou-se a temer pela queda para a Série C. O pesadelo durou pouco e se transformou em sonho, com a chegada do técnico Levir Culpi, que substituiu a Lori Sandri.

"O jogo com o Gama, no primeiro turno, no Mineirão, foi simbólico e marcou o início da reação. Foi muito importante aquela partida, quando ganhamos por 4 x 2, no primeiro triunfo do time sob o comando de Levir Culpi", ressaltou o zagueiro Marcos, capitão atleticano na Série B. Com essa vitória, o alvinegro interrompia um jejum de sete jogos.

"O primeiro semestre foi mais fraco, ainda pela ressaca do rebaixamento e também porque o time não se acertava em campo. Ficava difícil até fazer umplanejamento para o segundo semestre", observou o assistente de marketing Felipe Soalheiro, que é responsável pela área de produtos ao consumidor do Atlético-MG.

VENDA DE CAMISAS OFICIAIS
2005: 40 mil unidades
2006 (até novembro): 80 mil unidades
2006 (previsão): 100 mil unidades
Para Álvaro Cotta, a mobilização da torcida atleticana foi acontecendo naturalmente, a partir dos resultados obtidos em campo. O departamento de marketing passou então a intensificar as ações que já aconteciam e entrou em sintonia com o desejo de todos os alvinegros, que era o de ver o Galo de novo na Primeira Divisão.

Surgiu assim, há menos de dois meses, a campanha "Vamos subir Galôôô", que transformou um grito de guerra da torcida em mote para um projeto de união em torno desse objetivo. "Foram feitas várias ações que partiam de um hot site, onde os torcedores podiam colocar depoimentos, baixar imagens para celular e computador, colocar vídeo. Essa estratégia de marketing viral deu certo e atingimos realmente a torcida", avaliou Álvaro Cotta.

Para "materializar" a campanha foi lançada uma camisa de malha, com a "Vamos subir Galôôô", comercializada a R$ 19,90. "No primeiro dia, emmenos de seis hora, foram vendidas 1 mil camisas", lembrou Álvaro Cotta, revelando que no total foram comercializadas 10 mil unidades do produto, que já não está sendo mais fabricado.

Festa da subida

Como o objetivo de subir foi alcançado, embora não de forma matemática, após a goleada sobre o São Raimundo, por 4 x 0, no Mineirão, na noite de terça-feira, com direito a intensa comemoração de torcedores, jogadores, integrantes da comissão técnica e dirigentes, o foco imediato do departamento de marketing, em relação à Série B, mudou para a festa da volta à Primeira Divisão.

O Atlético-MG está planejando uma grande comemoração para o seu último jogo da Série B, contra o América-RN, no Mineirão, em que a intenção é se celebrar o título da competição. "O nosso objetivo agora é ser campeão, os jogadores estão firmes nesse propósito e será muito importante para todos, especialmente para os mais jovens, que viveram o drama do rebaixamento", explicou Levir Culpi.

Álvaro Cotta revela que várias ações estão sendo planejadas, mas ressalvou que ainda é cedo para a divulgação da programação. "Com certeza teremos uma ampla programação para que a torcida possa comemorar, com evento na rua e alguma ação localizada no Mineirão", comentou o gerente de marketing, que acha complicado a realização de um show de música no estádio, mas admite que essa é uma idéia.

Para Ziza Valadares, o desafio é outro. "Tenho de colocar a torcida do Atlético no último jogo para assistir o jogo contra o América-RN, espero na comemoração do título", comentou o dirigente, referindo-se à limitação física do Mineirão. O estádio recebeu 57.851 pagantes, na 31ª rodada, quando o alvinegro venceu o Avaí, por 4 x 1. Dela para cá, o Ministério Público restringiu a 6 mil o número de ingressos de geral colocados à venda.

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