| 15/09/2006 - 00h04 Boca empata com São Paulo e se torna maior do mundo Marcius Azevedo Do Pelé.Net Em São Paulo A CONQUISTA DO BOCA JUNIORS |
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Júnior toca na saída do goleiro do Boca... | ... para marcar o primeiro gol do São Paulo | Palacio faz festa depois de empatar | Palermo chuta após erro da defesa... | ... e anota o gol da virada do Boca Juniors | Josué fica abalado com a perda da final... | ... enquanto Boca festeja título da Recopa | VEJA FOTOS DA FINAL DA RECOPA | Três competições e três vices. Depois de um ano de conquistas em 2005 (com os títulos do Paulista, da Libertadores e do Mundial), o São Paulo caiu de rendimento e acumulou nesta quinta-feira a terceira frustração da atual temporada. A equipe tricolor empatou por 2 a 2 com o Boca Juniors, que conquistou a Recopa Sul-Americana e se tornou o maior vencedor de competições internacionais do planeta.
"Sabemos que as cobranças vão começar a acontecer. Ganhamos a Libertadores, o Paulista e o Mundial no ano passado, e isso criou um nível de exigência muito grande. Precisamos estar preparados para conviver com isso", avisou o lateral-esquerdo Júnior, autor do primeiro gol do São Paulo nesta quinta-feira.
O momento do São Paulo não é ruim apenas devido aos resultados de todo o ano. Além de ter ficado na segunda posição do Paulista (vencido pelo Santos), da Libertadores (conquistada pelo Internacional-RS) e da Recopa (faturada pelo Boca), a equipe tricolor chegou nesta quinta-feira à terceira partida consecutiva sem triunfar, seu maior jejum em 2006.
A situação pode ficar ainda mais complicada no próximo domingo, quando o São Paulo voltará a campo pelo Campeonato Brasileiro. O time tricolor receberá o Internacional-RS no Morumbi, na revanche da decisão da Libertadores deste ano. Atualmente, o time paulista ocupa a primeira colocação do torneio nacional e os gaúchos aparecem em segundo (com 43 e 40 pontos, respectivamente).
"Nós perdemos um título e isso é sempre ruim, mas ainda somos líderes do Campeonato Brasileiro e isso não pode ser esquecido. Precisamos levantar a cabeça e voltar a brigar no próximo domingo, contra o Inter. Se vencermos, podemos superar essa fase", determinou o zagueiro Fabão.
O momento ruim do São Paulo contrasta com a atual fase do Boca Juniors. O título desta quinta-feira foi o quinto consecutivo da equipe argentina, que conquistou a Recopa, o Apertura e a Sul-Americana do ano passado, além do Clausura e da Recopa de 2006. Assim, o time dirigido por Alfio Basile se tornou o maior vencedor de torneios internacionais do planeta, agora com 16 taças.
A lista de conquistas internacionais do Boca conta com três Mundiais (1977, 2000 e 2003), cinco Libertadores (1977, 1978, 2000, 2001 e 2003), duas Sul-Americanas (2004 e 2005), uma Supercopa da Libertadores (1989), uma Copa Masters (1992), uma Copa Ouro (1993) e três Recopas Sul-Americanas (1990, 2005 e 2006).
Dos títulos internacionais do Boca, três foram conquistados no Morumbi. A equipe argentina já havia conquistado as Libertadores de 2000 e 2003 no estádio paulista, diante de Palmeiras e Santos (respectivamente), e voltou a festejar em São Paulo nesta quinta-feira. "Estou muito feliz. Acho que temos sorte por jogar aqui, mas isso também é a confirmação do nosso trabalho", comemorou o lateral-direito Ibarra, que esteve nas três vitórias citadas da equipe argentina.
Com história positiva e um retrospecto favorável em São Paulo, o Boca ainda confirmou seu excelente momento. A equipe argentina conquistou as últimas cinco competições que disputou (Recopa, Apertura e Sul-Americana do ano passado, e Clausura e Recopa de 2006), todas sob direção de Alfio Basile (que se despediu do clube nesta quinta-feira para comandar apenas a seleção argentina).
"Estou triste por sair, mas muito feliz pelo que aconteceu aqui. Encontrei uma equipe de muita qualidade e não só pelas taças, mas por tudo que esses jogadores representam", disse o treinador, que não participou da volta olímpica. "Eu posso ter saído, mas vou comemorar no meu estádio e não aqui. Quero festejar na Bombonera", completou.
O jogo A despeito de ter perdido o primeiro confronto por 2 a 1 e de precisar da vitória, o técnico Muricy Ramalho escalou o São Paulo com apenas um atacante nesta quinta-feira (Thiago atuou isolado no setor ofensivo da equipe tricolor, que teve três zagueiros e seis meio-campistas). A formação, no entanto, contrariou a postura dos paulistas. Com forte pressão sobre a saída de bola do Boca Juniors e muita presença ofensiva dos alas Souza e Júnior, os donos da casa foram superiores aos argentinos no início da decisão.
Foi o ala Souza, aliás, que criou as duas primeiras oportunidades do São Paulo nesta quinta-feira. Aos 8min, ele aproveitou jogada individual de Thiago pela direita, recebeu um cruzamento rasteiro e finalizou de direita, por cima do gol defendido por Bobadilla. O camisa 21 voltou a aparecer aos 14min, quando apareceu na ala esquerda, driblou dois marcadores para o meio e teve liberdade para finalizar dentro da área. Contudo, pegou mal na bola e mandou para a lateral.
Quando deixou de lado as jogadas individuais e começou a tocar a bola, o São Paulo abriu o placar. O zagueiro Alex Silva roubou uma bola pela direita aos 34min e tocou na frente para Souza, que fez um lindo lançamento em diagonal para Júnior. O lateral-esquerdo invadiu a área, dominou a bola e tocou de bico, no canto direito rasteiro de Bobadilla. "O Souza foi responsável por pelo menos 50% do gol. Ele acertou um passe lindo e eu consegui aproveitar", comemorou o camisa 6.
BOCA JUNIORS TÍTULOS INTERNACIONAIS (16) |
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3 Mundiais (77, 00 e 03) |
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5 Libertadores (77, 78, 00, 01 e 03) |
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2 Sul-Americanas (04 e 05) |
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3 Recopas Sul-Americanas (90, 05 e 06) |
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1 Supercopa da Libertadores (89) |
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1 Copa Masters (92) |
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1 Copa Ouro (93) |
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| Depois do gol, porém, o São Paulo sumiu. A equipe tricolor não conseguiu tocar a bola como fazia antes do início da partida e tampouco manteve a marcação no campo de defesa dos argentinos. Com isso, o Boca cresceu e começou a criar. Aos 37min, Palacio driblou Alex Silva na esquerda, carregou a bola até a linha de fundo e cruzou rasteiro para trás. Cardozo dominou dentro da área e finalizou rasteiro, com força, para uma complicada defesa de Rogério Ceni.
Na segunda oportunidade que teve, o Boca apresentou mais eficiência. Cardozo fez lançamento longo da esquerda para a área aos 39min e encontrou o centroavante Palermo. O camisa 9 desviou de cabeça e Palacio, também de cabeça, completou dentro da pequena área para empatar o jogo. "Não podemos dar uma bobeira assim, ainda mais com três zagueiros. Nós diminuímos muito o nosso ritmo e deixamos a equipe deles crescer. Aí eles chegaram ao gol", analisou Souza.
Para tentar diminuir a incidência de erros do São Paulo com e sem a posse de bola, o treinador Muricy Ramalho pediu para a equipe paulista repetir depois do intervalo a postura que havia apresentado no início do confronto (com marcação sobre a saída e bola do Boca Juniors e muita movimentação no meio-campo). E isso até aconteceu aos 5min, quando Josué fez jogada individual pela esquerda e cruzou para Thiago. Livre de marcação, o camisa 19 concluiu em cima de Bobadilla, que defendeu em dois tempos.
TORCEDOR SE JOGA |
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| Um torcedor do São Paulo se jogou da arquibancada do Morumbi nesta quinta-feira, durante o confronto entre a equipe paulista e o Boca Juniors. Ele teve uma queda de aproximadamente 2m de altura, mas não sofreu nada grave e foi encaminhado para o hospital.
Paulo Fernando da Silva, de 32 anos, acompanhava o jogo da arquibancada laranja. Durante a partida, ele começou a discutir com torcedores que estavam no setor azul do Morumbi e criticavam o desempenho da equipe, e pulou a grade que separa os dois setores para brigar com eles.
"Ele foi tentar agredir uma senhora do outro lado e a acertou brutalmente. Depois, voltou para a laranja, mas foi cercado por outros torcedores que ficaram revoltados com a atitude. Com medo do que ia acontecer, ele se jogou da arquibancada", contou o Major Botelho, responsável pelo policiamento no Morumbi nesta quinta-feira.
O confronto não foi o único envolvendo torcedores nesta quinta-feira. No início do segundo tempo, os aficionados pelo Boca criaram um tumulto e entraram em conflito com a Polícia Militar, que respondeu com bombas de efeito moral. |
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| Depois de um início animador, porém, o São Paulo voltou a errar demais. O time tricolor diminuiu o ritmo de sua marcação e a qualidade dos passes, e o Boca Juniors assumiu o controle da partida. Com espaço e mais bem distribuída em campo, a equipe argentina aproveitou a superioridade para tocar a bola lateralmente e administrar o empate (que garantia o título aos visitantes).
O panorama do confronto só mudou um pouco quando o técnico Muricy Ramalho trocou o zagueiro Edcarlos pelo atacante Alex Dias, mudando o São Paulo para o esquema 4-4-2. A alteração deu mais movimentação à equipe da casa, que passou ter um volume ofensivo maior que o dos argentinos. Apesar disso, a presença constante da equipe paulista no campo de ataque foi acompanhada por uma seqüência de erros por excesso de individualismo.
Num desses erros por egoísmo, o Boca chegou ao segundo gol. Souza tentou um lance individual na direita aos 30min, mas demorou para soltar a bola e foi desarmado. No contra-golpe, a defesa do São Paulo não conseguiu cortar um lançamento e a sobra ficou com Palermo, que invadiu a área e tocou de pé direito, no canto direito de Rogério Ceni.
O gol desmontou o São Paulo. Perdido na defesa, sobretudo porque Souza e Júnior não souberam atuar em um sistema com apenas dois zagueiros, o time paulista deu espaço para o Boca até ampliar sua vantagem. Contudo, quando viviam um momento pior na partida, os donos da casa chegaram ao empate. Alex Dias carregou pela esquerda aos 40min e cruzou rasteiro. Dentro da pequena área, Rodríguez tentou cortar e marcou contra. No entanto, nem isso foi suficiente para atrapalhar a festa argentina no Morumbi.
SÃO PAULO Rogério Ceni; Alex Silva, Fabão e Edcarlos (Alex Dias); Souza (Ilsinho), Josué, Mineiro, Lenílson, Danilo e Júnior; Thiago Técnico: Muricy Ramalho
BOCA JUNIORS Bobadilla; Ibarra, Daniel Díaz, Rodríguez e Krupoviesa; Ledesma, Gago, Cardozo (Maidana) e Marino (Dátolo); Palacio (Franzoia) e Palermo Técnico: Alfio Basile
Local: estádio do Morumbi, em São Paulo (SP) Árbitro: Oscar Ruiz (Colômbia) Auxiliares: Eduardo Botero e José Navia (ambos da Colômbia) Cartões amarelos: Daniel Díaz (B), Thiago (S), Cardozo (B), Fabão (S), Ibarra (B), Palermo (B) Público: 19.861 Renda: R$ 490.085,00 Gols: Júnior, aos 34min; Palacio, aos 39min do primeiro tempo; Palermo, aos 30min; Rodríguez (contra), aos 40min do segundo tempo
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