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  10/08/2006 - 16h43
Ricardo Oliveira está fora do segundo jogo da final da Libertadores

Da Redação*
Em São Paulo

AFP
Ricardo Oliveira conduz a bola no seu último jogo pelo São Paulo, no Morumbi
Ricardo Oliveira está fora da finalíssima da Copa Libertadores da América. Em seu site oficial, o Betis, clube espanhol com quem o atacante tem contrato, divulgou que o São Paulo já foi comunicado que a cessão por empréstimo do atleta não será prorrogada. O atual vínculo expira nesta quinta-feira.

Ao ser informado pelo UOL Esporte da decisão do Betis, o diretor de futebol do São Paulo afirmou ignorar o parecer. "Conversei agora há pouco com o pessoal lá na Espanha e continuamos sem ter uma reposta definitiva do Betis. Não sei se teremos novidade hoje", disse João Paulo de Jesus Lopes.

Apesar do tom blasé, o clube paulista prepara uma ofensiva incisiva junto à Fifa, por meio da Conmebol, para que o Betis receba de ambas as entidades as garantias jurídicas que exige para viabilizar o negócio - o presidente do clube espanhol, José León Gómez, teme que a "engenharia" da proposta, caso fosse aceita, pudesse acarretar em punições disciplinares aos envolvidos.

O entrave é que não faz parte do procedimento da entidade máxima estabelecer contato direto com os clubes quanto o tema é transferência de jogadores. Por isso o Betis não recebeu até agora o documento pedido, e o São Paulo conta com sua influência na Conmebol para que seja aberto um precedente.

Alheia à nova manobra, a diretoria do Betis afirma que aguarda Ricardo Oliveira em Sevilha no próximo sábado, dia 12 de agosto - a final em Porto Alegre, na qual o São Paulo precisa vencer para faturar seu quarto título sul-americano, está marcada para a quarta-feira seguinte, dia 16.

No comunicado assinado por León Gómez, o clube espanhol afirma "lamentar" a falta de acordo e agradece aos tratamento recebido pelo atacante no Morumbi - Ricardo Oliveira usou o CT do São Paulo para se recuperar de uma grave lesão.

"Diante da impossibilidade de obter uma resposta clara e satisfatória da Confederação Sul-Americana de Futebol em relação à cessão do futebolista Ricardo Oliveira e sobre a prorrogação extraordinária do mesmo (contrato), nos vemos na obrigação de não atender à ampliação - ainda que sintamos muito - como nos haviam solicitado", afirmou o cartola espanhol.

ENTENDA O CASO
O contrato de Ricardo Oliveira com o São Paulo durava até o dia 10 de agosto, data que seria, inicialmente, posterior ao término da Libertadores
A Conmebol alterou a tabela da Libertadores, jogando a segunda partida das quartas-de-final para depois da Copa do Mundo da Alemanha, postergando as fases seguintes em uma semana e encerrando o torneio no dia 16
Segundo regras da Fifa, a extensão mínima de um contrato é de 3 meses
Para driblar a exigência da Fifa, o São Paulo queria fazer a prorrogação por 3 meses, mas rescindir o novo contrato no dia 17, logo após a segunda final contra o Inter
O Betis alegou não ter uma resposta satisfatória da Conmebol e da Fifa e decidiu não ceder o atacante
O desfecho contraria o otimismo que tomava conta do jogador, comissão técnica e diretoria do São Paulo sobre o caso. Após a derrota para o Inter na quarta-feira, o técnico Muricy Ramalho chegou a afirmar que Oliveira estaria na finalíssima de Porto Alegre.

O Betis já havia concordado em liberar o jogador, mediante autorização da Fifa e da Conmebol, desde que ele estivesse em Sevilha entre os dias 17 e 19 para o começo do Campeonato Espanhol.

Mas até mesmo essa "gentileza" contrariava Oliveira. O atacante havia afirmado várias vezes que pretendia seguir no São Paulo até o final do ano, para disputar também o Brasileiro - ou o Mundial de clubes, caso o time paulista supere o Internacional na decisão.

À edição de quarta-feira o jornal espanhol "As", Gómez já havia prevenido que esta quinta-feira seria a data-limite para ter em mãos as garantias jurídicas de Fifa e Conmebol. Segundo ele, questões legais sobre tempo mínimo de contrato não permitiam que o clube simplesmente prorrogasse o empréstimo por alguns dias.

"A legislação não permite estender o contrato. Ainda que quiséssemos, nada se pode fazer a respeito. Seria uma grande honra para nós receber Oliveira como campeão da Copa Libertadores", disse o cartola, que criticou a "organização" sul-americana (veja quadro acima).

"A culpa foi deles (diretoria do São Paulo), que firmaram um contrato até o dia 10. Agora não se pode direcionar esse erro ao Betis", completou.

*com reportagem de Marcius Azevedo


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