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  21/12/2005 - 22h54
Maradona joga com Zico no Rio e, ao fim, não se diz cansado

João Paulo Garschagen
No Rio de Janeiro

O ex-jogador Diego Maradona foi o centro das atenções em uma partida beneficente realizada na noite desta quarta-feira, no Rio de Janeiro. O argentino foi convidado de honra de Zico, o organizador da festa que aconteceu em seu centro de treinamento e teve a participação de grandes estrelas do futebol brasileiro.

AFP
Maradona comemora gol com seus companheiros, tendo Zico, o anfitrião, ao fundo
A expectativa que cercava a presença de Maradona no Brasil, entretanto, não teve um desfecho perfeito. Desde que chegou ao local do confronto, o astro argentino foi bastante assediado pela imprensa e deixou o campo com a impressão de que não concederia nenhuma entrevista coletiva.

Maradona foi cercado por fotógrafos assim que entrava em campo, contrariando um pedido dos assessores do ex-jogador. Para escapar do tumulto, foi puxado por Zico. No intervalo, foi novamente assediado de forma contundente, o que não teria deixado o argentino satisfeito com a organização.

Ao fim da partida, já no vestiário, Maradona fumou um charuto, comeu alguns salgadinhos e, quando estava de saída para o hotel, parou para atender a imprensa. "Fiquei muito contente de vir aqui, sempre gosto de participar desses jogos beneficentes", disse.

"Vim também porque sou muito amigo do Zico e da família dele", complementou o ex-jogador, que não se sentiu o único responsável pela grande presença de público. "As pessoas não vieram apenas por minha causa, mas também por causa dos muitos ídolos que estavam aqui."

Maradona também disse que se sentiu bem durante o jogo. "Não senti cansaço", comentou, lembrando que atuou contra um time de uniforme azul, cor principal de seu time, o Boca Juniors. "Realmente não estava acostumado, ainda mais jogando com camisa vermelha", disse, referindo-se a uma das cores do River Plate, seu arqui-rival.

Com a bola rolando, Maradona mostrou a classe que exibiu com a camisa de Argentino Juniors, Boca Juniors, Barcelona, Napoli e Sevilla. Foi bastante ovacionado pela torcida até o momento em que deixou o campo, na metade do segundo tempo.

Mas não superou Zico. Com uma "platéia" predominantemente rubro-negra, o "Galinho", como era conhecido pela torcida brasileira, ganhou a preferência dos torcedores e, como bom anfitrião, cedeu a camisa 10 do time "Estrelas de Zico" a Maradona e atuou com a 4.

Maradona, que eternizou a camisa 10 da seleção argentina com o título mundial de 1986 e o vice-campeonato quatro anos mais tarde, foi o destaque do começo do jogo, que terminou empatado por 4 a 4. Em 15 minutos, já havia deixado Vágner Love duas vezes na cara do gol, mas o atacante desperdiçou.

Maradona fez diversos lançamentos e se sentiu à vontade em campo, brincando com a arbitragem e fazendo acenos para a torcida que gritava seu nome. Apesar dos gols perdidos com passe de Maradona, Vágner Love marcou três vezes no primeiro tempo, que teve como destaque o goleiro Zé Carlos -ele defendeu uma cobrança de pênalti.

"Sempre acompanhei os vídeos do Maradona e é impressionante o que ele fazia. Jogar ao lado dele será uma honra", dizia Vágner Love, antes do confronto. "Jogar com ele é fácil, parecia que ele falava 'agora é só vc fazer'", complementou o atacante, no intervalo.

O meia Carlos Alberto, do Corinthians marcou o quarto gol já no fim. Do outro lado, os destaques era a dupla de ataque, formada por Renato Gaúcho e Bebeto. O técnico do Vasco, que foi ídolo do Flamengo, foi o jogador mais "perseguido" pelos torcedores, sendo constantemente vaiado por dirigir o arqui-rival.

No segundo tempo, no entanto, o time "Estrelas do Brasil" se reforçou principalmente com a entrada do atacante Anderson, do Grêmio.

E foi justamente após a saída de Zico e de Maradona que as Estrelas do Brasil conseguiram a reação. Claiton, ex-Internacional, marcou dois gols, enquanto Anderson e Roberto Dinamite, no gol mais bonito da noite, completaram a reviravolta que culminou com o empate.

Diante do grande comparecimento da torcida -segundo o comando do policiamento, havia 5 mil pessoas no centro de treinamento-, Zico se mostrou feliz por trazer Maradona de volta aos campos.

"Acho que o futebol merecia ver esse jogador novamente em campo e fico muito feliz de tê-lo recebido no meu centro de treinamento. Só quem acompanhou a carreira dele de perto sabe tudo o que fez. Ele não poderia ter encerrado a carreira daquele jeito em que estava", disse Zico.

Um dos espectadores do confronto era o técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, que ficou vislumbrado com a presença de tantos craques em um só time. "Uma equipe como essa não precisa nem de treinador, bastaria apenas um gerenciador de talentos", comentou. "A gente lembra o quanto o Maradona foi um ídolo, e o torcedor veio aqui para ver ídolos, como ele, Zico e Júnior."


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