! Dupla Adriano-Ronaldo estréia no quarteto com formação na berlinda - 02/09/2005 - UOL Esporte - Futebol
UOL EsporteUOL Esporte
UOL BUSCA


  02/09/2005 - 09h07
Dupla Adriano-Ronaldo estréia no quarteto com formação na berlinda

Daniel Tozzi
Enviado especial do UOL
Em Teresópolis (RJ)

Principais artilheiros da atual era Parreira, Adriano e Ronaldo fazem sua primeira partida juntos no "quarteto ofensivo" justamente num momento no qual a manutenção da tática, ovacionada dentro e fora da seleção, é condicionada pelo treinador a uma espécie de negação da natureza dos "tanques".

Divulgação
Divulgação
Ronaldo e Adriano fazem primeira partida juntos no quarteto ofensivo da seleção brasileira
Tido por Parreira como o esquema com maior chance de furar as retrancas adversárias, o 4-2-2-2, formação que permite o "quarteto ofensivo", tem esbarrado, na visão do treinador, na falta de zelo pela marcação dos seus homens de frente.

"Se eles não ajudarem, o time fica vulnerável e não vamos ganhar de ninguém", avisou Parreira, num recado dirigido também aos meias Kaká e Robinho, a outra parte do quadrado que encara o Chile, domingo, pelas eliminatórias.

Mas o perigo aos rivais que a formação oferece ainda encanta o técnico. "A primeira preocupação tem que ser dos adversários. Conhecem o Adriano, o Kaká, o Ronaldo...como parar um ataque com esse poder?", indagou Parreira.

Junto dos questionamentos sobre o equilíbrio que a tática ofensiva é capaz de fornecer, a própria escalação de Adriano e Ronaldo juntos ainda é alvo de análises, inclusive dentro da seleção. "Precisa treinar, precisa de entrosamento, o que não vem de um dia para o outro. Mas a probabilidade de dar certo é de 80%", avaliou o lateral-direito a capitão Cafu.

Sem ter o "Imperador" de Milão ao lado, o atacante do Real Madrid se tornou o artilheiro das eliminatórias, com nove gols. Os momentos de maior brilho de Adriano também ocorreram na ausência de Ronaldo, quando ele foi campeão, artilheiro e melhor jogador nas conquistas brasileiras na Copa América-04 e na Copa das Confederações-05 - nesta, o Brasil já havia adotado o "quarteto ofensivo".

"O Adriano é aquele jogador que começa devagar, mas que, quando chega no final, cresce", analisou Parreira.

Contra o Chile, Adriano deve vir um pouco mais de trás, da direita, enquanto Ronaldo, na esquerda, fica mais próximo da área. "Em princípio tudo bem, na Inter eu venho jogando assim também", comentou o "Imperador". Tal posicionamento, no entanto, servirá apenas quando o time recuperar a bola. Para atacar, a história é outra.

"É importante a movimentação constante entre os atacantes, inclusive do Robinho e do Kaká", afirmou Ronaldo. "A gente (Adriano e ele) volta, ocupando o espaço deles, aí confundimos a zaga adversária", completou.

Nos dois jogos que foram titulares juntos, contra a Bolívia, pelas eliminatórias, e diante da Alemanha, num amistoso em Berlim, cada um balançou as redes uma vez, ambos no jogo contra o adversário sul-americano. E, nas duas partidas, Parreira ainda mantinha o 4-3-1-2, com Ronaldinho Gaúcho no papel de "número um", como tática da equipe.

"Acho que não falta muita coisa não (para a parceria dar certo)", afirmou Ronaldo sobre o quê a dupla ainda precisa para engrenar. "A gente se conhece muito bem, tanto dentro como fora de campo. Tem tudo para ser uma grande dupla, tudo para o Brasil arrebentar no domingo", opinou o "Fenômeno".

Adriano endossa o parceiro, que o acolheu quando chegou à Inter de Milão, em 2001, com apenas 18 anos - à época, o "Fenômeno" era o maior ídolo do clube. "Temos jogado muito pouco juntos, mas o Ronaldo sabe da nossa responsabilidade nesta partida", afirmou.

O "Imperador" tem razão. Foram raras as oportunidades em que ambos foram titulares pela seleção. Desde o amistoso contra a Alemanha, em setembro de 2004, a dupla, que prima por conciliar habilidade e força física, não tem se encontrado no time que inicia os jogos. Para completar, em 2005, o "ano do quarteto", nenhum dos dois acompanhou simultaneamente a seleção junto de Kaká e Ronaldinho Gaúcho, os outros titulares do quadrado.

Quando não são lesões, suspensões ou punições que atrapalham, aparecem os testes de Carlos Alberto Parreira. Os "tanques" poderiam estrear como titulares no quarteto no amistoso contra a Croácia, no último dia 17. Mas, na ausência do suspenso Ronaldinho Gaúcho, o técnico preferiu o obediente e marcador Ricardinho a Robinho, que começou no banco.

Ainda na era do "número 1", O "Fenômeno" de Madri e o "Imperador" de Milão se reencontraram no segundo semestre de 2004, nos jogos do qualificatório ao Mundial contra Venezuela, Colômbia e Equador. Mas Adriano sempre foi reserva.

Para evitar que um novo reencontro demore mais ainda, a dupla diz que não será nenhum sacrifício, além de atacar, auxiliar o meio-campo na marcação. Hoje, Emerson e Zé Roberto são os principais responsáveis pela tarefa no setor. "Na hora de defender, todo mundo tem que se posicionar atrás da linha da bola", concordou Ronaldo.

Veja também


ÚLTIMAS NOTÍCIAS
03/09/2007
Mais Notícias