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  06/07/2005 - 23h40
Empate deixa decisão da Libertadores para segundo jogo

Marcius Avevedo*
Enviado especial do UOL
Em Porto Alegre (RS)

A decisão da Copa Libertadores ficou para o segundo tempo. No primeiro confronto entre Atlético-PR e São Paulo, disputado em Porto Alegre nesta quarta-feira, as duas equipes empataram por 1 a 1 e deixaram a definição do campeão para a partida de volta, no Morumbi, no dia 14 de julho.

No estádio paulista, o vencedor do confronto ficará com a taça da Copa Libertadores. Em caso de nova igualdade, a decisão do título acontecerá na prorrogação e, se o empate persistir, nas cobranças de penalidades.

TUDO IGUAL NO SUL

Aloísio abre o placar no Sul...


...para a vibração de Diego


Empate vem com gol contra...


...para o delírio são-paulino


No final, Luizão lamenta: Tricolor teve chances para vencer
Pensando nisso, o São Paulo se apóia no retrospecto para se colocar como favorito na decisão. A equipe dirigida por Paulo Autuori venceu as seis partidas que fez no Morumbi na edição 2005 da Libertadores. Aliás, o time paulista não perde em seu estádio pelo torneio sul-americano desde 1987.

"É claro que é uma vantagem decidir em casa e vamos tentar aproveitar isso. Mas para isso ter validade, precisamos justificar este retrospecto", garantiu o comandante Paulo Autuori.

Para contrariar o histórico do São Paulo em seu estádio, a principal aposta do Atlético-PR é o discurso de motivação do técnico Antônio Lopes. O técnico baseou sua preleção ao elenco paranaense em uma declaração do atacante Amoroso (o jogador disse que queria transformar o Morumbi em Moruntri, em alusão à busca do terceiro título de seu time na história da Libertadores).

Além disso, o São Paulo não carrega boas recordações da última vez em que decidiu a Libertadores no Morumbi. No dia 31 de agosto de 1994, o time paulista venceu o Vélez Sarsfield por 1 a 0 (mas perdeu por 5 a 3 nas penalidades) e não conseguiu alcançar o tricampeonato da competição sul-americana.

Para o Atlético-PR, que nunca havia passado sequer das oitavas-de-final da Libertadores, o jogo do dia 14 de julho será o mais importante da história do clube. E o time paranaense precisará contrariar sua campanha fora de casa nesta edição do torneio. Afinal, o time de Antônio Lopes venceu apenas duas das seis partidas que fez como visitante (2 a 1 sobre o América de Cali, na primeira fase, e 2 a 0 sobre o Santos nas quartas-de-final).

O fato negativo para o São Paulo é que o time saiu de campo sem marcar gols pela terceira vez na temporada, a segunda consecutiva (a primeira aconteceu no último fim de semana, quando o time reserva perdeu para a Ponte Preta por 1 a 0). Isso porque o empate paulista aconteceu em uma cabeçada do zagueiro Durval contra as redes de sua própria equipe.

O jogo
Muita marcação, muita determinação e muitas faltas. A decisão da Copa Libertadores 2005 evidenciou desde o início o nervosismo de Atlético-PR e São Paulo. Nervosismo que causou, além de tudo, um alto número de erros de passes nos minutos iniciais.

OUTRA HISTÓRIA
A primeira partida da decisão da Libertadores foi cercada por muita confusão acerca de seu palco. Isso porque o estádio do Atlético-PR, a Arena da Baixada, não tem os 40 mil lugares que são apontados no regulamento como contingente mínimo para a realização da final.

Desesperado, o time paranaense optou pela construção de 16 mil lugares em arquibancadas tubulares, obras iniciadas na última sexta-feira e concluídas na segunda. No entanto, a Conmebol ignorou isso e confirmou a decisão para o Beira-Rio, que comporta 56 mil espectadores.

No entanto, muito distante de Curitiba (sede do Atlético-PR) e São Paulo (sede do São Paulo), o estádio gaúcho não esteve nem perto de sua lotação total. Situação muito diferente da que o Morumbi verá no dia 14 de julho. Afinal, não há mais ingressos disponíveis para a final (as 73 mil entradas já foram comercializadas).

Antes da decisão do título sul-americano, contudo, Atlético-PR e São Paulo entrarão em campo pelo Campeonato Brasileiro. O time paranaense, lanterna da competição, fará o clássico local contra o Coritiba na Arena da Baixada. O São Paulo também jogará como mandante, no Morumbi, mas contra o Flamengo.
Escalado de maneira defensiva pelo treinador Paulo Autuori (que preferiu o zagueiro Alex em detrimento ao meia Souza e manteve a equipe no 3-5-2), o São Paulo surpreendeu e pressionou a saída de bola do Atlético-PR.

Com isso, o time paranaense ficou acuado em seu campo defensivo. E neste momento, aproveitou um contra-golpe para inaugurar o marcador. Cicinho errou domínio na intermediária e a bola sobrou para Fernandinho, que abriu na direita para Jancarlos. O camisa 2 cruzou, Lugano não cortou no primeiro pau, Aloísio subiu mais que Fabão e cabeceou no canto esquerdo de Rogério Ceni, que nem sequer esboçou reação.

"O jogo estava bom para a nossa equipe, mas falhamos em uma saída de bola e oferecemos o campo para o Atlético-PR chegar. Foi um erro de toda a equipe, não algo individual", comentou o capitão Rogério Ceni.

Em desvantagem no marcador, o São Paulo surpreendeu novamente. O time paulista manteve a postura agressiva e conseguiu controlar os nervos. Com isso, reduziu o número de passes errados e começou a trabalhar a bola com mais qualidade.

"A gente esperou demais para reagir. Se a gente tivesse começado dessa maneira, o resultado poderia ter sido diferente. Infelizmente, precisamos do gol para acordar e começar a acertar mais os passes", criticou o volante Mineiro, um dos melhores do São Paulo no período inicial.

Só que a ascensão do São Paulo esbarrou na eficiente marcação armada pelo Atlético-PR, que não deu espaços para a equipe paulista atacar. Prova disso é que a melhor oportunidade do time dirigido por Paulo Autuori aconteceu em uma bola parada. Júnior cobrou escanteio da direita aos 29min e acertou o travessão de Diego. No rebote, Amoroso não conseguiu empurrar a bola para as redes e perdeu para a defesa da equipe paranaense.

"Fomos eficientes no que nos programamos para fazer. Conseguimos marcar o gol logo no início, marcamos com qualidade e até criamos chances para ampliar a vantagem. Só faltou um pouco de tranqüilidade para finalizar", avaliou o lateral-esquerdo e capitão Marcão.

Reação rápida
O QUE ELES QUEREM
Autuori
No Morumbi, técnico do São Paulo quer o mesmo rendimento apresentado do segundo tempo da primeira partida
Lopes
Treinador não acredita em grande pressão no Morumbi e vê estádio como "campo neutro" para o Atlético-PR no segundo jogo
A eficiência destacada por Marcão na etapa inicial não foi repetida no período complementar. Danilo, Cicinho e Júnior, que tiveram pouco espaço parar criar antes do intervalo, conseguiram tocar mais a bola e o São Paulo cresceu.

E o crescimento do time paulista foi recompensado rapidamente. Logo aos 6min, Júnior cobrou falta da direita e cruzou para a área. Mineiro resvalou de cabeça, Aloísio também desviou e Diego conseguiu espalmar. Para infelicidade do goleiro, porém, a bola bateu na cabeça do defensor Durval e entrou nas redes do Atlético-PR.

Depois do gol, o São Paulo assumiu totalmente o controle do confronto. O time dirigido por Paulo Autuori ignorou o fato de não atuar em casa e pressionou totalmente o Atlético-PR. Entretanto, a equipe paranaense conseguiu se segurar.

O treinador Antônio Lopes ainda tentou dar mais mobilidade ao meio-campo do Atlético-PR. Para isso, trocou o meia Fernandinho, apagado, por Evandro. Mesmo assim, porém, o São Paulo seguiu melhor.

Só que a melhor oportunidade de gol do São Paulo, aos 26min do período complementar, parou nas mãos de Diego. Cicinho cruzou rasteiro e Josué, livre de marcação, obrigou o camisa 1 a praticar difícil defesa.

ATLÉTICO-PR
Diego; Jancarlos (André Rocha), Danilo, Durval e Marcão; Cocito, Alan Bahia, Fabrício e Fernandinho (Evandro); Lima e Aloísio
Técnico: Antônio Lopes

SÃO PAULO
Rogério Ceni; Fabão, Diego Lugano e Alex; Cicinho, Mineiro, Josué, Danilo e Júnior; Amoroso e Luizão
Técnico: Paulo Autuori

Local: estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)
Árbitro: Jorge Larrionda (Uruguai)
Auxiliares: Fernando Cresci e Walter Rial (ambos do Uruguai)
Cartões amarelos: Marcão (A), Lugano (S), Luizão (S), Jancarlos (S)
Gols: Aloísio, aos 14min do primeiro tempo, Durval (contra), aos 6min do segundo tempo

*com MBPress

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