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  08/03/2005 - 20h59
Agressão custa 180 dias de suspensão a Felipe

Cauê Rademaker
Do Pelé.Net
No Rio de Janeiro

Em julgamento realizado na noite desta terça-feira, Felipe, atleta do Fluminense, foi condenado à pena de 180 dias por ter agredido com um soco e uma tentativa de cotovelada o jogador Marcos Mendes, do Campinense, em partida válida pela primeira fase da Copa do Brasil.

Divulgação 
Suspensão de 180 dias pode abreviar a passagem de Felipe pelo Fluminense
A punição foi dada pela Segunda Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça) e foi baseada em imagens de televisão enviadas ao tribunal, já que o árbitro Rodrigo Cintra nada relatou na súmula. O jogador foi enquadrado no artigo 253 (agressão física) do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva).

Felipe foi defendido pelo advogado Clóvis Sahione, que tentou em sua defesa descaracterizar a agressão física (253) tentando enquadrar a atitude do atleta nos artigos 161 (legítima defesa) ou 255 (hostilidade ao adversário ou companheiro). O advogado procurou ressaltar que Felipe fora insultado verbal e fisicamente durante toda a partida pelo agredido.

No entanto, a estratégia da defesa, que utilizou depoimentos do técnico Abel, do capitão tricolor Marcão e também testemunho gravado do técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, dizendo que o atleta tem boa índole, além de 14 trechos em vídeo da partida em que Felipe recebia faltas de Marcos Mendes, não funcionou.

A partir do momento em que o primeiro auditor começou a discursar, Felipe abaixou a cabeça e só voltou a levantá-la ao final do julgamento. O relator-auditor, Otavio Augusto de Almeida Toledo, pediu 180 dias - 150 de pena, acrescidos de 30 pelos maus antecedentes. Os auditores Aloísio Costa e Wladimir Cassani acompanharam o relator e pediram 180 dias de suspensão ao atleta.

O presidente, Antonio Augusto de Toledo Gaspar, pediu 220 dias - 180 dias mais 40 pelos antecedentes, mas foi voto vencido.

"A medida é para servir de exemplo para os demais jogadores. Neste caso, já parti de uma pena mínima de 180 dias, porque todos os auditores tinham dado essa pena. Em razão da reincidência apliquei 40 dias a mais, totalizando 220, mas fui voto vencido", disse Gaspar.

Após o julgamento, Felipe não quis falar com a imprensa. O presidente do Fluminense, Roberto Horcades, também foi lacônico: "Não estou no meu fórum. Não vou falar nada".

Mais eloqüente, o advogado de defesa disse que o CBJD é uma aberração e que o julgamento teve caráter político:

"É uma decisão política e se a agressão fosse na rua a pena seria bem menor. O CBJD é violento e inaceitável por se tratar de futebol. O resultado foi uma demonstração para a opinião pública. Ficou provado que os craques podem ser provocados, agredidos, xingados e que não podem reagir. Saio triste porque não fui compreendido", disse.

Nesta quarta, Sahione vai entrar com recurso. Ele teria até sexta para a apresentar razões para o Luiz Zveiter, presidente do STJD, pedindo um novo julgamento e efeito suspensivo. O novo julgamento deve ocorrer em, no máximo, um mês. A concessão do efeito suspensivo é automática, mas, com os antecedentes do jogador e de Zveiter, a chance dela acontecer é praticamente nula.

O Fluminense pode rescindir com o jogador, já que no contrato deste com o clube está previsto tal situação. Os vencimentos de Felipe são bancados em grande parte pelo patrocinador do clube. No entanto, o clube só deve se pronunciar sobre isso após o julgamento na última instância (STJD).

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